quarta-feira, agosto 27, 2008

3%

Hoje de manhã toca o telemóvel...

Robene: QUEM OUSA INCOMODAR O MEU SONO?!?!?!?!
Jovem do outro lado da linha: Sr. Robene?
Robene: O próprio caralho!
Jovem: Daqui é da secção financeira da Universidade de Coimbra. Precisamos do seu NIB.
Robene (rodopio de fúria, prevendo sangue): O QUÊ? Cambada de chupistas!!!! Já não basta ter andado este anos a sustentar-vos a pança, ainda me querem sugar mais dinheiro, não é? Parece inacreditável blábláblá, chorrilho de palavrões e insultos à mãe do jovem em questão...
Jovem (calmíssimo): Não, não é isso. É para lhe depositar o prémio de mérito.
Robene ($$$$$$$): Mas eu não me candidatei a nada dessa merda. Mas quem é que fala. És tu G.? Que merda de brincadeira. Deixa-me mas é dormir ó caralho.
Jovem: O Sr. Robene está entre os 3% de melhores alunos da Universidade de Coimbra. O estado atribui prémios automaticamente em função disso.
Robene: Sim, sim, isso e depois vem cá a casa lavar-me o rabinho e dar-me palmadas nas costas para arrotar melhor.
Jovem: Ok, se não acredita, enviamos o dinheiro por cheque. De qualquer maneira, porque é que não consulta a nossa página web? Está lá a lista dos premiados.


E não é que ganhei mesmo essa merda dos 3%? Eu sei, eu próprio fiquei 2 horas de boca aberta. Toda a gente a quem liguei a contar me disse que estava a ser vítima de fraude bancária. Mas lá estava o meu nome, lado a lado com os maiores cromos e marrões que o mundo já concebeu. Eu que passei o tempo todo de faculdade a vomitar cerveja em casa de banho de discotecas (nada de glamour como os anúncios da Superbock), e a tentar não adormecer nas parcas aulas a que ia. Das duas uma: ou entrei num ano de deficientes mentais, ou então devia era receber o prémio de melhor copianço da Universidade de Coimbra.
Seja como for, já não tenho de me preocupar em assaltar gasolineiras nas próximas duas semanas. O país, à custa destes 3%, pode dormir descansado.




PS: Berlim, aí vou eu!!!!!!

Música Ambiente

Ter música ambiente na Farmácia é uma coisa que me fascina. Todo o utente gosta de, enquanto espera pela sua medicação para o herpes vaginal, abanar o cagueiro ao som dos últimos hits. E dá sempre muito jeito para quando me perguntam «E este medicamento serve para quê, rapaz?» e eu os distraio, enquanto digo coisas engraçadas como «Já dançou esta modinha senhora Felismina?» E os velhos saem contentes. Desinformados, mas contentes.
Serve isto tudo para dizer que na minha farmácia a música ambiente provém dessa estação erudita que é a FM80. Afinal, parece que a Antena 3, segunda a minha patroa é «stressante, e incomodativa. Só os tolos é que ouvem esse tipo de música. ainda provocávamos um ataque cardíaco a alguém». Eu penso nisso como lucro, mas pronto, isso sou só eu, que tenho o dom da visão comercial da coisa.
A FM80, como o nome indica, passa inúmeros hits dos anos 80. Temos a Final coutdown dos Europe, umas 4 vezes por dia. O Like a virgin da Madonna, de hora a hora. E coisas interessantíssimas, como o Meat Loaf e a Bonnie Tyler em dueto, eu que pensava que a pior parelha de sempre era a da Mafalda Veiga com o João Pedro Pais (não é!).
E claro, a FM80 tinha de me tramar.
Entra na Farmácia uma jovem. A jovem é a coisa mais obscenamente obesa desde que o Fernando Mendes perdeu 2 quilos de peso na papada.

Jovem gorda: Aiiiiii, quero emagrecer, estou tão gorda, desde a puberdade que engordo e bláblálá, apetece-me um snikers de meia em meia hora.

De repente na FM80 começa a passar um tema de Roberto Carlos. Qual tema? As Baleias.

Jovem Gorda: Já tentei de tudo, mas não desço dos 98 quilos, eu que meço apenas 1,62...

