quarta-feira, julho 20, 2011

Medo

Gostava muito de ir ver National e Interpol ao Sudoeste, mas confesso...estou borrado de medo de ser assaltado pelos fãs de Snoop Dogg, violado pelos fãs de Kanye West e atropelado por carros de tuning de fãs do David Guetta.

Super Bock, Super Pó

Ah, o Super Bock Super Rock.
Passaram-se já dois dias desde o fim de semana de concertos, e descobri hoje que ainda tinha restos de pó presos nos pelos do cú.
Nunca na minha vida vi tamanha confusão. E já estive numa discoteca gay a ouvir Lady Gaga.
Eram filas para tudo e mais alguma coisa. Comi pó aos quilos e não foi do branco.
No primeiro dia, só consegui sair de Coimbra pelas 7 da tarde. Por volta das onze ainda estávamos numa fila de trânsito com o concerto de Beirut a decorrer. Numa fúria pouco usual, abalámos do carro e desatamos a correr pela rua, frenéticos, para ainda vermos pelo menos metade do concerto.
Foi uma triste visão: 3 indíviduos perto dos 30 anos, a correr por uma estrada escura, desorientados e já bastante suados, com o pessoal dos carros e gritar coisas como: Run Forrest Run, ou Mexam esse cú badochas. Após o que me pareceu 3 horas de corrida (foram 10 minutos), ainda apanhámos Beirut a meio.

Mais pontos altos do festival:

1- Aquela merda era só espanhóis. Os Espanhóis na verdade não vão ver concertos. Vão socializar para os concertos, gritar bastante alto, e apalpar cús. Durante o concerto de Portishead houve até um espanhol que mijou para cima do casal homossexual que estava à minha frente e que se fartava de dar altos linguados durante a Roads. Por momentos aquilo parecia um filme porno gay com um golden shower pelo meio. Voltei a mim no concerto de Arcade Fire, para o qual não há nem haverá palavras possiveis para descrever. Ainda estou arrepiado de emoção.

2-A gaja dos Gift é altamente irritante.

3-Durante o concerto de Brandon Flowers parece-me que a população feminina deve ter tido vários orgasmos. A própria S., amiga de longa data a quem reconheço um certo nível de educação admitiu : «Este gajo podia-me fazer um filho», enquanto lambia os lábios e tirava umas 300 fotos com o zoom no máximo.

4- A gaja dos Gift é altamente irritante.

5- O Slash não tem um sixpack. Tem um onepack. E várias plásticas no focinho.

6- A gaja dos Gift é altamente irritante.

7- A S. apanhou uma intoxicação alimentar depois de duas horas na fila para comer um kebab que tinha uma molhenga verde a escorrer. A N. teve um ataque de diarreia explosiva no concerto de Strokes, mas aguentou-se estóicamente e até se abanou um bocado ao som do Whatever happened. De qualquer maneira se quisesse disfrutar de uma das 5 tói-tóis disponíveis no recinto, demoraria umas 3 horas a furar a multidão.

8- A gaja dos Gift é altamente irritante.

sábado, julho 09, 2011

Ajudem a língua do Robene

Caríssimos, tenho-vos a comunicar que os meus sisos já não se encontram dentro da minha boca.
Isso mesmo, fui finalmente operado!
E agora pensam vocês: «Ai que bom, tudo correu bem, ainda bem que o Robene manteve intacto aquele sorriso de modelo da Armani e a estrutura óssea de outro qualquer modelo paneleiro (mas famoso)
ERRADO.
Eu tenho de ter coisas para vir para aqui queixar-me. E para vocês lerem.
Lá estou eu na consulta pré operatória com o meu cirurgião (curiosamente tem uns dentes de merda, mas toda a gente me assegura que é o topo. Mesmo assim sinto-me uma gorda de 200 kg que vai a um nutricionista que pesa 180 kg).

Cirurgião: Robene, pá, quais as tuas principais preocupações?
Robene: Tenho de estar bom pelo menos dia 14 de Julho.
Cirurgião: Algum congresso?
Robene: Não. É o Super Bock Super Rock.


Risada aqui, risada ali e finalmente chega o dia da operação.
Estou borrado de medo, mas nem tenho tempo para pensar nisso, uma vez que me estão a tirar as calças de pijama na mesa de operações deixando-me completamente nú (para me tirarem os sisos têm de me despir por completo? Bem, já ouvi desculpas piores para me verem o mangalho). Depois disso só me lembro de acordar super bem disposto a rir-me imenso e com uma ideia fabulosa de fazer um colar com os 4 dentes que me tiraram. Mas aparentemente foram todos para o lixo.
Não tinha muitas dores, nem sequer estava muito inchado. No entanto a parte direita da minha língua estava completamente dormente.
Estava...e ESTÁ!
Faz hoje quase duas semanas que fui operado. Aparentemente tenho aquilo que se chama parestesia por lesão do nervo lingual. Embora Parestesia pareça um nome muito cool de uma música de Bjork, não é nada cool de se ter.
A ver:

-A comer trinco a língua. Como a tenho dormente não sinto nada. No outro dia estava a mastigar alegremente uma banana ao mesmo tempo que devorava metade da parte direita da língua. Felizmente as esguichadas de sangue que caíram no prato alertaram-me que alguma coisa não estava bem.

-Não tenho sabor. Comer um Big Mac ou um pedaço de cartão que fui buscar ao lixo sabe-me ao mesmo. Nunca estive em tão boa forma na minha vida.

-Não tenho sensibilidade a quente ou frio. No outro dia estava a beber um café a alguns 500º C e só depois de ter escaldado o esófago inteiro é que me apercebi do facto.

-Passei a ter uma deficiência de fala. Neste momento pareço um apresentador da SIC Radical a fazer a cobertura do Optimus Alive: Ninguém percebe um caralho do que digo.

-As minhas habilidades para o minete melhoraram substancialmente. Primeiro porque não tenho sabor. Depois porque a língua nunca se cansa.

-Há dias em que só tenho a língua dormente. Outros dias em que parece que está queimada. Outros em que seguramente pareço ter andado a lamber baterias de 2000 volts.

- Esta merda pode durar duas semanas a passar. Ou um ano.

Por isso será muito mais fácil identificarem-me no SBSR este ano. Serei não só o gajo a beber vinho tinto a copo, como o gajo que baba vinho tinto para a camisa.