sábado, dezembro 26, 2009

Natal na Moviflor

Ah noite de Natal...Família toda junta, bacalhau na mesa, presentes na árvore...Esperem, presentes na árvore?

(Flashback, 5 dias antes...)

Robene e irmã na Moviflor. Depois de escolher uma estante e uma mesa, presentes que obviamente não cabem debaixo da árvore de Natal, os dois manos encetam a difícil tarefa de encontrar algum funcionário na Moviflor. Ao longe avistamos uma farda verde. Corremos os dois para o funcionário.
Robene (sem fôlego): Eu...quero...aquela...estante....
Funcionária Moviflor: Não é comigo.
E vai-se embora.
3 horas depois conseguimos avistar outro funcionário. Preparo as matracas para o imobilizar, não vá o sacana fugir.
Robene: EU QUERO UMA ESTANTE!!!
Funcionário (ar de tédio): Sim, pois...(olha para as unhas)...Vamos ali fazer a nota de encomenda.
Robene: Há outras cores além de preto?
Funcionário (rebolando os olhos): Há em Wengue.
Robene: Que raio de cor é essa?
Funcionário (visivelmente enfurecido pela minha ignorância): É PRETO. COM CASTANHO!
Robene (borrando as calças): Pronto, pronto, desculpe.
Funcionário: A entrega será dia 31.
Robene: Pode ser de manhã?
Funcionário: Ai isso eu não sei, não é? Podem acontecer imprevistos!(sorrisinho)
Robene (claramente entendendo a ameaça de morte): Pronto, não faz mal! Deixe lá. Eu quero é ir-me embora daqui!...Olhe já agora aqueles tapetes...
Funcionário: Tapetes não é comigo. Tem de procurar o meu colega.

Procurar colega? O caralho! Fui-me mas é embora, e só sorrisos para o funcionário, não vá a minha estante ser entregue pelo Freddy Krueger.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Fan fan fan fan fan fan fan

Fui já carregar o telemóvel.
Hoje a gaja dos Ídolos vai cantar Psycho Killer dos Talking Heads.
Estou apaixonado.

sábado, dezembro 19, 2009

Mon Chéri para todos

As compras de Natal são sempre uma chatice.
Compra-se para mãe, para o pai, para a irmã. E para a prima? E os avós? E a prostituta brasileira por quem me afeiçoei?
Estes pertencem ao grupo de pessoas de quem até gostamos, mas na verdade não nos apetece muito gastar dinheiro a comprar prendinhas de Natal. E chega a solução óbvia: comprar Mon Chéri.
Nunca conheci ninguém em toda a minha vida que gostasse de Mon Chéri. No entanto parece ser um sucesso de vendas. É mais barato que todos os outros chocolates e tem um nome francês, pelo que parece que até estamos a oferecer a «haute couture» do chocolate. Na verdade estamos a dar algo que no ano seguinte será reciclado e oferecido novamente a alguém, muito provavelmente a pessoa que o ofereceu em primeiro lugar.
Oferecer Mon Chéri é como quem diz:«Lembrei-me de ti. Eras o último da lista.»
Por favor amigos, este ano ofereçam-me maços de Camel. O preço é o mesmo, e vou realmente gostar.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Ainda por cima é gira...

Foi difícil. Nunca o tinha feito. Os dedos empenaram e não queriam mexer. Estava muito nervoso. Não queria que ninguém visse. Fi-lo às escondidas, com medo de ser ridicularizado.
Mas foda-se, uma gaja a cantar o Feeling Good da Nina Simone-versão-Muse nos Ídolos merece o meu voto.

E já agora, Editors foi fixolas

Lembram-se da minha pequena aventura o ano passado a tentar sair de Lisboa depois de um concerto?
Este ano foi preciso ligar a uma amiga para me ir buscar e indicar o caminho do Campo Pequeno. E à saída, tentando encontrar a A1, acabámos em Cascais.
E não, não estava sozinho.
Se dependesse do L., estávamos em Gibraltar agora.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

É Natal!

Iuminações de Natal ranhosas. Gente a mais nos shoppings. Jingle Bells em todo o lado. Dinheiro atirado fora a comprar perfumes que ninguém usa. Crianças a berrarem por Playstations e Wiis e Game Boys. Subsídios de Natal que se desvanecem. Anúncios a toda a hora na TV. Toneladas de chocolates e doces fritos. Missão Sorriso, a Leopoldina e a Popota que até dança Buraka Som Sistema. Jantares de Natal e amigos invísiveis. Prendas até 5 euros. Montes de cuecas e meias novas.

Bem vindos à época Natalícia.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

The resistance

Fui ver Muse no Domingo. Não, não tinha bilhete, mas a queridíssima S., predadora sexual e ocasionalmente hospedeira de bordo arranjou-me um.
Lá fomos nós, cantando alegremente músicas de Muse pelo caminho (dos dois primeiros álbuns claro, que somos gente velha).
Apesar da S. viver na Bélgique, país super tecnológico, deparámo-nos com algumas dificuldades no concerto.
Os nosso bilhetes eram Balcão 1. Sentámo-nos no Balcão 2, seguramente a 7 quilómetros do palco.
Puxámos das lunettes, e não demos parte de fraco pelo nosso erro de gente de aldeia.
Os nossos vizinhos de balcão tentaram por diversas vezes meter conversa connosco, mas falavam uma língua estranha: português de Lisboa.

Vizinha: O meu smoothie está a incomodar-vos?
S.: O quê?
Robene: O teu quê?
Vizinha: O meu smorfe está a incomodar?
S.: Não...acho que não...o que quer que isso seja, não me está a incomodar.

Resta também dizer que em todos os balcões as pessoas estavam de pé aos pulos, excepto no nosso. Bem que queria levantar a peida e abaná-la ao som do Plugin Baby, mas com muito medo de parecer um camponês das plantações de batata decidi manter um ar atento, fumar um cigarro, a fazer de conta que estava a apreciar deveras todo o espectáculo visual, que com a minha miopia se resumiu a umas cores desfocadas lá ao fundo.
Também não ajudou o facto de ter enfardado um Big Mac em dois segundos e lá por alturas de metade do concerto me ter dado uma crise de gases fodida que quase me impediu de mexer.

Sim, em Editors vou estar na plateia.

segunda-feira, novembro 30, 2009

A saga do Crepúsculo

Numa tentativa desesperada para me manter na tona do hype, eu e uns amigos decidimos finalmente dar o braço a torcer e ver o Crepúsculo.
Torna-se difícil engatar miúdas de 15 anos, quando não se viu o raio do filme.
Assim juntámo-nos em minha casa e alugámo-lo.
Crepúsculo conta a história dramática de amor entre um vampiro e uma humana. O drama aqui é não haver sexo entre o dois, sob pena de enquanto o vampiro estar a comer a pachacha da miúda, comer também o pescoço.
Depreende-se assim que deve haver muita masturbação.
Mas isso somos só nós, que tentamos sempre analisar em demasia os filmes.
E se o Crepúsculo parece que afinal é uma saga com mais dois filmes em lista de espera, também nós tivémos a nossa própria saga com o Crepúsculo.
Ainda o genérico não tinha acabado, e duas pessoas estavam já a dormir. Eu próprio tive de mandar bofetadas a mim mesmo para me manter acordado. E por ter gasto 3,5 euros no filme.
Salva-se o facto de haver uma musiquinha de velhos no fim (a.k.a. Radiohead!), e o facto de me parecer que as olheiras estão agora na moda, muito à conta do galã principal.

Comecei já a usar lentes de contacto.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Radiohead é pa velhos

Em conversa com um jovem de 18 anos decidi actualizar-me em relação ao que a juventude de hoje ouve.
Ipod troca com Ipod e ouço qualquer coisa do género:

Jovem Imberbe: Mas tens tanta coisa de Radiohead?

Robene: Claro! A melhor banda do mundo!

Jovem virgem: Os Radiohead são banda de velhos.

Robene (quase a ter um colapso cardíaco): Como?

Jovem prestes a ficar sem dentes: Sim...Quer dizer...Eles só tocam coisas esquisitas. Ninguém pode gostar daquilo. E o gajo tem uma voz esquisita.

Robene (aplicando técnicas de relaxamento mental): Mas e o The Bends?

Jovem ignóbil: Quem?

E enquanto temos esta conversa o jovem consegue escrever um SMS sem olhar para o telemóvel e actualizar o facebook pela PSP.

Por isso, para todos os jovens imberbes que pensam que os Radiohead são uma banda esquisita para gente esquisita (e velha, aparentemente), ouçam mas é este Fake Plastic Trees, do The bends, um dos melhores álbuns de sempre.

Olhem que eu não duro para sempre.

sábado, novembro 21, 2009

Duro de ouvido

Se faz bem a Farmácia tem.
Inspirado por este magnifíco slogan, inventado por agum génio do marketing, temos agora consultas para os velhos moucos. Isso mesmo. Todas as semanas temos um gajo que vai à farmácia medir a audição das velhadas.
«Fabuloso»-penso eu- «vou ter de deixar de gritar aos cotas o modo de tomar o Cozaar, e vou recuperar a minha voz sexy de final de dia».
Como hoje se viu, estou totalmente errado.

Velho(modo normal): Olá jovem. Vinha marcar a minha consulta dos ouvidos.
Robene: Sim, sim. Então e quarta da próxima semana parece-lhe bem?
Velho(modo normal): Sim, sim. Quarta cá estarei.
Robene: Vai ver que depois disto vai conseguir ouvir o noticiário no volume mínimo.
Velho(modo esquisito): Como? Mas eu ouço perfeitamente bem.
Robene: Não estou a perceber...
Velho(modo acabei de fugir da ala psiquiátrica): O meu problema é ouvir bem demais. Eu até ouço vozes. Às vezes o Ramalho Eanes, outras vezes o Jorge Sampaio.
Robene: Pois...não sei se lhe vão resolver esse assunto...
Velho (modo quinta dimensão): Muitas vezes ouço o meu filho desaparecido em 2001. Quer saber o que ele me diz?
Robene: Eu...não...ok....
Velho (modo pírulas): Paiiiii...ó paiiiiiiiii....