(Roberto Carlos: E as baleias que cruzavam oceaaaaaanosss...)

Robene (pensando) : Controla-te, controla-te. Por favor controla-te.
Jovem Gorda: É um horror. Só me dá para comer batatas fritas, agora até há um sabor a picanha, ai tão bom e blábláblá, enfardo que nem uma máquina debulhadora...

( E as baleias que cruzavam oceaaaanosssss...)

Robene (pensando): Pensa no estado do país, pensa na Manuela Ferreira Leite. Pensa nos gajos da Tertúlia Cor de Rosa, e em como eles ganham mais num dia que tu num mês, só por serem paneleiros. Pensa em tudo, mas não te rias!

E não me ri. Como profissional sério que sou, aguentei até ao fim a tortura.
No final a miúda não quis comprar nada e saiu de lá com um simples adeus, enquanto me derrubava meia montra de sapatos ortopédicos com a peida.
Efectivamente, eu de manhã estou bem é na caminha.

quinta-feira, agosto 21, 2008

The story

Começou num anúncio da Super Bock. Acabo de a ouvir numa reportagem da 2:, servindo de banda sonora ao salto do Nelson Évora. Pelo meio gramei-a no Sudoeste, nas rádios, em casamentos, funerais, centros comerciais, estações de serviço e cafés.
Eu juro que se ouvir mais uma vez a Story da Brandi Carlile, vou de caçadeira para a rua ser notícia da TVI.

terça-feira, agosto 19, 2008

Eu na caminha é que estava bem

Ultimamente não tenho tido tempo para ver as 500 novelas da TVI com títulos sacados do pior que a música portuguesa produziu nos últimos 700 anos. Ando demasiado ocupado a seguir a xaropada que está a ser participação Portuguesa nos Jogos Olímpicos.

sábado, agosto 16, 2008

Björk - Declare Independence

Porque não pode haver dúvidas que esta gaja é um génio. Mesmo quando a música soa a Nine Inch Nails.

terça-feira, agosto 12, 2008

A Sudoeste nada de novo

A última vez que fui ao Sudoeste foi há 4 anos. Era daqueles que ia para os concertos cedíssimo, guardar lugar, não me mexia dali por nada, tinha um teaser de choques para quem ousasse meter o pézinho no meu território e ofuscar-me a vista do palco (basicamente qualquer um com mais de 1,70m). Via as bandas todas, mesmo as que não me interessavam.E como eu haviam aos milhares.

Chego este ano ao recinto de campismo e reparo que agora não só há cartazes com o nome do sítio de onde as pessoam vêm, há também cartazes com o nome das pessoas. Havia o Hélder, a Carina e a Andreia de Oeiras. Haviam os Cães de loiça não sei de onde, que levaram cartazes que andaram a a espalhar por todo o lado, e que, fazendo jus ao nome, circulavam com uns cães de loiça debaixo do braço por todo o lado.
Havia um cabrão com um megafone, que simplesmente não dormia e que passou o tempo todo aos berros. Adcicionalmente o megafone também reproduzia músicas, nomeadamente o My heart will go On da Celine Dion, que juro por Deus, repetia de 5 em 5 minutos.
Haviam miúdas que se borravam em base antes de irem para os concertos.
E ninguém tem nome próprio. Hoje em dia toda a gente se trata por alcunhas buédafixes como Ervilha, Sete ou Avarias.
E enquanto a Bjork entrava em palco e dava um concerto do caralho, o pessoal preferia andar na roda gigante, cantar Karaoke não sei onde e saltar num trampolim para ganhar guitarras de plástico. Ah, e beber. Aparentemente há miúdas de 16 anos que aguentam mais vodka do que o Boris Yeltsin em tempo de eleições.
Por mim, é na boa. Nunca tive tanto espaço nos concertos. Mas confesso que me senti um bocado idiota, quando me apercebi que era o único à minha volta que berrava a letra da Hyperballad de cor.

Sudoeste parte 1- A cagada.

