terça-feira, julho 20, 2010

Pacto com o Diabo

Parece que o pacto com o Diabo que fiz no outro dia resultou. Hoje ligaram-me a dizer que passei à segunda fase de entrevistas para o emprego de há uns posts atrás. A minha alma está condenada.

quinta-feira, julho 15, 2010

Interpol - Barricade

Ai minha nossa senhora, caguei para os National. Os Interpol têm single novo! Eu quero, que quero, eu quero ir vê-los! Nem que tenha que depois aguentar com os U2, eu tenho de ir ver Interpol.

Entrevista #2

Estou farto do meu trabalho. Ando a fazer todos os possíveis para bazar daquele campo de concentração. Se bem que Auschwitz me pareceu ser mais espaçoso e com melhores condições. O lema no entanto aplica-se: o trabalho liberta. Embora em mim só tenha libertado dores nas costas e varizes.
Vai daí vou a uma entrevista de emprego na sexta.
Para não variar é novamente em Lisboa. Pedi já um GPS emprestado.
Desta vez não vou cometer os mesmos erros da última entrevista. A saber:
- Vou de fato. E com gravata. E vou engraxar os sapatos.
- Vou-me pentear.
- Vou estudar a minha Geografia toda. Da última vez perguntaram-me se estava disposto a ir para Olhão, e eu disse que não gostava de ir para o Minho.
- Vou manter eye contact o tempo todo e apertar o bacalhau com mão firme.
- Não me vou descrever como simpático e fiel. Vou-me sim descrever como uma mistura de George Clooney e Belmiro de Azevedo: sexy e com jeito para os negócios.
- Antes de sair, se for uma gaja a fazer-me a entrevista, vou dar a indicação subtil de que estou disposto a tudo para conseguir aquele emprego. Depois pisco o olho e lambo suavemente os lábios. Se for um gajo, faço o mesmo.

Por isso rezem por mim. Daqui a uns meses posso já não ser o farmacêutico de serviço, mas sim um Gestor de Clientes cheio de almoços chiques e prémios chorudos.

terça-feira, julho 13, 2010

Prenhas

Hoje a M. e o S. foram-me visitar à farmácia.
Ela vinha com um sorriso de orelha a orelha, vestida de preto.
Pareceu-me mais gorda mas como eu sou uma pessoa muito discreta e nunca envergonho os meus amigos só lancei um « Andas-lhe a dar nas bolachas M.!»
Mas não. A M. está grávida. Mas só de seis semanas, o que quer dizer que efectivamente está mais gorda.
Seguiu-se um momento de abraços e beijinhos, e eu só pensava neste casal, com quem vivi durante 4 anos de faculdade, ele a enfardar cerveja, ela a fumar dois maços de tabaco por dia. Ìamos para a noite e dançávamos como parvinhos, a fazer rodas e a simular actos sexuais em danças latinas. Uma noite, depois de uma cartada regada a álcool, fomos todos fazer mosh para o quarto e acordámos a vizinha de baixo que chamou a polícia.
E agora ali estão eles, prestes a serem pais.
Seguiu-se uma breve discussão do nome da criança, e eu juro que quase os convenci a chamar Robene ao petiz que aí vem, caso seja um rapaz.

Há coisa de dez minutos recebo uma SMS da F., uma amiga de liceu que seguramente não vejo há dez anos.
Está grávida.

Algo de muito estranho se passa com os meus amigos.

segunda-feira, julho 12, 2010

Parolices

Parece que o Cristiano Ronaldo teve um filho de uma barriga de aluguer nos Estados Unidos que agora vai ser criado pelas irmãs algures na Madeira.
Surreal?
Bem, na verdade nem por isso. Tendo em conta que o filho do Cristiano Ronaldo se chama...Cristiano Ronaldo.
E há lá coisa mais parola que dar o próprio nome ao filho?