Hum...

quinta-feira, novembro 12, 2009

Entrelinhas

Vivem a vida a procurar interpretações de frases na Internet? Querem saber o segundo sentido de vários vocábulos típicos usados na língua de Camões?
Ora aí está...

Frase: Não gastes mais saldo, amanhã eu ligo-te.
Significado: Foda-se mas que chata. Vai-te mas é foder. Amanhã ligo-te mas é o caralho.

Frase: Não és tu, sou eu.
Significado: Arranjei outra.

Frase: A casa está um pouco desarrumada, não tive tempo para limpar nada.
Significado: Sou um porco do caralho, e gasto os tempos livres a cortar as unhas dos pés no lava loiças.

Frase: Hoje estou um pouco constipado. O café pode ficar para amanhã?
Significado: Estou com outra.

Frase: Sim, sim, adoro desporto. Jogo futebol com os meus amigos todas as sextas.
Significado: Corro durante 20 segundos, e depois vou jogar poker e fumar cigarros com os amigos.

Frase: Tenho um emprego estável. Ganho para as minhas coisas.
Significado: Trabalho por turnos numa fábrica da Sanitana. As minhas coisas incluem unicamente a roupa que trago vestida.

Quando eu for grande...

...quero ser o Pedro Boucherie Mendes. Ou como diria um certo amigo, o Pedro Bosch e Mendes.

Ídolos e psicotrópicos

Sei que por estas alturas andam todos a perguntarem-se mas por onde raio anda o Robene, que está tão desaparecido.
O Trindade por exemplo, ficou tão triste que acabou com o estaminé dele. A Jacaré até descobriu o meu número de telemóvel e liga-me a toda a hora.
A verdade é que as gravações do Ídolos deixam-me pouco tempo, e os intervalos que tenho são a tentar papar a Claúdia Vieira.

Ah, e pode também ter a ver com o facto de ter entrado em Doutoramento: História da ciência da Saúde: um estudo sobre a introdução de psicotrópicos em Portugal.
Interessante que chegue?

domingo, outubro 18, 2009

Fenómenos Explicáveis

Como conseguiram os U2 transformar-se de banda da segunda liga dos anos 80 em mega banda à escala planetária nos anos 2000?
A resposta é simples: A ascenção dos U2 a mega banda coincide com o fenónemo dos jogadores de futebol.
Reparem, não há um único jogador da bola que não responda à pergunta «Qual a sua banda favorita?» metendo os U2 ao barulho. Tanto faz ser o Cristiano Ronaldo que gosta de U2 e Ricky Martin como o David Beckham que gosta de U2 e Spice Girls. Referir os U2 como banda favorita dá uma espécie de credibilidade que esconde o verdadeiro guna que há nos jogadores de futebol.
Assim os U2 passaram de banda que até fazia umas musiquinhas porreiras para banda de escape de Azeiteiros.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Autárquicas 2009

As autárquicas são umas eleições muito excitantes.
Especialmente se viverem no Ermelo em Mondim de Basto.
Não é o meu caso, para grande pena minha.
Este ano vi-me num dos maiores dilemas da minha vida.
O meu querido progenitor masculino era candidato à junta...pelo CDS-PP. A juntar à festa, basicamente toda minha família está enfiada na lista do dito partido.
Domingo sou logo bem recebido pela família:

Tio: Ai vieste votar Robene? E vais votar o quê, seu comuna de merda?
Pai: Mais valia teres ficado em casa, se vieste votar nesses comunas do caralho.
Mãe: Tens mudado os lençóis da cama, seu comuna filho da mãe?

Perante tão calorosa recepção saltam à vista dois factos:
1. A minha família tem um português exemplar.
2. Eu posso ter sido adoptado.

Feitas as contas a Família ganhou a Junta, mas perdeu a Câmara. A CDU teve 19 votos, num concelho com una dimensão razoável.

Amanhã posso acordar com uma cabeça de cavalo ao lado.

Pítiriase Capitis

Saio de casa alegre e contente. Estou vestido com a minha camisa nova, as minhas sapatilhas de marca e os meus RayBan aviador.
Lá vou eu, andar gingão.
As mulheres olham-me com desejo, os homens com inveja.
Na verdade toda a gente olha para mim, até o homem que corta a relva do jardim em frente.
Sou irresistíve, penso eu.
Chego à farmácia. As minhas colegas de trabalho olham também para mim. Mas com um olhar horrorizado.
«Mas que merda é essa que tens no cabelo?», cospem as mal educadonas.
Corro para o espelho da casa de banho.
Do meu cabelo pendem verdadeiras placas amarelo-sebosas de CASPA.
O que é que o Robene tem na cabeça? Caspa. Muita Caspa.

Lições preciosas de combate à caspa...por Robene:

#1: Compre um anticaspa potente. Linic ou head and shoulders? Isso só funciona para os cabrões do Cristiano Ronaldo e do Ricardo Pereira (que por acaso já vi ao vivo e é feio comá merda, e passou-me à frente da fila de uma discoteca em que nem consegui entrar).
Peça ao seu farmacêutico uma merda bem potente. De preferência algo sujeito a receita médica.

#2: Faça a barba.

#3: Lave o cabelo com o champô que o seu farmacêutico lhe deu. Primeiro só com uma ligeira massagem. Pelo menos três minutos. A partir do momento em que o produto lhe começa a escorrer pela cara abaixo, aprecie a sensação de picada.

#4: Deixe o produto escorrer de preferência para dentro dos olhos. Grite de dor. Sim, momentaneamente cegou por causa de um champô para a caspa.

#5: Lembra-se de ter feito a barba? Ainda bem. Neste momento o champô está a provocar-lhe aquilo que parecem queimaduras de terceiro grau na pele recém barbeada. Grite de dor. Ah, continua cego.

#6: Enxage com água abundante. Contente por ter acabado?

#7: Não seja estúpido. Isto ainda não acabou. Tem de aplicar uma segunda vez o champô. A visão ainda nebluda permite aplicar outra dose generosa no cabelo. Começa a ouvir uma efervescência. É o cabelo a dissolver-se.

#8: Está nú, molhado, cego e com sangue a escorrer do queixo. A custo sai da banheira, desorientado. Ainda antes de chegar ao espelho, escorrega e bate com a cabeça na sanita (baixinha). Rasga uma gengiva no processo.

#9: Tarefa efectuada com sucesso. Lembre-se que tudo isto deve ser repetido três vezes por semana para evitar recidivas.

Boa Sorte.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Liga dos Últimos

Ninguém se lembra deles, mas eles existem.
São os micro mini partidos.
Hoje quando peguei na folha de voto, vi-me à rasca para encontrar o raio do partido em que ia votar, tal era a quantidade de siglas desconhecidas que enchiam o boletim de voto.
Interessa portanto saber a reacção destes pequenos cogumelos à vitória de Sócrates.

1: Partido Pró-Vida.
O partido pró-vida é uma coisa engraçada. Tendo como modelo ideal a Inquisição, surge como uma coisa retro, na medida em que pega em dogmas da época medieval, e os aplica em 2009. Podia até ser uma coisa fashion. Mas é só patética.
Vejamos a reacção do líder do Partido Pró-Vida à vitória PS:

«Querem que eu aceite a vontade “soberana do povo” expressa nesta votação? Não a aceito e repudio-a com veemência semelhante à rejeição pela vontade “soberana do povo” que condenou Cristo à morte. Querem que eu cumprimente a José Sócrates pela vitória eleitoral? Não o faço, antes o reconheço como representante daquela tirania sanguinária que já chacinou 40 mil crianças nascituras e que se prepara para aumentar o número de vítimas inocentes.
Este povo precisa de conversão e os Pastores têm que dizê-lo, sem medo e com clareza, em Fátima, nas Dioceses, nas Paróquias, nos meios de comunicação social, oportuna e inoportunamente.
À honra de Cristo. Ámen.»


Vai apanhar no rabinho, ó Partido pró-vida.
Ámen.

2: Partido Nova Democracia-PND
Este é o partido do Manuel Monteiro, o gajo que roubou os óculos ao Harry Potter e o queixo ao Quagmire. É também o partido de uma velhota que ninguém sabe quem é, mas que proferiu estas bela farpa:
«O resultado do Bloco [de Esquerda] é assustador”. “O melhor é emigrarmos todos e juntarmo-nos ao contingente que sai todos os meses para a Suíça, por exemplo, devido às dificuldades vividas”»

E pelo menos concordamos num ponto. Também eu acho que o Manuel Monteiro e a velhota devem emigrar rapidamente. E que levem os do partido pró vida, já agora.

3. Partido Nacional Renovador-PNR
Vi no outro dia deliciado um espaço de antena do PNR. Nele, o nazi que se diz líder do partido falava em como todos os problemas do país vinham de minorias que traziam insegurança ao povo português. E nisto mostravam imagens de pessoas de cor. Havia um preto à espera do autocarro. Dois pretos que conversavam numa esplanada. Um ajuntamento de pretos a andar pela rua.
Depois apareceram umas tipas feiosas, a falarem dos perigos da imigração, desta vez com imagens descritivas de chineses.
Fiquei imediatamente borrado de medo, tal era o aspecto perigoso de tais gândulos.
Os do PNR, isto é.
O Nazi refere-se assim ao resultado das eleições:
«O PNR manteve o seu eleitorado fidelíssimo e registou mesmo um crescimento sustentado relativamente às últimas legislativas

O que quer dizer que passaram de 3 para 4 eleitores.

4: CDS-PP
O partido do Portas...ai esperem, a este as coisas até correram bem, não foi?

Se houver coligação PS-CDS, eu vou é fundar um partido anárquico.

quarta-feira, setembro 23, 2009

O novo Robene

Ser dono de casa mudou muita coisa em mim.

