Ninguém se lembra deles, mas eles existem.
São os micro mini partidos.
Hoje quando peguei na folha de voto, vi-me à rasca para encontrar o raio do partido em que ia votar, tal era a quantidade de siglas desconhecidas que enchiam o boletim de voto.
Interessa portanto saber a reacção destes pequenos cogumelos à vitória de Sócrates.
1: Partido Pró-Vida.
O partido pró-vida é uma coisa engraçada. Tendo como modelo ideal a Inquisição, surge como uma coisa retro, na medida em que pega em dogmas da época medieval, e os aplica em 2009. Podia até ser uma coisa fashion. Mas é só patética.
Vejamos a reacção do líder do Partido Pró-Vida à vitória PS:
«Querem que eu aceite a vontade “soberana do povo” expressa nesta votação? Não a aceito e repudio-a com veemência semelhante à rejeição pela vontade “soberana do povo” que condenou Cristo à morte. Querem que eu cumprimente a José Sócrates pela vitória eleitoral? Não o faço, antes o reconheço como representante daquela tirania sanguinária que já chacinou 40 mil crianças nascituras e que se prepara para aumentar o número de vítimas inocentes.
Este povo precisa de conversão e os Pastores têm que dizê-lo, sem medo e com clareza, em Fátima, nas Dioceses, nas Paróquias, nos meios de comunicação social, oportuna e inoportunamente.
À honra de Cristo. Ámen.»
Vai apanhar no rabinho, ó Partido pró-vida.
Ámen.
2: Partido Nova Democracia-PND
Este é o partido do Manuel Monteiro, o gajo que roubou os óculos ao Harry Potter e o queixo ao Quagmire. É também o partido de uma velhota que ninguém sabe quem é, mas que proferiu estas bela farpa:
«O resultado do Bloco [de Esquerda] é assustador”. “O melhor é emigrarmos todos e juntarmo-nos ao contingente que sai todos os meses para a Suíça, por exemplo, devido às dificuldades vividas”»
E pelo menos concordamos num ponto. Também eu acho que o Manuel Monteiro e a velhota devem emigrar rapidamente. E que levem os do partido pró vida, já agora.
3. Partido Nacional Renovador-PNR
Vi no outro dia deliciado um espaço de antena do PNR. Nele, o nazi que se diz líder do partido falava em como todos os problemas do país vinham de minorias que traziam insegurança ao povo português. E nisto mostravam imagens de pessoas de cor. Havia um preto à espera do autocarro. Dois pretos que conversavam numa esplanada. Um ajuntamento de pretos a andar pela rua.
Depois apareceram umas tipas feiosas, a falarem dos perigos da imigração, desta vez com imagens descritivas de chineses.
Fiquei imediatamente borrado de medo, tal era o aspecto perigoso de tais gândulos.
Os do PNR, isto é.
O Nazi refere-se assim ao resultado das eleições:
«O PNR manteve o seu eleitorado fidelíssimo e registou mesmo um crescimento sustentado relativamente às últimas legislativas.»
O que quer dizer que passaram de 3 para 4 eleitores.
4: CDS-PP
O partido do Portas...ai esperem, a este as coisas até correram bem, não foi?
Se houver coligação PS-CDS, eu vou é fundar um partido anárquico.
segunda-feira, setembro 28, 2009
quarta-feira, setembro 23, 2009
O novo Robene
Ser dono de casa mudou muita coisa em mim.
De um momento para o outro, dou por mim a prestar atenção a anúncios de Calgon e Fairy pastilhas. A música do momento é mesmo o jingle «Prolongue a vida da sua máquina...com Calgon!». Canto isto enquanto faço trouxas de roupa preta, branca e castanha e me apercebo da razão dos meus amigos insistirem que eu me visto sempre da mesma cor.
Repare-se que o veho Robene nem sequer poria em causa lavar a sua roupa a tresandar a tabaco. Simplesmente enfiava-a no armário, esperando que no dia a seguir, os anões mágicos tivessem tratado do assunto. E normalmente tratavam, porque nunca mais conseguia encontrar a roupa no meio da confusão do quarto. O novo Robene lava a roupa em programas ECO, com detergente super concentrado e amigo do ambiente. Imaginem que até usa amaciador, coisa totlamente desconhecida até então.
O velho Robene acabava de comer e deixava a mesa no estado em que ficasse. Duas semanas depois, alertado pelo odor nauseabundo e insuportável de que se queixavam os vizinhos, conseguia descobrir pratos de frango com caril e larvas gigantes, capazes de colonizarem o planeta terra. O novo Robene acaba de comer, limpa os restos, separa as embalagens de vidro e de plástico, mete tudo na máquina e espera até serem dez da noite para por o lava loiças a funcionar (bi-horário da EDP, ah pois é!).
O veho Robene deixava cair um copo de vinho tinto no chão e ria-se muito, continuando de seguida para o quarto com um cigarro na mão e uma pastilha de Guronsan na outra. O novo Robene deixa cair vinho tinto no chão e trata imediatamente de limpar tudo até ao ínfimo pormenor, o chão é poroso e pode absorver a mancha.
