domingo, dezembro 26, 2010

Notas Soltas

Notas soltas do meu Natal...



- Cheguei a casa e encontrei uma caixinha muito jeitosa de chocolates. Imediatamente abri-a, papei pelo menos metade das trufas e voltei a fechar a caixa. De seguida a minha irmã ofereceu-a à melhor amiga.



- Por muito adulto que esteja, para a minha mãe estou sempre demasiado magro, demasiado mal vestido, demasiado calado e demasiado solteiro.



-Doces de Natal dão-me gases.

-Revi alguns amigos que já não via desde o Liceu. Estão quase todos casados, algumas já pariram rebentos e a maioria precisa de uma limpeza ao tártaro. Saí feliz e contente do café da terrinha.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Feliz Natal!

Quando era miúdo pedi ao meu pai no Natal um carro telecomandado da Niko.
No anúncio os Niko apareciam a saltar de varandas, aterravam no chão, davam piruetas e atropelavam gatos. Não sei como havia tecnologia na altura para fazer anúncios tão elaborados, mas a verdade é que eu espumava por um Niko.
Mas o meu pai só me comprou uma merda de um carrinho rabeta, em que o comando estava ligado por um fio ao carro, pelo que eu tinha de andar atrás da merda do chasso que ainda por cima se avariou passados dois dias.
Este ano, para que não hajam enganos, eis a minha lista de prendas. Toda a gente sabe a minha morada?

-Um iPhone. Não amigos, não é um HiPhone, nem um Myphone. É um iPhone, daqueles que custam 600 euros e têm várias aplicações que não servem para nada, mas que estou desejoso de mostrar na esplanada mais próxima, quando o vizinho de mesa sacar de um Nokia merdoso.

-Um novo portátil. No outro dia tive pela primeira vez a íncrivel sorte de me aparecer o écran azul com letras gigantes: FATAL ERROR. Mijei-me um pouco nas cuecas, uma vez que estava a escrever um artigo que não tinha salvo e que já devia ter pelo menos 10 páginas.

-Um disco duro com pelo menos 200 teratetracaralhobaites. Creio que a falha do meu portátil se deva ao conteúdo de vários giga de pornografia.

-Giga tem plural? Diz-se Gigas? Na verdade isto não é bem uma prenda, mas fico contente se alguém me elucidar. Vá contente não. Moderadamente bem disposto.

Ah, e um Natal bem passado a todos.
Não lhe dêem nas rabanadas, que essa merda vai toda para o pernil.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

E tu? Onde vais na passagem de ano?

Ah, a passagem de ano!
Odeio as passagens de ano. Desde Outubro que tenho de suportar a eterna pergunta: E este ano? Onde vais passar a passagem de ano?
Por mim passava-a a dormir, talvez com uma boa garrafa de vinho e quem sabe uma prostituta brasileira se até lá me cair o dinheiro da bolsa.
Mas não: Reparem, na passagem do ano temos de estar todos mega felizes, em grandes parties e acompanhados por pelo menos meio facebook. Senão somos por certo seres extremamente infelizes, feios e possivelmente condenados ao suicídio lá para meados de Fevereiro.

Nunca tive nenhuma passagem de ano verdadeiramente memorável.
Minto, houve um ano em que trabalhei nessa noite, e pensava que ia ter finalmente alguma paz e descanso na minha vida. Mas estava enganado.O L. com mais 3 amigos apareceram-me à meia noite na farmácia, sendo que uma amiga me vomitou a casa de banho toda e o L. explodiu com a garrafa de champanhe para o meio do tecto. Depois foram-se embora para a discoteca e eu passei a noite a limpar a farmácia.

Houve também um ano em que me diverti imenso. Andei a dar shots de vodka a toda a gente, enquanto eu bebia alegremente aguinha. Vi vómitos nesse dia que envergonhariam a miúda do exorcista. No final acabou toda a gente no bar gay do sítio, e há fotos que comprovam o M. a dançar descalço o I Will Survive, com lágrimas a caírem dos olhos.

Houve ainda um ano, anímadíssimo, onde fomos todos para uma mega party, e a S. atirou-se violentamente contra uma parede a dançar a Tortura da Shakira, sendo que partiu a cabeça. Imediatamente chamámos o 112. O INEM regressou duas horas depois para trazer a S. e levar o B. que tinha rachado a cabeça depois de ter caído de uma mesa de bilhar. Enquanto isto tudo decorria a Su. mastigava alegremente um pedaço de leitão na pista de dança, enquanto nós socorríamos os nossos amigos ensanguentados.