De um momento para o outro, dou por mim a prestar atenção a anúncios de Calgon e Fairy pastilhas. A música do momento é mesmo o jingle «Prolongue a vida da sua máquina...com Calgon!». Canto isto enquanto faço trouxas de roupa preta, branca e castanha e me apercebo da razão dos meus amigos insistirem que eu me visto sempre da mesma cor.
Repare-se que o veho Robene nem sequer poria em causa lavar a sua roupa a tresandar a tabaco. Simplesmente enfiava-a no armário, esperando que no dia a seguir, os anões mágicos tivessem tratado do assunto. E normalmente tratavam, porque nunca mais conseguia encontrar a roupa no meio da confusão do quarto. O novo Robene lava a roupa em programas ECO, com detergente super concentrado e amigo do ambiente. Imaginem que até usa amaciador, coisa totlamente desconhecida até então.
O velho Robene acabava de comer e deixava a mesa no estado em que ficasse. Duas semanas depois, alertado pelo odor nauseabundo e insuportável de que se queixavam os vizinhos, conseguia descobrir pratos de frango com caril e larvas gigantes, capazes de colonizarem o planeta terra. O novo Robene acaba de comer, limpa os restos, separa as embalagens de vidro e de plástico, mete tudo na máquina e espera até serem dez da noite para por o lava loiças a funcionar (bi-horário da EDP, ah pois é!).
O veho Robene deixava cair um copo de vinho tinto no chão e ria-se muito, continuando de seguida para o quarto com um cigarro na mão e uma pastilha de Guronsan na outra. O novo Robene deixa cair vinho tinto no chão e trata imediatamente de limpar tudo até ao ínfimo pormenor, o chão é poroso e pode absorver a mancha.
O velho Robene fumava cigarros com os amigos em toda a casa, especialmente na hora da cagada (sem os amigos, entenda-se, só mesmo os mais próximos.) O novo Robene está com uma prisão de ventre fodida, uma vez que só fuma na varanda, e quando lhe dá a vontade de cagar, é preciso correr da varanda para a casa de banho, e quando lá se chega, só sai um micro cagalhão.

Parece-me que o velho Robene a modos que se divertia mais que o novo Robene.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Avante à direita

Fui ao Avante no fim de semana passado. Partilhei ideias com velhos de 85 anos, gritei a Carvalhesa, tratei toda a gente por camaradas, e até inalei substâncias ilegais vindas de vizinhos com no máximo 14 anos. Senti-me um verdadeiro gajo da esquerda, orgulhoso da sua libertinagem.
Chego a casa e vou fazer um teste qualquer que me mandaram para o mail, com vista a saber qual o partido com que mais me identifico.
«Vou rebentar a escala da esquerda», penso eu. Sou mesmo um gajo à frente.
Chego ao final do teste e saem os resultado.
«Caro Robene, o partido mais próximo dos seus ideias é o MMS».
«MMS?!?!»penso eu...Só pode ser um partido ainda mais à esquerda que o Bloco, que eu desconheço. MMS deve ser a sigla de Malta Muito Solta.
Mas não é. O MMS até é de direita e significa Movimento Mérito e Sociedade.
Todo o meu sistema de valores caiu por ali.
Quem sou eu afinal? De onde venho? Que mancha é esta que me apareceu no tintim esquerdo?
Saio angustiado, meto-me no meu carro japonês com dois anos, em direcção à minha casa nova, nuns ténis que me custaram os olhos da cara, com o iPod na mão.

Sim, se calhar é melhor repensar a minha filiação partidária.

domingo, setembro 06, 2009

Querida, não tenho dinheiro.

Impelido por uma profunda preguiça para decorar a mansão nova (leia-se, falta de dinheiro), decidi concorrer ao «Querida mudei a casa».
Como só se ganha uma decoração nova se se tiver uma história verdadeiramente trágica, tive de mentir assim um bocadinho.
Deste modo eu sou o Robene, recentemente diagnosticado com uma doença raríssima, a Lepsticoisice Pobrinhex II, que afecta somente 2 pessoas no mundo: eu e a Manuela Ferreira Leite. A doença caracteriza-se por não conseguir emitir qualquer expressão facial e ter dificuldades verbais, nomeadamente na palavra Piquena.
Na minha carta ao programa refiro a enorme mágoa de não conseguir mandar um sorriso que seja às criancinhas da rua que eu tanto adoro. Proponho que a minha casa seja decorada com Plasmas de 110 cm, no mínimo uma playstation 3 para cada divisão e não quero nada do IKEA, sou alérgico a contraplacado.
Junto anexo uma foto minha, olhar alheado, óculos fundo de garrafa a ler a CAIS e com uma carrinha da REMAR em pano de fundo. Tento assim dar a ilusão de ser um ex-drogado, a tentar reabilitar a sua vida depois da doença fatal de que foi acometido.
Estou já a treinar expressões faciais de surpresa (não muitas, devido à doença), e uns grunhidos de felicidade (nhhhhááááá, iiiiiirrrrrrraaaaa), de modo a que a Sofia não sei das quantas, a que apresenta o programa, me venha dar um abracinho e eu me babe um bocado para o decote dela.

Tudo em prol de uma casa nova.

quinta-feira, setembro 03, 2009

O Trono

Há uma coisa que não gosto na minha nova mansão: a sanita.
A sanita da minha casa antiga era uma coisa, epá, espetacular. Parecia ter sido feita ergonomicamente para o meu rabo. Grande, tampo sólido, apoio perfeito para as coxas. Naquela sanita as coisas saíam sem grande esforço. Sentava-me nela, e tudo fluía como devia ser. Aliás, estou neste momento a escrever este post enquanto mando um fax na minha sanita adorada. Vim de propósito à casa antiga só para me sentar neste trono.

A minha nova sanita é quase lilliputiana. Baixinha, com um diamêtro rídiculo, que me abarca o rêgo e pouco mais. Salpica-me o rabo. E fica de frente para um espelho. Por mais atraente que seja, coisa que sou obviamente, não deve ser propriamente o meu melhor ângulo: calças arregaçadas, joelhos quase a baterem no chão (não nos vamos esquecer que a sanita é baixinha), esgar de esforço tentando fugir com o rabo ao salpico malandro.

A minha próxima casa será escolhida tendo como único critério de selecção a sanita.

sábado, agosto 29, 2009

Editors-Papillon

Pronto, estava-se mesmo a ver. Foda-se para os sintetizadores. Já não bastava os Franz Ferdinand terem feito um álbum de merda, agora estes moçoilos decidiram que são os New Order ou o caralho.
Eu vou ali ouvir o Back Room e venho já.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Gripe Ahhhhhhhhhh!

Esta semana surgiram uns 700 casos de gripe A em Portugal. Ironia do destino, vão-me todos parar à farmácia.
Ali estou eu, impávido e sereno, livre de vírus, quando me entra a trupe das máscaras.

Mascarado infectado. E brasileiro.: Oi cára! A gente veio do Brásiu, estamos esperando pelos testes da gripe. Mi dá um paracetamóu.
Robene: (Dá passo atrás, panica um pouco. Tenta, sem sucesso, lembrar-se do que leu no plano de contigência das farmácias. Mas infelizmente, andou a ler o dito plano por mesas de café, com finos à mistura, e a única coisa de que se lembra é: Os farmacêuticos são uma classe de risco).

Quando o brasuca me paga, imediatamente incendeio a nota de 5 euros, despejo um frasco de álcool nas mãos, e outro na banca de atendimento. Os clientes seguintes olham-me com ar de medo.

Passados dez minutos, entra nova mascarada.

Mascarada que até parece boa, embora a máscara só me deixe antever os olhos: Queria mais máscaras, para não infectar a minha família.


5 minutos mais tarde, entra-me um finlandês com máscara. O cenário é semelhante. Ao fim da tarde já atendi mais uns 5 ou 6. Tenho as mãos secas do álcool, a banca cheira a desinfectante, e tenho umas 20 notas separadas, à espera de serem desinfectadas. Estou com taquicardia de tanto pânico.

Quando o último mascarado me paga, esfrego a nota nas mãos e lambo os dedos.
Não consigo viver neste desespero. E uma semana de baixa só me vai fazer bem.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Graciano Saga - Vem Devagar Emigrante

No seguimento do meu post anterior...
Quando ouço esta música sinto lágrimas a surgirem-me nos olhos. Lágrimas por haver alguém chamado Graciano Saga. Que além deste hit «Vem devagar emigrante», tem ainda o hit «Porque choras criancinha».
Verdadeira música chill-out.

Meu querido mês de Agosto

Com Agosto chegam as temperaturas quentes. Com as temperaturas quentes chegam o cheiro a sovaco, os incêndios florestais, as melgas e os emigrantes.

Há vários tipo de emigrantes. Longe de mim discursar aqui sobre as várias categorias de emigrante, mas estou neste momento a preparar o meu doutoramento sobre o assunto.
Generalizando existem dois tipo de emigras: Os Franciús, e os outros.
Serve este post para explicar o modo de vida dos emigrantes Franciús.
Esta espécie emigrou há vários anos, provavelmente para fugir com o rabo à ditadura salazarista. Chegados à Francia, reproduziram-se como hamsters com o cio, limpando retretes e transportando baldes de massa.
Resultado?
3 gerações depois temos coisas deste género...
«Ai na Francia não se paga nada pelos medicamentos»
«Ai lá na Francia não há este calor»
«Ai lá na Francia as pessoas são mais simpáticas»
«Isto é pá bouche? É que eu tenho é o cu assado»
«João Pierre, apanha a conquilhage»
«Onde é o concerto do Tony Carreira?»

Chip Shit

Fui no outro dia a um centro comercial.
No estacionamento do dito centro temos de retirar uma coisa em forma de moeda chamada Chip Coin, a qual temos de pagar à saída para podermos sair do estacionamento.
Vou à máquina pagar a minha Chip Coinas, e dirijo-me com o meu Ferrari para a saída. Quando chego lá, perdi a Chip Conas. Isso mesmo. No percurso entre ter pago a moeda do inferno e meter-me no carro, uns dois metros, perdi o raio da Chip Coin.
Atrás de mim forma-se entretanto uma fila impaciente de mães de fim de semana e surfistas com dentes brancos.
Saio do carro e mando toda a gente fazer marcha atrás, para sair com o meu potente carro e voltar a estacionar. Toda a gente obedece imediatamente, mal vêem os meus bíceps.
Ponho o carro de pantanas tentando encontrar a Chip Fodas algures enfiada. A Chip Mix não está em lado nenhum.
«Bonito», penso eu. «Vou ter de pagar esta merda de estacionamento toda».
Dirijo-me ao segurança.