O velho Robene fumava cigarros com os amigos em toda a casa, especialmente na hora da cagada (sem os amigos, entenda-se, só mesmo os mais próximos.) O novo Robene está com uma prisão de ventre fodida, uma vez que só fuma na varanda, e quando lhe dá a vontade de cagar, é preciso correr da varanda para a casa de banho, e quando lá se chega, só sai um micro cagalhão.
Parece-me que o velho Robene a modos que se divertia mais que o novo Robene.
De um momento para o outro, dou por mim a prestar atenção a anúncios de Calgon e Fairy pastilhas. A música do momento é mesmo o jingle «Prolongue a vida da sua máquina...com Calgon!». Canto isto enquanto faço trouxas de roupa preta, branca e castanha e me apercebo da razão dos meus amigos insistirem que eu me visto sempre da mesma cor.
Repare-se que o veho Robene nem sequer poria em causa lavar a sua roupa a tresandar a tabaco. Simplesmente enfiava-a no armário, esperando que no dia a seguir, os anões mágicos tivessem tratado do assunto. E normalmente tratavam, porque nunca mais conseguia encontrar a roupa no meio da confusão do quarto. O novo Robene lava a roupa em programas ECO, com detergente super concentrado e amigo do ambiente. Imaginem que até usa amaciador, coisa totlamente desconhecida até então.
O velho Robene acabava de comer e deixava a mesa no estado em que ficasse. Duas semanas depois, alertado pelo odor nauseabundo e insuportável de que se queixavam os vizinhos, conseguia descobrir pratos de frango com caril e larvas gigantes, capazes de colonizarem o planeta terra. O novo Robene acaba de comer, limpa os restos, separa as embalagens de vidro e de plástico, mete tudo na máquina e espera até serem dez da noite para por o lava loiças a funcionar (bi-horário da EDP, ah pois é!).
O veho Robene deixava cair um copo de vinho tinto no chão e ria-se muito, continuando de seguida para o quarto com um cigarro na mão e uma pastilha de Guronsan na outra. O novo Robene deixa cair vinho tinto no chão e trata imediatamente de limpar tudo até ao ínfimo pormenor, o chão é poroso e pode absorver a mancha.
O velho Robene fumava cigarros com os amigos em toda a casa, especialmente na hora da cagada (sem os amigos, entenda-se, só mesmo os mais próximos.) O novo Robene está com uma prisão de ventre fodida, uma vez que só fuma na varanda, e quando lhe dá a vontade de cagar, é preciso correr da varanda para a casa de banho, e quando lá se chega, só sai um micro cagalhão.
Parece-me que o velho Robene a modos que se divertia mais que o novo Robene.
quinta-feira, setembro 10, 2009
Avante à direita
Fui ao Avante no fim de semana passado. Partilhei ideias com velhos de 85 anos, gritei a Carvalhesa, tratei toda a gente por camaradas, e até inalei substâncias ilegais vindas de vizinhos com no máximo 14 anos. Senti-me um verdadeiro gajo da esquerda, orgulhoso da sua libertinagem.
Chego a casa e vou fazer um teste qualquer que me mandaram para o mail, com vista a saber qual o partido com que mais me identifico.
«Vou rebentar a escala da esquerda», penso eu. Sou mesmo um gajo à frente.
Chego ao final do teste e saem os resultado.
«Caro Robene, o partido mais próximo dos seus ideias é o MMS».
«MMS?!?!»penso eu...Só pode ser um partido ainda mais à esquerda que o Bloco, que eu desconheço. MMS deve ser a sigla de Malta Muito Solta.
Mas não é. O MMS até é de direita e significa Movimento Mérito e Sociedade.
Todo o meu sistema de valores caiu por ali.
Quem sou eu afinal? De onde venho? Que mancha é esta que me apareceu no tintim esquerdo?
Saio angustiado, meto-me no meu carro japonês com dois anos, em direcção à minha casa nova, nuns ténis que me custaram os olhos da cara, com o iPod na mão.
Sim, se calhar é melhor repensar a minha filiação partidária.
Chego a casa e vou fazer um teste qualquer que me mandaram para o mail, com vista a saber qual o partido com que mais me identifico.
«Vou rebentar a escala da esquerda», penso eu. Sou mesmo um gajo à frente.
Chego ao final do teste e saem os resultado.
«Caro Robene, o partido mais próximo dos seus ideias é o MMS».
«MMS?!?!»penso eu...Só pode ser um partido ainda mais à esquerda que o Bloco, que eu desconheço. MMS deve ser a sigla de Malta Muito Solta.
Mas não é. O MMS até é de direita e significa Movimento Mérito e Sociedade.
Todo o meu sistema de valores caiu por ali.
Quem sou eu afinal? De onde venho? Que mancha é esta que me apareceu no tintim esquerdo?
Saio angustiado, meto-me no meu carro japonês com dois anos, em direcção à minha casa nova, nuns ténis que me custaram os olhos da cara, com o iPod na mão.
Sim, se calhar é melhor repensar a minha filiação partidária.
domingo, setembro 06, 2009
Querida, não tenho dinheiro.
