terça-feira, agosto 14, 2012

Vilamoura, ou como eu vi meia pachacha de uma futura concorrente da Casa dos Segredos

Ir de férias tem destas coisas. Uma pessoa planeia, está ansiosa para ir e depois a minha irmã marca um hotel numa estância termal com uma média de idades a rondar os 70 anos, numa serra isolada do Alentejo onde a única coisa a fazer depois das dez da noite é bater punhetas a ver os exercícios de solo de ginástica dos Jogos Olimpicos (ou na falta de melhor, mulheres a lançar o peso, embora neste caso aquilo seja mais pornografia gay que qualquer coisa).
Reparem, não é que eu não quisesse descanso. Mas este sítio foi descrito por um homem de 76 anos, que conhecemos por acaso como « o sítio mais chato para o qual a minha mulher me arrastou desde que tive de estar internado 3 semanas com uma broncopneumonia».
Não seria de espantar portanto a minha ansiedade em ir passar uns dias a Vilamoura a casa da S. e do A.
Em Vilamoura há animação e até consigo ver mais que duas pessoas ao mesmo tempo no meu campo de visão. Mais do que isso, Vilamoura parece um Jersey Shore à portuguesa.
Abancamos na praia.
Do lado direito temos um grupo de 5 gajos, tatuados e com biceps que fazem 3 vezes a minha barriga das pernas. Têm uma geladeira que me parece mágica uma vez que em pouco mais de  duas horas conseguiram tirar umas 20 cervejas, duas vodkas, três quilos de camarão cozido, duas sacas de caracóis e eu juro que os vi a comer chamuças. No intervalo de comer e beber fumavam umas charradas cujo fumo me vinha todo para o focinho. Do lado esquerdo temos um grupo inteiramente feminino. Elas têm biquinis micro, piercings no umbigo, estão hiper maquilhadas e têm todas o famoso tramp stamp, ou seja uma tatuagem no fundo das costas, sendo que esta tatuagem variava entre uma esbelta borboleta a frases profundas como YOLO.
Como estava uma ventania digna de uma nortada na praia da Barra, um chapéu voa no areal e aterra nas costas de uma das stripp...das gajas tatuadas. A jovem não parece muito afectada, sinal de que está habituada a ser atacada por trás com objectos cilíndricos.
No entanto, passados alguns minutos começa a queixar-se de dores na perna. Imediatamente eu e o A. colocamos os óculos escuros, preparados para o espectáculo que se segue. A jovem queixa-se às amigas que a chamam carinhosamente de cabra e desfiam um rol de insultos aos donos do chapéu assassino. Para confirmar as escoriações do ataque do chapéu, eis que esta jovem, qual ginasta olímpica  medalhada decide então levantar bem alto uma das pernas, revelando que:
a) o biquini que usa é pelo menos três números abaixo do seu tamanho real.
b) depilação completa parece estar na moda.
c) a borda de pachacha assim revelada não está bronzeada, pelo que esta jovem é sem dúvida uma puritana e orgulho de seus pais.

Neste momento, metade da praia está calada e com óculos escuros na cara, até porque a amiga que foi inspeccionar a pachacha dorida da jovem atacada tem um mamilo de fora do micro biquini, completando assim a imagem que ainda ontem à noite me fez muito feliz antes de ir dormir.

Planeio para o ano voltar a Vilamoura, desta vez um mês inteiro.