Segurança (2 metros): Hum...mas então é daqui?
Robene (metro e meio): Hum...não.
Segurança: Ah, veio para o festival de metal!
(Atenção, eu estava de calção e havaianas, com uma tshirt do Poupas. Nem sequer tinha maquilhado os olhos de preto, coisa que faço regularmente em ocasiões especiais.)
Robene: Hum...não.
Segurança: Ah eu estive lá ontem. Foi altamente! Hoje também queria ter ido, mas não consegui folga.
Robene: Eu curto muito metal. Gosto daqueles...dos...askdvjdv (sussurro).
Segurança: Toma lá esta Chip Coin. Vai-te lá embora!

Afinal, há gente boa neste mundo.

quarta-feira, agosto 05, 2009

PDI

Durante muitos anos eu fui um mete nojo.
Enquanto os meus amigos debicavam saladinhas do Vitaminas e comiam uma maçã de jantar, eu enfardava menus do Mac e natas do céu ao pequeno almoço. Tudo isto, sem engordar um graminha que fosse.
Lembro-me do casamento do S. e da M. Quando deram ao tipo ao meu lado uma fatia maior do bolo de bolacha com cobertura de ovos moles, levantei-me de imediato e reivindiquei metade do bolo só para mim. Comi-o em 2 minutos.
Natas do céu, línguas de gato, KFC, pizza hut...Marchava tudo. E orgulhoso, olhava para a minha forma física invejável.

Fui no outro dia ao médico de família mostrar umas análises. Ao que parece tenho o colesterol MUITO elevado.
O médico fez uma pequena dramatização teatral, em como aos 40 anos eu teria de ser sujeito a uma cateterização das carótidas, virtude de placas de colesterol acumulado. Fez isto com gestos, e uma expressão sofrida, digna de um Óscar da academia. Saí de lá com uma receita de um medicamento para o colesterol, a qual deitei imediatamente no lixo.
A partir de hoje é só peixinho. Com bróculos e espinafres.
Por falar nisso acho que ando a ver a pior. Pode ser simplesmente um aumento de miopia, ou então cataratas. E acho que estes bicos de papagaio nas costas me estão a matar.

Estou a ficar velho, é o que é.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Urgência

É impressão minha ou os festivais de Verão andam com muito poucas casas de banho?
No SBSR só haviam as casas de banho do estádio. Em Paredes só vi umas 5 tói-tóis ranhosas, perigosamente inclinadas numa ribanceira.
Caríssimos, eu tenho uma bexiga que leva no máximo 5 ml de urina. Sou como um velho recentemente operado à prostata. Juntem a esta urgência mictórica, 5 finos de 33 cl e têem-me a mim, a mijar 6 vezes durante o concerto de Supergrass. E mesmo assim, acabei Franz Ferdinand com a bexiga cheia.

quinta-feira, julho 30, 2009

Franz Fucking Ferdinand

Em 2004 levantaram pó. Em 2008 tiveram 3 entradas em falso no concerto. Ontem estava no ginásio e pensei: E se eu fosse era a Paredes ver pela terceira vez os Franz Ferdinand?
Dito e Feito.
Saio uma hora mais cedo do trabalho, e meto-me em direcção a Paredes.
Peço a todos os leitores do blog que se não tiverem notícias minhas nos próximos 3 dias contactem a Polícia.

sexta-feira, julho 24, 2009

Correio Vermelho

A semana passada, durante o jantar...

Mãe: Olha lá meu filho Robene, ando a receber umas coisas tuas no correio muito esquisitas...
Robene: Meu Deus, será que dei a morada errada para a porno por correio?
Mãe: Não, não... É a tua irmã que tem ficado com isso . Estou-me a referir a folhetos dos filhos do demo.
Robene: Filhos do demo...mas que....?!?!
Pai: TU AGORA ÉS COMUNA?? QUE RAIO DE FOLHETOS SÃO AQUELES DO BLOCO DE ESQUERDA QUE TEMOS RECEBIDO COM O TEU NOME?
Robene: Folhetos? Mas eu não...
Mãe: Ai Meu Deus, onde é que errámos? Porque nos deste tu um filho bloquista?
Robene: Mas...
Pai: Tu nesta casa hás-de ir votar sozinho. E vais marcado, ai se vais! Com a cor vermelha do Inferno!!!
Robene: Mas onde raio me puseram os folhetos?
Mãe: Foram queimados. Agora toma estes fohetos do CDS-PP, e olha para o Paulo Portas. Esse sim, é um orgulho para a mãe!

Olho para o prato de peixe assado que tenho à frente. O molho parece-se levemente com um escarro, e eu acho que os meus pais me andam a tentar envenenar. A água sabe esquisita.

Para a próxima lembrem-me de dar a morada de Coimbra, para assuntos de política.

quarta-feira, julho 22, 2009

Home

A minha casa tem vidros nas janelas que não são limpos desde 2001.
Tem bolor na casa de banho. De vez em quando ligamos a luz da sala e a lâmpada explode.
A janela do meu quarto deixa entrar uma corrente de ar brutal, pelo que tive de mudar a orientação da cama. As paredes estão amarelas do tabaco. A cozinha tem a pia entupida. O frigorífico faz barulhos estranhos.
O exaustor tem gordura do século passado. Literalmente.
Há uma máquina de roupa que não sabemos como funciona. A lareira não se pode acender. O isolamento não existe. Durante quase uma década, os vizinhos conseguiram ouvir todas as minhas conquistas sexuais, que regra geral, eram bastante barulhentas. Há coisa de dois meses caiu um bocado do tecto das escadas do segundo andar. Por sorte só uso elevador.
A minha casa tem um poster velhinho do Trainspotting na parede, todo encarquilhado. Encontro moedas de escudos debaixo do sofá. E centopeias, de vez em quando.
A recepção da televisão é muito má. Roubaram carros do estacionamento.
A minha casa na verdade nunca foi minha, porque o senhorio nunca me passou recibo, e eu podia ter uma fiscalização e denunciá-lo.
Eu estudei nesta casa. Comi línguas de gato ao almoço. Vomitei. Chorei. Dormi. Fodi.
Trouxe amigos e família, pessoas desconhecidas, outras nem por isso.
Conheci amigos, e conheci conhecidos.
Vi filmes como o Padrinho e o Ataque das aranhas assassinas.
Joguei sueca, poker, trivial. E strip poker.
Tive ataques de riso. Tive ataques de asma, tal era o cotão debaixo da cama.
Usei o mesmo edredon durante 6 anos. Esse com manchas.
Fiz flores para o carro, trajei-me, vesti caloiros.
Fumei muito. Bebi ainda mais.


Hoje olhei em volta e disse adeus.
Amanhã começo as arrumações para as mudanças.

Sou mesmo um sentimental de merda, eu sei.

segunda-feira, julho 20, 2009

Super Bock Super Fome

Sábado o gang da aldeia (Robene e amigos) rumou à Capital, para o Super Bock Super Rock.
Estávamos com muito medo do que nos podia acontecer, pelo que andámos sempre juntinhos, eu com um badalo à frente para ninguém se perder.
Comprámos a muito custo o bilhete de metro, depois de horas nas máquinas a tentar descobrir se comprávamos uma zona ou duas. Apanhámos um autocarro do Cais de Sodré apinhadíssimo e levámos com cheiros que não existem na bela e pacata Coimbra. Ohávamos com curiosidade para os prédios com mais de 3 andares e para mendigos na rua.
E por fim chegámos ao estádio do Restelo.
Ìamos esfaimados.
A organização do SBSR caprichou. Haviam umas duas tendinhas de Telepizza para comer, cada uma com três horas de fila de espera. As casas de banho tinham filas de duas horas. A cerveja era a dois euros o copo.
Depois de duas horas na fila da TelePizza, e já sob risco de desmaiarmos por inanição, lá enfiámos duas fatias de de pizza cada um pela goela abaixo e corremos para ver Killers, depois de termos de suportar os balidos da Buffy, a caçadora de vampiros.

E valeu a pena. Valeu sim, senhor.

quinta-feira, julho 16, 2009

Abra a boca.

Hoje ligo a televisão no noticiário da SIC.

Jornalista: E o senhor prefere pela boca, ou nas mãos?
Senhor vehinho: Eu gostava mais pela boca, mas realmente é mais higiénico se a receber nas mãos.

Fico curioso.

Jornalista: E a senhora? Prefere que o padre lhe dê na boca, ou a meta nas mãos?
Senhora Velhinha: Ai eu gosto mais pela boca, mas pronto, se tem de ser tem de ser....

Trata-se obviamente duma nova investigação sobre abusos sexuais por parte da igreja católica à classe geriátrica, penso eu.

Mas não. É só sobre a toma da hóstia e a gripe A.
Alarmistas do caralho.

sexta-feira, julho 10, 2009

All I ever wanted, all I ever needed is here...in my nose

In Blitz:

«De acordo com a Música no Coração, produtora do Super Bock Super Rock Porto, "Dave Gahan, vocalista dos Depeche Mode, sofreu ontem, no concerto dado pela banda em Bilbao, uma lesão no músculo da perna que obriga a banda, por indicação médica dada ao vocalista, a cancelar os dois últimos concertos da tour europeia, que incluíam o concerto de dia 11 de Julho no Super Bock Super Rock no Porto.»

Agora substituam «lesão no músculo da perna», por rebentou o nariz a snifar coca e «indicação médica» por indicação do dealer. E têm o parágrafo que me fodeu o dia, o mês e o ano.

quinta-feira, julho 09, 2009

Beja Power

Se Coimbra tem os Wraygunn, Beja tem os Virgem Suta. Acho que ficam a ganhar.

terça-feira, julho 07, 2009

A revolução está nas ruas

Não sei se sabem mas fui de férias.
Sim, parece que estou sempre de férias, e na verdade estou. Podia-vos explicar como conseguirem este feito, mas implica contrabando de cocaína e sexo vale-tudo com a entidade patronal pelo que suponho que seja demais para as vossas alminhas.