Espanha 1- Holanda 0

Devo ser o único Português a dizer isto, mas hoje estava a torcer pela Espanha. Quando digo isto, as pessoas reviram os olhos e cospem-me.
Há um sentimento anti Espanha em Portugal e eu não percebo bem porquê.
Basicamente somos todos do mesmo sangue: Somos baixos, escuros, porcos, falamos quase a mesma língua e gostamos de não fazer nada. Só não somos marroquinos porque não cozinhamos Couscous.
Quando fui a Espanha, os espanhóis levaram-nos a visitar a cidade, foram connosco para os copos e até se ofereceram sexualmente. Quando estive em Amesterdão a única coisa que os holandeses nos fizeram foi um charro ultra potente quando tínhamos pedido uma merda fraquinha. Daí que as únicas recordações que tenho da Holanda são do quarto do meu hostel com o G. a berrar que a pele se estava a desprender dos ossos.
E viva Espanha!

quarta-feira, julho 07, 2010

Afinal...

Retiro tudo o que disse sobre a D. Clara. Lembram-se da D. Clara, a minha empregada de limpeza?
As últimas quatro semanas tem-se baldado ao trabalho.
De todas as vezes informou-me por SMS. Primeiro teve um «isame aos dentes», depois a filha mais velha adoeceu, depois teve um «isame aos intestinos», e por último foi a filha mais nova que ficou doente.
Ou esta é a família mais moribunda do mundo ou então a mulher com este calor não lhe apetece trabalhar.
Pior, ontem cheguei a casa e encontrei a cozinha infestada por literalmente milhões de formigas. Aspirei-as todas mas meia hora depois voltaram, ainda mais numerosas. Imediatamente voei ao Continente onde comprei uma lata de formicida e uma espécie de ratoeiras para formigas que não sabia sequer que existiam.
Agora tenho o chão coberto por pelo menos dois milhões de formigas mortas.
E quem é suposto limpar esta merda toda?
Eu?

sábado, julho 03, 2010

O Chapéu

Decidi ir aos saldos ontem.
Entro na Zara, dou uma rápida olhadela pelas montanhas de roupa espalhadas pela loja e estou quase a sair quando o vejo.
É um chapéu. Sim isso mesmo. Um chapéu castanho com uma lista cinzenta. Ora homem que é homem não usa estas paneleirices, mas eu sempre me imaginei de chapéu. Eu a passear na rua de óculos escuros e de chapéu. Possivelmente com uma cigarrilha na mão e vários anéis nos dedos. Uma espécie de Godfather Conimbricense.
Será que sou capaz...? penso eu. Pego no chapéu a medo. Só custa 7 euros.
Rapidamente me dirijo à caixa para o pagar. Não quero que ninguém me veja a comprar um chapéu, até porque provavelmente nunca o vou usar. Vai ficar arrumado num canto do armário para o dia em que me decidir a usá-lo. Se isso acontecer.
Mal saio da loja sei que fiz uma má compra, mas ao menos nunca ninguém saberá que gastei 7 euros num chapéu.
Dirijo-me à Pull&Bear. Mal entro o alarme dispara.
Fico vermelho, depois azul e por fim roxo. Um rapaz vem ter comigo.
Posso ver o seu saco?-pergunta o rapaz
OH NÃO!!! - Penso eu.
E perante uma loja cheia de gente com os olhos postos em mim, o rapaz saca do meu chapéu. Imediatamente noto olhares de gozo por parte dos presentes. Juro que ouvi uma miúda a comentar com a amiga : Olha este, pensa que é muito fashion a comprar chapéus.
Mas, surpresa das surpresas, não é do chapéu.
Volto a passar no alarme. Aquela merda apita por todos os lados. Eu distingui mesmo dois tipos diferentes de som de alarme. Toda a gente do shopping está neste momento à porta da Pull&Bear a aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Será da carteira? -pergunta o rapaz.
Não era.
Será das sapatilhas?-pergunta o rapaz.
Não era.
Será do cinto? -pergunta o rapaz.
O cinto? Espera lá, aquele cinto BRANCO super parolo que comprei numa tarde de calor em que de certeza estava com uma quebra de glicémia? Esse cinto que só uso quando tenho a certeza que ninguém o vai ver?
Sim, era do cinto.
Era a merda do cinto.

E o chapéu?
No meio da confusão esqueci-me dele na Pull&Bear.
E não, não o vou buscar.