Impelido por uma profunda preguiça para decorar a mansão nova (leia-se, falta de dinheiro), decidi concorrer ao «Querida mudei a casa».
Como só se ganha uma decoração nova se se tiver uma história verdadeiramente trágica, tive de mentir assim um bocadinho.
Deste modo eu sou o Robene, recentemente diagnosticado com uma doença raríssima, a Lepsticoisice Pobrinhex II, que afecta somente 2 pessoas no mundo: eu e a Manuela Ferreira Leite. A doença caracteriza-se por não conseguir emitir qualquer expressão facial e ter dificuldades verbais, nomeadamente na palavra Piquena.
Na minha carta ao programa refiro a enorme mágoa de não conseguir mandar um sorriso que seja às criancinhas da rua que eu tanto adoro. Proponho que a minha casa seja decorada com Plasmas de 110 cm, no mínimo uma playstation 3 para cada divisão e não quero nada do IKEA, sou alérgico a contraplacado.
Junto anexo uma foto minha, olhar alheado, óculos fundo de garrafa a ler a CAIS e com uma carrinha da REMAR em pano de fundo. Tento assim dar a ilusão de ser um ex-drogado, a tentar reabilitar a sua vida depois da doença fatal de que foi acometido.
Estou já a treinar expressões faciais de surpresa (não muitas, devido à doença), e uns grunhidos de felicidade (nhhhhááááá, iiiiiirrrrrrraaaaa), de modo a que a Sofia não sei das quantas, a que apresenta o programa, me venha dar um abracinho e eu me babe um bocado para o decote dela.
Tudo em prol de uma casa nova.
Como só se ganha uma decoração nova se se tiver uma história verdadeiramente trágica, tive de mentir assim um bocadinho.
Deste modo eu sou o Robene, recentemente diagnosticado com uma doença raríssima, a Lepsticoisice Pobrinhex II, que afecta somente 2 pessoas no mundo: eu e a Manuela Ferreira Leite. A doença caracteriza-se por não conseguir emitir qualquer expressão facial e ter dificuldades verbais, nomeadamente na palavra Piquena.
Na minha carta ao programa refiro a enorme mágoa de não conseguir mandar um sorriso que seja às criancinhas da rua que eu tanto adoro. Proponho que a minha casa seja decorada com Plasmas de 110 cm, no mínimo uma playstation 3 para cada divisão e não quero nada do IKEA, sou alérgico a contraplacado.
Junto anexo uma foto minha, olhar alheado, óculos fundo de garrafa a ler a CAIS e com uma carrinha da REMAR em pano de fundo. Tento assim dar a ilusão de ser um ex-drogado, a tentar reabilitar a sua vida depois da doença fatal de que foi acometido.
Estou já a treinar expressões faciais de surpresa (não muitas, devido à doença), e uns grunhidos de felicidade (nhhhhááááá, iiiiiirrrrrrraaaaa), de modo a que a Sofia não sei das quantas, a que apresenta o programa, me venha dar um abracinho e eu me babe um bocado para o decote dela.
Tudo em prol de uma casa nova.
quinta-feira, setembro 03, 2009
O Trono
Há uma coisa que não gosto na minha nova mansão: a sanita.
A sanita da minha casa antiga era uma coisa, epá, espetacular. Parecia ter sido feita ergonomicamente para o meu rabo. Grande, tampo sólido, apoio perfeito para as coxas. Naquela sanita as coisas saíam sem grande esforço. Sentava-me nela, e tudo fluía como devia ser. Aliás, estou neste momento a escrever este post enquanto mando um fax na minha sanita adorada. Vim de propósito à casa antiga só para me sentar neste trono.
A minha nova sanita é quase lilliputiana. Baixinha, com um diamêtro rídiculo, que me abarca o rêgo e pouco mais. Salpica-me o rabo. E fica de frente para um espelho. Por mais atraente que seja, coisa que sou obviamente, não deve ser propriamente o meu melhor ângulo: calças arregaçadas, joelhos quase a baterem no chão (não nos vamos esquecer que a sanita é baixinha), esgar de esforço tentando fugir com o rabo ao salpico malandro.
A minha próxima casa será escolhida tendo como único critério de selecção a sanita.
A sanita da minha casa antiga era uma coisa, epá, espetacular. Parecia ter sido feita ergonomicamente para o meu rabo. Grande, tampo sólido, apoio perfeito para as coxas. Naquela sanita as coisas saíam sem grande esforço. Sentava-me nela, e tudo fluía como devia ser. Aliás, estou neste momento a escrever este post enquanto mando um fax na minha sanita adorada. Vim de propósito à casa antiga só para me sentar neste trono.
A minha nova sanita é quase lilliputiana. Baixinha, com um diamêtro rídiculo, que me abarca o rêgo e pouco mais. Salpica-me o rabo. E fica de frente para um espelho. Por mais atraente que seja, coisa que sou obviamente, não deve ser propriamente o meu melhor ângulo: calças arregaçadas, joelhos quase a baterem no chão (não nos vamos esquecer que a sanita é baixinha), esgar de esforço tentando fugir com o rabo ao salpico malandro.
A minha próxima casa será escolhida tendo como único critério de selecção a sanita.
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