Continuando, fui de férias para esse verdadeiro país à parte que é o Al(l)garve, mais precisamente Albufeira.
Dou por mim, num dos dias, a jantar um rodízio de peixe assado com uns amigos e amigos de amigos.
Qual o meu espanto quando, entre o besugo e as lulas, e ainda tentando tossir uma espinha de dourada, me apercebo que dois dos amigos de amigos são filiados no PNR!
Por momentos quero acreditar que PNR sejam as siglas de um novo banco, mas não são. São mesmo as siglas do Partido Nacional Renovador.
Faço um voto nesse dia, enquanto cuspo uma escama de carapau. Por cada apoiante do PNR há-de haver um do Bloco de Esquerda.

E é assim que, chegado a Coimbra, convenço (a muito custo) o L., e tcharam: o BE ganhou dois novos filiados (ou camaradas, como nós, membros do BE nos costumamos carinhosamente chamar).
Em breve terei de pagar as quotas, mas será um pequeno preço em honra das baleias do mar que são assassinadas, dos pret...perdão, das pessoas de cor diferente que são discriminadas, da classe operária oprimida nas fábricas da auto-europa.

Proletariado de todo o mundo respirai de alívio!
O Robene chegou à política!

(Sim, vocês estão a perguntar-se: O quê? E porque não o PCP? Tenho três razões: Ana Drago, Joana Amaral Dias e Marisa Matias. Agora vão lá googlá-las e digam que não sou um gajo esperto!)

CR7

Apetecia-me fazer um post sobre o Cristiano Ronaldo.
Tinha até já escrito umas merdas com piada, gozando com o facto do CR7 engatar milhares de miúdas em segundos e ter 80 mil espanhóis a vê-lo num estádio.
Mas este tipo de culto em torno de uma pessoa é simplesmente deprimente.

Especialmente quando não é dirigido a mim.

segunda-feira, julho 06, 2009

O ressuscitado

Coisas que aconteceram desde que o blogue acabou:

#1: O Michael Jackson morreu.
#2: O PSD ganhou as eleições.
#3: Caíram dois aviões.
#4: O Manuel Pinho foi despedido por fazer corninhos.
#5: Os casos de gripe A em Portugal dispararam.
#6: Descobri que a Carolina Patrocínio tem as pernas arqueadas comó caralho.

A bem do País e do Mundo estou de volta.
Foda-se para a coerência.

sexta-feira, junho 05, 2009

Is this it?

Um grande abraço a todos os que me leram durante estes 3 anos.
Espero que esta despedida deixe algumas lágrimas no canto do olho a alguns.
A mim quase que me deixou...

terça-feira, maio 26, 2009

Indo eu, indo eu

Vou no outro dia jantar com uns amigos, coisa que faço regularmente dada a minha vida social super agitada.
A meio do jantar alguém fala de Viseu.
Eu deixo escapar um «Nunca fui a Viseu».
Sou olhado como um bicho raro.
«Nunca foste a Viseu?» cospe o D.
«Não», respondo eu. E começo a ver que este assunto vai dar que falar.
«Espera lá! Nunca foste a Viseu? Mas que cidades conheces tu do nosso Portugal?», grita o C., enquanto abana a bandeira portuguesa e faz o aperto de mão secreto do PNR com o D.
«Bem...Conheço...hum...Aveiro, Coimbra...mais...hum...Braga...Porto...e...Lisboa», respondo eu, já com medo.
Nisto os meus três amigos começam a falar ao mesmo tempo, chamam-me nomes, dão-me pontapés por baixo da mesa e cospem-me.
D. (visivelmente irado): «COMO É POSSÍVEL? UM GAJO COMO TU, QUE JÁ VIAJOU MEIO MUNDO E NÃO CONHECE NADA DE PORTUGAL?» e nisto pega-me violentamente no pulso e eu acho que ele me vai enfiar uma lambiostina no focinho.
Começam então uma interessante discussão sobre a cidade mais bonita de Portugal, discussão à qual sou obviamene alheio por não conhecer nem Guimarães, nem Tomar, nem Viana de Castelo, nem Manteigas nem Bragança nem o caralho mais velho.

Caríssimos. Vou ter uma semana de férias em Junho. Vou pegar no meu Toyota Azul e começo em Caminha. Conto no final da semana chegar a Vila Real de Santo António. A minha viagem será documentada com fotos que comprovam a minha estadia nestas cidades. Se não tiverem notícias minhas pelo final da semana, o mais certo é eu estar algures em Espanha dado o meu sentido de orientação certeiro.

Modern life is not rubbish

Lembro-me de há dez anos ouvir a antena3 24 horas por dia para conseguir gravar uma música qualquer em cassete.
Lembro-me de aguentar até às duas da manhã, para ver os filmes franceses do canal 2 e ter um vislumbre de maminhas ao léu.

Hoje?
Hoje em dia escrevo mamas da Claudia Jacques no Google e voilá.
A vida moderna é demasiado fácil.

segunda-feira, maio 25, 2009

Dude, where's my car?

Saio hoje do ginásio, totalmente cansado depois de duas flexões e três abdominais.
Corro feliz para o conforto do meu carro, pensando na beleza das suas 4 rodas, e em como não faço 1 km a pé desde que o tenho.
Corro para o carro...mas o carro não está onde o deixei!
Panico um pouco. «ROUBARAM-ME O CARRO!!!», grito eu. «Foi rebocado» grita o homem do talho.
Rebocado? Ok, estava estacionado em cima do passeio, impedia a passagem de peões e estava nas imediações do quartel militar. Mas eu paguei 300 euros para andar num ginásio, não há-de ser a falta de estacionamento que me vai impedir de ir levantar halteres de 2,5 kg.
E ali estou eu especado: de calções e tshirt justinha. Com uns ténis Nike com caixa de ar. Está a chover e eu estou cheio de frio. Por momentos sinto-me no Survivor.
«Vou ligar ao L.», penso eu. Mas deixei o telemóvel no carro. »Não faz mal, ligo do café», mas deixei a carteira no carro.
Apetece-me chorar, mas ponho-me a andar para casa. Isso mesmo, a andar. Caminho e caminho pelas ruas de Coimbra, perna ao léu, mamilos erectos do frio. A meio caminho penso que vou morrer de exaustão. Tenho fome e frio e sede. Ao fim de 7 minutos finalmente chego a casa.
«Onde estão as minha schaves de casa?», indago-me. Sim, isso mesmo. Estão no carro.
Como podem depreender se alguém me roubasse o carro podia facilmente roubar a minha identidade, e eu conheço muita gentinha que não se importava nada disso.

Duas horas depois aqui estou eu. Arrotei com 120 euros. Mas o meu Toyotinha está lá em baixo à minha espera.

sábado, maio 23, 2009

Momentos embaraçosos #1

Lembro-me hoje de quando estive na Polónia.
Estavámos numa discoteca qualquer e eu fui aliviar as azeitonas à casa de banho.
A meio da mija, solto, inadvertidamente, um sonoro peido.
Olho envergonhado para o lado.
Dois polacos entreolham-se e comentam qualquer merda em polaco.
Ainda hoje acho que eles devem ter comentado: «Só pode ser português».

terça-feira, maio 19, 2009

Ó Stora

Finalmente encontrei a minha frase de vida! Obrigado professora de Espinho ligeiramente ordinária. De hoje em diante, em qualquer quezília que tenha lá terei de gritar:

«ESTÁ COMO EU COSTUMO DIZER...UM METRO E SETENTA LÁ EM BAIXO!»

Embora a parte das cuecas molhadas também se adapte perfeitamente bem.

quinta-feira, maio 14, 2009

EDP, uma cambada de chupistas

O que mais temíamos aconteceu. Este mês recebemos 325 euros de contas de luz.
É desta que nos descobrem a plantação de cannabis que temos cultivado com lâmpadas UV de alto consumo debaixo da cama do L.

Diferenças de género

Atendo dois pombinhos amorosos e entrelaçados. Adoro atender utentes assim, que estão a falar para mim enquanto enfiam as línguas no suco gástrico um do outro.
Ela: Estou um pouco mal-disposta.
Ele arrota com um: Ela apanhou alta bebedeira ontem meu!
E nisto apalpa-lhe a mama.
Ela pensa: «Ai que romântico, ele ama-me mesmo profundamente. Só uma pessoa intensamente apaixonada por mim me apertaria o seio de forma tão delicada. Quero os filhos dele
Ele pensa: «Estou cheio de tusa».

Continua uma interessante conversa em que o gajo do casal olha gulosamente para a estagiária, a miúda do casal olha apaixonadamente para o gajo e eu olho estupidamente para os dois, enquanto tento fazer perceber que se a gaja apanhou uma bebedeira mais vale é ir curá-la para casa com água.
Saem de lá os dois, sem terem ouvido uma palavra do que disse, com as respectivas mãos enfiadas no bolso traseiro das calças um do outro.

Eu fui vomitar.

quarta-feira, maio 06, 2009

Eu sei, tu és.

Parece que os Coldpaly foram novamente acusados de plágio. Depois do Joe Satriani os ter acusado de plagiar a «Viva Loca» ou a «Viva la vida» ou lá como raio se chama a música, é a vez do Cat Stevens também reinvidicar a sua posta de pescada. Eu próprio acho essa musicóila muito parecida com um ataque de gases que me deu em 2002 depois de ter bebido demasiada cerveja Tagus. Estou a ponderar um processo judicial.

Mas se falamos de plágio, não há nada mais evidente que a put...perdão, cantora que se segue. Lady GaGa é o seu nome, e cantar música de carrinhos de choque a sua profissão. Lady Gaga rouba descaradamente melodias aos Santamaria. Não sei como nunca ninguém reparou nisto dada a enorme base de fãs dos Santamaria por todo o mundo. Mas após análise cuidadosa durante dias da música «Poker Face» da Gaga e da «Tudo P´ra te amar» dos Santamaria, chego à conclusão que a única diferença é mesmo a pelagem das cantoras. A loira Gaga aparece no vídeo como se de um ensaio da Playboy se tratasse. A morena dos Santamaria anda mais vestida como se estivesse a ser fotografada para a Maxmen portuguesa: lá dá uns trejeitos de mama, e abana um bocado o rabo, mas na verdade nunca se vê nada capaz de nos pôr com vontade de lhe mandar a sarda.