Caríssimos acabei de chegar do Sudoeste. E ainda estou vivo. Apesar dos meus desejos do post anterior, devo confessar-vos que o meu esfíncter anal não correspondeu às expectativas.
Passo a explicar: Sudoeste, dia de Chemical Brothers. Acordo meio azamboado. O Strogonoff deve ter-me caído mal. Ou isso ou as 15 cervejas e a mistura de Bacardi Lemon. Mas continuo a apostar no Strogonoff.
Bebo uma águinha, mas sinto que dentro de mim, algo move. Algo terrivelmente castanho e aguado.
Vou-vos agora dizer que todas as praias escolhidas estrategicamente pelos meus amigos, não dispunham de casa de banho. Numa delas, aliás, tínhamos de caminhar uma meia hora pelo meio daquilo que a mim me pareceu a savana africana e que desembocava numa escarpa que tínhamos de descer quase em queda livre, e onde ia perdendo os dois dentes da frente.
Dito isto, voltemos à minha história anal.
Bem, vamos para a praia (não a da savana, mas a do Carvalhal, que também não tinha casa de banho). Chegamos lá e está um mundo de gente.
Deito-me na toalha. Mal sento o rabinho na areia, desencadeia-se em mim uma revolução. Sinto o rabinho a palpitar, uma cólica que me deixa por momentos a apetecer cantar à Freddy Mercury (e chega de paneleirices neste post).
Deito-me na toalha, contorcendo-me. Finalmente alguém repara no meu ar lívido e nas ondas de suor frio que me acometem. «Estás bem, Robene?»- alguém pergunta.
Neste momento sinto que se houvesse uma medalha olímpica por aguentar o cagalhão à entrada do cú, Portugal iria encher-se de orgulho, porque a de Ouro era seguramente minha.
TENS DE ME LEVAR JÁ PARA O CAMPISMO,- grito ( ou melhor, sussurro, se gritasse cagava-me).
E lá foi o G. levar-me. No caminho um engarrafamento de proporções épicas. Lembro-me de ver carros por todo o lado e do ar assustado do G., ao perceber que ou se despachava ou eu lhe cagava o carro todo. E neste momento não seriam apenas os estofos. Seriam o tecto, os vidros e seguramente alguma alma que fosse a passar no caminho nesse instante.
Quando finalmente me vejo no acampamento, corro para as Toi-Tois (vulgo latrinas), fazendo os 100 metros mais rápido que o Obikwelo. Excelentíssimos leitores do blog, eram 4 da tarde. Estavam uns 35ºC. Havia merda que estava ali há seguramente dois dias.
E lá estava eu, numa Toi-Toi minúscula, um cheirinho do caralho, 5 moscas a morderem-me o cú, uma montanha de merda quase a tocar-me as monárquicas nalgas.
Nesse dia, o dia de Chemical Brothers, 8 de Agosto de 2008, deixei numa latrina do Sudoeste não só 5 quilos de merda em jacto. Deixei também a minha dignidade.

sábado, agosto 02, 2008

Que cheiro é este?

Li não sei onde que existem apenas dois tipos de pessoas que vão a festivais de Verão: os que não gostam de música e os que gostam tanto dela que estão dispostos a serem espezinhados para verem um concerto.
Eu pertencendo claramente ao segundo grupo, lá me vou dirigir ao Sudoeste, ver a rainha Bjork ( e pelo meio mais umas coisitas). Mas o meu historial de Festivais não é o melhor.
Já nadei nos famosos canais de água, acompanhado de uma horde de cagalhões (verídico, toda a gente a fugir do canal e eu com um cagalhão a passar-me ao lado).
Já em 2002 fiquei 7 dias sem cagar após ter tomado uma dose excessiva de Imodium, depois de um grave desarranjo intestinal (que é como quem diz diarreia daquela explosiva).
Em Paredes de Coura 99, fruto de uma casa de banho mal iluminada, mijei os calções todos. Mesmo assim fui ver dEUS, e ninguém pareceu ligar muito ao cheiro a urina.
Anos mais tarde, num Sudoeste qualquer, a ver Lamb, foi altura de provar o meu próprio veneno, quando um gajo me mijou os pés todos ( não aguentava até à casa de banho, desculpa lá ó bacano, dizia o drogadão).

Reparo agora que todas as minhas histórias de Festivais de Verão, têm um denominador comum: merda e mijo.
Rezemos para que este ano os esfíncteres e uretras de toda a gente se controlem.