Por isso fãs dos Santamaria: é melhor que se ponham a pau. Cheira-me que o próximo hit da Lady Gaga será o «I know, you are».

domingo, maio 03, 2009

All by myself

Chego à conclusão de que a grande dificuldade dos noivos casadoiros hoje em dia é decidir o que se faz aos amigos solteiros.
Reparem:
-As mesas são em número par.
-Se houver casais, basta um convite por casal. Se forem dois solteiros lá se gastam dois convites.
-As prendas dos solteiros tendem a ser muito mais rascas do que as de um casal.
-Tem de se gastar uma mesa inteira para se colocar os encalhados, que regra geral são os que bebem o vinho todo e acabam a noite a dançar desfraldados, agarrados a um copo, ranhosos e com lágrimas nos olhos, a cantarem o «All by myself», versão Céline Dion.

E depois é vergonhoso chegar aos 20 e tais anos e não se ter sequer uma namorada brasileira sedenta de nacionalidade portuguesa.

Já agora: Parabéns S&M! Esperamos para o ano ter rebentos chorosos. Eu fico encarregue de vos vender todos os cremes supérfluos para assaduras de rabo.

terça-feira, abril 28, 2009

quarta-feira, abril 22, 2009

Música Tuga

Algo se passa na música portuguesa. E não, não me refiro só à Rosinha e ao seu hit «Meu amor que quero uma mala».
Eu bem me lembro de quando tínhamos músicas profundas. Os Clã a cantarem o seu «Sopro do coração», os Ornatos com a poesia pura do «Ouvi dizer».
Sintonizo a antena 3 no outro dia. Primeiro ouço o Rui Reininho a cantar (diz que sim, ah ah): «Vamos todos parir, se o esperma permitir». A minha mente obviamente super puritana por momentos fica indignada. Não sei se me ria, se faça desta frase um modo de vida.
A seguir entram os Buraka Som Sistema, com a fabulosa Deize Tigrona, nome que me traz à memória belos pornos dos anos 90. Mas não é só pelo nome...
«Eu vim lá do Brasil
P'ra fazer show na Europa
Morta de saudade
Na cabeça só piroca».

A próxima música dos Buraka parece que vai incluir sons gravados em estúdios de filmes porno, e vai ser interactivo, incluindo um DVD da Deize Tigrona a abanar a peida no Coachella.

terça-feira, abril 14, 2009

Será que...

...ainda alguém tem paciência para o Lost? Ou muito me engano ou a sexta temporada será passada em Marte, a ilha é na verdade a Ilha da Caras, e o projecto Dharma pertence na verdade à ANF.

domingo, abril 12, 2009

Pandoras e Pandeiros

Mulheres de todo o mundo: já têm a vossa Pandora? Não sabem o que é a Pandora?
A Pandora é uma pulseira. Sim, isso mesmo. Uma pulseira.
Mas é uma pulseira diferente. Para cada acontecimento especial de sua vida, cada mulher compra um berloque que anexa à sua Pandora, sendo este um símbolo extremamente profundo que perdurará para toda a vida.
Nasceu-lhe um filho? Compre um berloque em forma de menino. O seu namorado meteu-lhe os patins? Compre uns chifres. O seu namorado meteu-lhe os patins outra vez? Compre uma figurinha de uma faca bem afiada.

Hoje em dia quando conheço alguém do sexo feminino institivamente olho-lhe para o pulso: se não tiver Pandora dirijo-lhe a palavra. Se vir um monte de berloques a pender-lhe do pulso, cuspo-lhe na cara.

terça-feira, abril 07, 2009

3

Neste momento o Xarope deixa de comer papas sem glutén e passa a poder comer pedaços de fruta esmagada e peixinho cozido sem espinhas. Não obstante, continua a usar fraldas Dodot e precisa de alguém que lhe limpe o rabo. Para isso acho que posso sempre contar com vocês, fiéis leitores do Blog.
A 3 de Abril, o Xarope fez três anos!
Obrigado a todos!

segunda-feira, abril 06, 2009

Tórero!!

Há uns anos atrás, enganado por promessas vãs de gajas boas e álcool gratuito (ou gajas gratuitas e álcool bom, não me lembro), dei por mim num concerto de Mata Ratos. Conheci temas intemporais como «A minha sogra é um boi», e o concerto acabou em tom festivo-religioso com uma versão punk de «Põe tua mão na mão do meu senhor» do padre Borga. Se o Borga ouvisse isto, uma multidão de gente sebosa a entoar hinos católicos iria concerteza sentir-se orgulhoso, e morrer um pouco por dentro.


Ontem, depois de um jantar num sítio de classe em que tive de entrar numa conga de gente a entoar «Apita o comboio» cantado por um guapo senhor chamado João Belo com duas bailarinas semi despidas e com pouco mais de doze anos (mas que fumavam que nem umas vacas), decidimos acabar a noite num bar de salsa.
Minha gente, deve haver pessoas que passam os dias todos da semana a ensaiar a dança. Eu tentei uns passos epilépticos e depois tive de ir fumar um cigarro. A sala de fumadores ficava algures no fundo da sala, pelo que tive de atravessar todo o salão de dança para lá chegar. Demorei algumas 2 horas. Tive de me desviar de pelo menos 50 gajos que levantavam os seus pares em espargata pelos braços. Levei com um cotovelo no focinho. Fui calcado e quase que me convenceram a entrar noutra conga, desta vez para dançar o «Tórero».

Nunca mais na minha vida me deixo ser enganado.

Dodot

Finalmente o problema das minhas assaduras de rabo acabou. Não mais tenho de andar envergonhado com uma bisnaga de halibut no carro. Chega de andar com as pernas abertas e selo na cueca.
Descobri que já existe um papel higiénico com loção para assaduras. Na caixa exibe um homem contente, sorriso aberto. Podia ser eu.

domingo, março 29, 2009

Mesa Posta

Os médicos podem ter viagens pagas ao estrangeiro, plasmas ou cruzeiros. Os farmacêuticos têm formações. E toda a formação é esperada com ansiedade.
Não porque os temas são interessantes. Meu Deus, já fui a formações sobre cogumelos usados em vaginites. Normalmente as salas são aquecidas aos 30ºC, pelo que passados 10 minutos pelo menos 9 farmacêuticos em cada fila de 10 cadeiras estão a dormir. Os brindes incluem canetas, blocos post it e folhetos. O sonho de qualquer coleccionador digno do «coleccionando» dos Gato Fedorento.
Não, a ansiedade é mesmo pelo jantar. O jantar é o ponto alto de cada Formação.
Neste momento tornei-me um mestre na arte de seleccionar muito bem as formações. Temos aquelas em que o jantar é volante. Por muito excitante que possa parecer, não é muito prático no meu caso equilibrar o bacalhau com natas numa mão, o copo de vinho na outra, e o prato de arroz de pato no antebraço. E comer isto tudo a tempo de ser o primeiro a chegar à mesa das sobremesas.
As formações que prometem «Jantar-buffet» são normalmente um flop. O buffet consiste em meia dúzia de rissóis, uns quantos croquetes e uns mini pastéis de nata. E os farmacêuticos são malta sacana, normalmente é muito difícil furar pelo meio da multidão esfaimada para sacar uma chamuça que seja. Aquilo ao princípio é tudo cheio de salamaleques, mas passados 2 minutos estamos a passar rasteiras uns aos outros para ficarmos com o pedaço de quiche maior.
Por isso hoje em dia só vou a jantares super chiques. Daqueles sentado, em lugares snobíssimos como a Quinta das Lágrimas, em que temos empregados a encherem-nos a pança de rosbife vermelhinho e vinho tinto do bom.
E em que efectivamente até como de boca fechada, e tenho tempo de deglutir a última garfada, antes de me levantar a correr para as sobremesas.

quarta-feira, março 18, 2009

Férias para todos

Estou de férias. Uma semana inteira para fazer aquilo que sempre quis fazer.
Basicamente uma pessoa passa meses a sonhar em ter uns dias só para si. Descansar, estar com os amigos, talvez até tomar banho.
Mas depois as férias chegam e eu decido-me a ir para o Noites Longas (nota do editor: discoteca de referência em Coimbra, com aproximadamente 30 metros quadrados e odores corporais no auge.Mas passa rock). O que prometia ser uma noite de «bebo só uma cervejita e depois vou embora», tornou-se numa noite de «Já enchi este cartão e agora vou fazer figuras tristes ali para a pista gritando esta música dos Yeah Yeah Yeahs e atirando-me para cima de algumas pessoas sóbrias». Saí de lá com marcas de cigarros nos braços, o que só indica uma noite bem passada.
Hoje, em vez de acordar cheio de energia e pronto para arrumar a casa, acordo e arroto cerveja. Rebolo até ao sofá. Deito-me. Levanto-me. Volto a arrotar. Vejo televisão, enquanto bebo um refresco de Guronsan. Aos poucos o pessoal de casa acorda, tossindo os pulmões e correndo para os maços de tabaco semi-vazios e restos de café.
Não sei porquê, mas os dias de férias que tenho planeados, acabam sempre por serem boicotados pelas noites.

sábado, março 14, 2009

Vinho do Porto

Há coisas que só se ganham com a idade.
Os homens parece que ficam melhores. As mulheres começam a ganhar taras por homens mais velhos.
Eu, se uso uma boina pareço o Che Guevara. Se alguém nos seus 40s, com o mínimo de estilo, usa uma boina é uma pessoa cheia de charme.
Eu, se bebo um copo de vinho tinto, devo ser bloquista. Se alguém nos seus 40s bebe um copo de vinho, é uma pessoa cheia de classe, que já passou a infantilidade de beber cerveja.
Eu, se dou esmola ao drogado que me arranjou estacionamento sou um incitador de consumo de cavalo. Se alguém nos seus 40s dá esmola, é uma boa alma que está a judar o pobre coitado a satisfazer os seus vícios.
Eu, se fumo cigarrilha devo ser meio drogado. Se alguém nos seus 40s fuma cigarrilha é porque tem um profundo estilo e atracção magnética.

O que me vale, é que com as olheiras que tenho, aos 40 deverei ser um sósia do George Clooney. Estou a guardar toda a minha potência sexual e de engate para essa altura.

quarta-feira, março 11, 2009

Clube de leitura

Que os ginásios não são sítios onde se discute literatura da idade média e cinema independente isso já eu sabia. Basta dizer que eu sou o único gajo com óculos de massa, marca indelevelmente intelectual.
Mas eu que me considero um gajo cheio de sentido de humor e piadinhas no momento certo começo a ficar alarmado.

Hoje:
Hércules: Olá pá. Tudo no sítio? Aha aha ahah (riso com esteróides). Sempre em cima delas? Ah aha ahaha (riso anabolizado).
Robene: Hum...(ajeita os óculos de massa, chamando obviamente a atenção para o calibre intelectual do riso que se segue)...Eh eh eh (riso à lá Woody Allen).

Minutos depois, entra outro gajo:
Hércules: Olá pá! Sempre em cima delas? Ahahahaha.
Gajo: Ou elas em cima de mim! Ahahahah!

Nisto todo o ginásio desata a rir, juntam-se a um canto debatendo quem tem os bíceps maiores e basicamente ignoram-me, eu que ia começar uma interessante discussão sobre a filmografia do David Lynch.
Simplesmente não tenho resposta para este tipo de afirmações. Eu que sempre me considerei o centro das discussões, vejo-me reduzido a risinhos tímidos e acenos de cabeça cada vez que alguém debate o facto de ser tão difícil treinar à tarde porque estão muitas gajas e um gajo desconcentra-se (que era o tópico de conversa de hoje).
Por isso dois avisos:
1: Meninas que vão ao ginásio, confiem apenas em gajos de óculos de massa.
2: Devia era ter-me inscrito num clube de leitura.

sexta-feira, março 06, 2009

Casa mãe

Caríssimos, escrevo-vos este post na certeza de que agora, finalmente, sou um homem feito.
Comprei casa.
Não, não é na Conchada. Após reacções como: «Vais viver no Casal ventoso de Coimbra?», ou «Fui assaltada 7 vezes o ano passado na Conchada», decidi que não era sítio para mim. Ok, ia viver paredes meias com casas a cair, mas era ideal para o meu estilo de pseudo intelectual com óculos de massa.
Em vez disso o meu estilo de pseudo terá de se transmutar para a chiqueza que é...(rufo dos tambores)...a QUINTA DO GRIJÓ.
Sim, terei bancadas em silestone. Aspiração central. Spots no tecto. Tudo o que é topo de gama para este rabo fino.
Sim, endividei-me até aos 66 anos. Terei de fazer dieta e basicamente passar a alimentar-me de arroz e ervilhas.
Estão desde já convidados para a inauguração dessa obra de arquitectura, algures em Maio. Até lá os convites estão restritos a quem me oferecer sofás IKEA e LCDs Sony.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Hum...

Episódios da minha vida (in)feliz:

Sr construtor: E esta bancada é em silestone! (ar de quem disse uma grande merda)
Robene: Hum...(ar de quem não faz ideia que merda é essa)
Sr. construtor: Silestone Sr. Robene! O silestone não mancha!!!
Robene: Hum...(ar de quem se está cagar para o silestone).
Sr. construtor: E este aquecimento...este aquecimento é em pedra!(Ar de quem cagou a 8º maravilha do mundo)
Robene: Hum...(ar de quem não está a cheirar a 8º maravilha do mundo)
Sr. construtor: Em pedra Sr. Robene (ar dramático)! Isto vai economizar-lhe milhares de euros!
Robene: Hum...(ar de quem usa aquecedores a óleo, daqueles com barrinhas).
Sr. construtor: E esta aspiração central!! Sr. Robene! Repare que o contentor de aspiração está na garagem! Não vai fazer barulho nenhum!!( Olhos de Bambi. Olha para o buraco da aspiração central como se fosse o seu filho mais velho)
Robene: Hum...(ar de quem comprou um aspirador por 25 euros na Worten)

Deus dai-me força.

Monopólio

Coisas que se aprendem quando se anda à procura de casa:

#1: Todos os amigos vão sempre achar que as casas que eu gosto são muito caras.
#2: Todos os amigos vão sempre achar que as casas muito caras que eu gosto se situam em zonas de drogados e putas.
#3: Enquanto eu vejo um magnífico terraço onde posso colocar uma churrasqueira e beber caipirinhas, todos os amigos vêem um terraço por onde os ladrões vão entrar à noite e sodomizar-me enquanto me roubam o LCD da sala.
#4:Palavras como «spots no tecto», «bancada em silestone», «vidro termo-não-sei-quê» aparentemente inflacionam as casas em 20 mil euros.
#5: O orçamento inicial é sempre pouco.
#6: O orçamento final implica ficar com uns 20 euros por mês para comer.
#7: Lógica Robene: «Rés de chão implica não ter de pagar condomínio de elevador». Lógica humana e racional dos meus amigos: «Rés do chão implica ladrões a entrar pela janela do quarto e degolarem-te».
#8: A Euribor está a descer. Mas pode subir. E depois descer. Mas nada garante que não suba outra vez. A Euribor será no meu futuro próximo a minha religião.
#9: Ter amigos bancários dá sempre jeito (Obrigado S. e M.!)
#10: Não sei que merda faça. Amanhã vou negociar uma casa. A minha estratégia é curvar-me aos pés do senhor construtor, aninhar-me em suas pernas e garantir que não vou sair dali enquanto ele não me baixar 25 mil euros na merda da casa. Que é um rés de chão. Mas tem bancadas em silestone.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

As saudades que eu já tinha...

Há uns tempos atrás o M. comprou uma Playstation 3 cá para casa.
Quando chegou com a caixa da PS3, houve urros de alegria, abriu-se uma garrafa de champanhe, fomos gritar para a varanda a nossa sorte.
Depois jogámos um jogo qualquer durante meia hora, e desde então nunca mais ninguém tocou na PS3. Está lá a um canto a ganhar pó.
Isto para explicar que já não nos vamos mudar de casa.
Durante coisa de uma semana foi a excitação: Ai que giro, vamos para a baixa boémia, vai ser a loucura, fazer as mudanças, tão booom, lá lá lá.
Passada a semana de excitação veio a realidade: Ai que não temos mobília, ai que temos milhares de merdas para empacotar, ai que não há estacionamento, ai que fomos tão precipitados...
Como somos gente de palavra séria e honesta, juntámo-nos todos e decidimos inventar uma desculpa para dar ao senhorio.
«Podemos dizer que o G. ficou com leucemia», sugeriu o Robene. «Podemos dizer que o Robene perdeu o emprego» sugeriu o G.
No final optámos pela desculpa mais credível, e decidimos dizer ao senhorio que descobrimos que o L. era gay e nem pensar em dividir casa de banho com ele. O senhorio não pareceu surpreendido com a declaração.

Por isso eis-nos de volta à estaca zero. Ou não.
Os meus pais decidiram vir com a conversa de eu comprar casa.
Esfrego as mãos uma na outra, guloso com a possibilidade de os meus pais me financiarem uma capartamento. Mas não. Só querem ser fiadores.

Mãe: Robene filho, acho que devias comprar casa. O teu pai e eu ficamos fiadores.
Pai: (aceno de cabeça)
Robene: Ok. Até não é má ideia.
Pai: (aceno de cabeça)
Mãe: Se calhar apostavas num T1...
Robene: Se calhar mais um T2. Eventualmente tenho de começar a pensar na minha vida. Algures num futuro longíquo quero ter filhos e um T2 acaba por ser melhor.
Pai: (aceno de cabeça)
Mãe: Sim, sim. Tens toda a razão.
Pai: (aceno de cabeça)

Não sei onde foi a falha de comunicação. Mas algures na conversa a minha mãe substituiu «Eventualmente» por «» e «futuro longíquo» por «próximo mês».
Hoje recebi um mail da minha irmã...

«Robene irmão, a mãe contou-me hoje que te vais casar, comprar um T2 e ter filhos?!?! Vamos já marcar um jantar para celebrar este acontecimento.»

Bem, basicamente começo a ver casas na quinta feira. Desta vez não fui à ERA.

Óculos de sol

Esta foi a última vez que fiz um jantar de aniversário. E não tem apenas a ver com as prendas sofríveis que me deram. Tem mais a ver com isto...


Irmã da I.(primeira vez que me via): Parabéns Robene. Fazes quantos? Trinta?
Robene: Ah, ah, ah, brincalhona.
Irmã da I.: 31?
Robene: Faço 26 (lágrimas nos olhos).
Irmã da I.: Ah, é dos óculos.
Robene: Comprei-os esta semana. Disseram que me faziam mais novo.

6 things I love about you

A Querida Maria, aí do estaminé ao lado (Devaneios da Maria) lançou o mote, pelo que tenho de responder ao desafio: seis coisas aleatórias sobre mói même.
Hum...vai ser difícil...

#1: Peidei-me no ginásio na segunda feira. Tinha comido feijões, e estava a exercitar os abdominais o que é que querem? Disfarcei o cheiro abanando os braços. O aroma do suor disfarçou logo o cheiro do peidinho.

#2: Aquilo que a que me tenho referido como «resíduos do gel» é na verdade caspa.

#3:Questionei um pouco as minhas amizades, quando ninguém se dignou a oferecer-me um iPod Touch 32 gigas no meu aniversário.

#4: Se o Pipi editou o blog dele em livro, não percebo como raio não tenho as editoras todas atrás de mim.

#5: Tenho um carinho especial por Rastas e adoradores de Jah. Este carinho inclui o desejo de os colocar a todos num bote salva vidas, com os seus djambés didgeroos e o caralho, cães malcheirosos, erva e música reaggae/ska e largá-los algures numa zona com tubarões.

#6: Acredito piamente que ganharei o Euromilhões brevemente. Para tal ando a ler o livro «O Segredo» e a visualizar-me com milhões de euros nas mãos, comprando o iPod touch 32 gigas que ninguém me ofereceu.

E para finalizar lanço o mesmo desafio a:
Dani, do fresh prince of bahrain
Maria Inês, da Alice in Sillyland
Jacaré, do Purgatório
Mia, do pulp fashion
A todos os outros que me esqueci da minha listinha: sintam-se á vontade.

Eu por mim vou ouvir música no meu iPod ranhoso-nano-de-apenas-8-gigas.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Breakups

Sempre tive uma certa simpatia pela série «O Sexo e a Cidade». Às vezes tinha umas piadolas interessantes e regra geral havia um parzinho de mamas ao léu em todos os episódios.
Ontem eu e o L., num momento de loucura decidimos ver o filme.
Sinceramente não sei como pessoas normais lidam com as separações. Mas a julgar pelo filme, as gajas quando se separam dos namorados vão de férias para o México, atiram telemóveis topo de gama ao mar num momento de drama intenso, e vão comprar Gucci todos os dias. E aparentemente nunca trabalham. Passam o tempo todo com as amigas em restaurantes nouvelle cuisine e vestidas como se fossem domadoras de leões no Circo Chen.
Suponho que a versão portuguesa seja gajas a comerem francesinhas, enfiadas em vestidos Zara, a passar férias nas Berlengas e a atirar Alcatéis de 1997 ao mar.
Seja como for, a meio do filme eu e o L. decidimos beber umas cervejas. Ao menos os gajos lidam bem melhor com as separações. A única coisa que pedem é uma cerveja fresquinha e acesso ao PornTube.

sábado, fevereiro 07, 2009

dEUS - Instant Street (from The Ideal Crash)

Há coisa de uma década, era eu um teenager imberbe de 16 anos, os últimos dois minutos desta música (vergonhosamente cortados do vídeo) eram o mais próximo que eu conhecia de um orgasmo.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

26

Hoje acordei e ao contrário do habitual não consegui desligar o despertador com a minha erecção matinal.
Sim, hoje faço 26 anos.
O mês de Fevereiro será dedicado inteiramente a posts sobre como estou a ficar velho, deprimido e com ódio a pessoas mais novas.
E agora vou curar a ressaca de ontem à noite, que um gajo já não metaboliza álcool como antigamente.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

I call it Home

Reacções à minha mudança de casa:

Pais: O quê?!?!?! Vais mudar de casa? Para um sítio sem estacionamento nenhum, numa casa sem móveis, e com apenas uma casa de banho??? Nem penses que levas mobília cá de casa. Estás por tua conta.

Amigos: Ai isso é muito giro, mas vais ver o trabalho que dá. Primeiro comprar móveis, vais gastar uma nota preta, depois mudanças. Já te imaginaste a levar sofás e camas para a tua casa nova? Sem elevador? E isso é muito giro, mas em minha casa estamos há dois anos sem candeeiros, sem cortinas, sem mesas ou bancos. E ninguém se importa.

Colegas da Farmácia: O quê? tu sabes que nessa zona vive o Violador? Aquele gajo que tem a cara toda qeuimada, porque andava a perseguir uma miúda, que se fartou e lhe atirou com ácido em cima! Meu Deus, nem morta me apanhavam nessa casa.

Hum....

terça-feira, janeiro 27, 2009

The one

Sabem o que é andar à procura de casa há talvez milhares de anos e tudo o que se encontra são merdas podres, em que um dos quartos é um arrumo da cozinha? E em que depois de dizermos: «Mas ouça lá, ó senhora da imobiliária com um crucifixo ao pescoço do tamanho de um toyota, isto não dá para meter uma cama!!!». Ao que ela responde: «Com jeitinho, com jeitinho...».

E sabem o que é, depois de um dia de trabalho, ir ver uma casa pela qual não esperamos grande merda uma vez que a renda é baixíssima, e descobrirmos que é ali que realmente pertencemos, na alta da cidade, paredes meias com edifícios a cair, mas com uma essência que já só me imagino a fazer a festa de inauguração ao som de Beirut, e com grupos de músicos celtas a dançar e cantar.
Ok, o estacionamento é uma merda. A casa precisa de uma brutal remodelação. Fica ao lado de um bar onde já me imagino a perder noites inteiras a beber cerveja.
Mas é aquela. The one. The special one.

Vai-te foder ó Maria da ERA.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O Leitão e o Urso

Quando andava algures no sétimo ano tinha um gajo na minha turma que era o Leitão. Não me lembro se de apelido, se era por ser anafado e ligeiramente oleoso. O Leitão pesava uns 90 quilos (o que na altura equivalia a ser o Yokosuna, estranho não ter tido esta alcunha, sempre era mais glamouroso), foi apanhado a copiar em testes de história, e inventou inexplicavelmente um boato em como era filho do padre que dava Educação Moral, o que obviamente só lhe trouxe problemas.
Vi-o hoje, no shopping, a passear com a mulher e dois putos nos braços.
Não sei se esteja triste ou contente por ele.


P.S. Sim, também tinha uma alcunha. Algures entre o sétimo e o oitavo ano era...o Urso...digamos que desconhecia a existência de pentes.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Já ERA

O meu nome do meio devia ser Homero, uma vez que a minha vida é cheia de odisseias.
Primeiro, a odisseia de aprender a usar o Windows Vista. A odisseia de conseguir lavar restos de tomate ressequido com 12 meses. A odisseia de me lembrar sempre de apertar a braguilha depois de mijar.
Agora a odisseia de comprar casa.
Devo-vos dizer que as pessoas da imobiliária são muito eficientes. Deixei o meu contacto on-line em três imobiliárias. No dia a seguir, às 9 da manhã, tinha-os todos a ligarem-me. Ganhou a ERA imobiliária, uma vez que a gaja tinha uma voz muito sexy.
Dia a seguir, lá estou eu, com a minha agente imobiliária de seu nome Maria ou coisa que o valha.

Maria: Sr Robene, vou-lhe falar do processo de comprar casa.
Robene:Hum...isto há-de ser interessante...
Maria: A compra de casa envolve passos distintos e blá blá blá...
Robene (pensando): Mordem-me os tomates...
Maria: ...blá,blá,blá...depois de delinear um orçamento...blá, blá, blá...
Robene (pensando): Vou tentar coçá-los discretamente...Meter a mão no bolso, a tipa nem nota...
Maria: Blá, blá, blá...Percebeu?
Robene: Hum? Sim, sim! (sorriso aberto, mãos nos tintins)
Maria: Então qual é o seu orçamento?
Robene: 60-70 mil euros.
Maria (olhar de desdém): Aiiiiii, vai ser muito difícil...
Robene: Pois, mas não quero dar mesmo mais por um T1 usado...
Maria: Pois, vamos ver...Hum nos nossos registos temos 5400 imóveis com essas características.
Robene (pensando): Dificuldade do caralho 'tou ver...
Maria: Vou-lhe mostrar este T1 simpático, com um preço simpático.

E pimba, de repente num LCD gigante aparece aquilo que me parece um pardieiro onde toxicodependentes cozinharam metanfetaminas: cozinha cor de rosa choque, casa de banho azul choque, tubagens todas fodidas, chão em betão.
As pessoas atrás de mim olham para o LCD e comentam que eu devo estar a comprar uma casa para começar uma suinicultura.

Robene (em choque): Pois..não era bem isto que eu estava a pensar...(aguenta o vómito)...
Maria: Hum...vamos então ver este muito simpático...

No LCD surge um T1 meio caminho entre o horrível e o simplesmente feio.

Robene: Ah, sim este agrada-me mais (sorriso amarelo)...
Amiga do Robene: O quarto? Não tem janelas?
Maria: Cof...cof...Pois...é que...(enrola, enrola)..Não, não tem. Mas tem porta!

Ah, e eu que contava entrar no meu quarto de guindaste!

Robene: Hum...ok, eu vou pensar melhor nos valores que pretendo dar...
Maria: Pois, com esses valores é muito difícil algo mais simpático...
Robene (pensando): Eu já te dou o simpático...

Pois é cara Maria, acredito que seja difícil. Principalmente quando tu recebes comissões que devem equivaler a um ordenado mensal meu. Mas deixa lá. Eu já mudei de ideias. Em vez de me endividar até aos 85 anos, já ando é à procura para arrendar.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Já só faltam 13 dias...


...mas eu já o tenho. Hihihi.
Finalmente vou abanar o cagueiro a noite toda.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

CR7

Já tive piolhos púbicos que me irritaram menos que o Cristiano Ronaldo.

Todos os nomes

Reparo que hoje em dia todos os miúdos que nascem são baptizados com:

Miúdos:
Santiago
Afonso
Rodrigo

Miúdas:
Matilde
Constança
Beatriz

Estamos portanto a criar uma geração de betinhos.
Onde estão aqueles nomes com pinta como Cátia Vanessa e Paulo Alexandre? Ou ainda Robene?
Na verdade, eu estive quase quase a chamar-me por outro nome. Reza a lenda que quando eu nasci, os meus pais apressaram-se para o registo para me porem o nome mais cool e com estilo do planeta: Tony. Sim, era suposto eu chamar-me Tony.
Para grande infelicidade da minha mãe, no registo apenas aceitavam Toni, e os meus pais acharam que Toni com I, não era foleiro o suficiente para me arruinar para o resto da vida. Tivessem aceite, e hoje em dia era uma fusão de filho do Tony Carreira com um episódio dos Gato Fedorento.
Por outro lado eu até fiquei com um nome mais ou menos invulgar, a julgar pelos meus contemporâneos: metade dos gajos chamam-se Luís Miguel, a outra metade João qualquer coisa.
Já todas as minhas primas mais velhas, hoje em dia com 30 e tais anos têm como segundo nome Cristina. Ele há Paulas Cristinas, Isabéis Cristinas, Carlas Cristinas, Cláudias Cristinas.
E se a verdade é que a variedade não imperava, pelo menos eram nomes que não precisavam de ser usados na terceira pessoa...