Este ano ainda não sei para onde vou. Falta-me dinheiro para acompanhar os meus amigos na sua viagem a Espanha para celebrarem 2011.
Espero que quando soarem as doze badaladas, e toda gente estiver com as passas na boca, se engasguem todos e não haja ninguém na sala que saiba aplicar a manobra de Heimlich.
Boas festas.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Toma lá duas lambiostinas

«Tribunal de Coimbra confirma que dar duas bofetadas à ex-mulher não é violência doméstica»
in Público

Hum, estou orgulhoso de morar em Coimbra.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Old Spice

Como é que sabemos que a época natalícia chegou? Basta ter em atenção que a cada dois anúncios televisivos um é de perfumes.
Eu sou suspeito. Durante anos não usei perfume. Sempre pensei que o cheiro que exala do meu corpo fosse o suficiente para meter o gaijedo em ponto caramelo. Até a minha ex me informar que eu cheirava a uma mistura de estábulo de cavalos com cigarros pelo meio.
A minha odisseia de encontrar um perfume perfeito durou anos! Parece que em contacto com a minha pele, os cheiros mais sublimes se transformam automaticamente em estrume.
Eventualmente, e após árduas pesquisas descobri um perfume minimamente decente. E depois descobri que só dava para usar no Inverno. Sim, porque parece que cheirar ao mesmo o ano todo é coisa de labrego.
Os anúncios a perfumes parecem-me na maioria algo inferiores à pornografia que vejo na net. Têm sempre uma gaja boazuda, semi despida, que anda pela sala a fazer olhinhos ao pessoal. Mas depois a cabra nunca concretiza nada, e acaba sempre só a falar ao ouvido de um paspalho qualquer (boss woman ou coisa que o valha), ou agarrada a um travesseiro depois de o marinheiro lhe ter dado a queca e ter bazado (gaultier woman, ou coisa que o valha).
Basicamente o que os anúncios a perfumes querem transmitir é: Vamos suas badalhocas, vocês sabem o que querem, tenham coragem de o admitir. Comprem-me e vão para festas engatar os amigos dos vossos maridos. Ou no máximo vão para um cais à espera de um marinheiro que não seja homossexual.

E sejamos francos: 60 euros por 30 ml de água com cheirinho?
Vou ali comprar o meu Old Spice.

segunda-feira, novembro 29, 2010

http://www.facebook.com/home.php?#!/pages/Xarope-pa-tosse-os-fas/128389310544966?v=wall

Caríssimos parece que tenho uma página de fãs no Facebook.
Não, não fui eu que a fiz, e fico um bocado irritado de não ter tido esta ideia de auto-promoção descarada.
Para a(s) pessoa(s) que se deram ao trabalho de a fazer: Não têm mais nada para fazer na vida?
Ah...e Obrigado!

sábado, novembro 27, 2010

Kaiser Chiefs - Ruby




Há uns anos atrás, era eu um jovem maluco e andava aí na noite, saiu esta música dos Kaiser Chiefs.
Reparem que eu era um jovem muito popular, o top dos topes. E de repente criou-se um culto: De cada vez que a música passava na discoteca durante o refrão, era ouvir um coro de vozes: Robene, Robene, Robene, Robene!!! uãuãuãããããã!!!! ( Trocadilho com a Ruby do refrão, para os incultos musicais)
E o Robene ria-se enquanto um grupo de pessoas o levantava em braços, toda a gente gritava e era a loucura total. De seguida eu pagava uma rodada de copos a toda a gente, razão pela qual a Via Latina fechou depois de eu deixar de lá ir.
Ora ontem, estava eu no mui badalado Noites Longas, e que música passa? Ah pois é!
Viro-me para o M. e grito: M. é a minha música!
E o M. fica histérico, começamos numa orgia de passos de dança, preparados para a loucura que ia ser o refrão. E chega o refrão e...eu e o M. gritamos a plenos pulmões: ROBENE, ROBENE, ROBENE, ROBENE!!!UÃUÃUÃÃÃÃÃÃ...
E depois veio o segurança pedir para nos calarmos e nos comportarmos, enquanto uma multidão de gente olha para nós e pensa que estamos sob o efeito de ácidos.
Desde quando é que eu deixei de ser o rei da noite?

quinta-feira, novembro 25, 2010

A espiral da inércia

Ando sem inspiração nenhuma para escrever no blog.
Desde que me tornei bolseiro, os episódios caricatos da minha existência acabaram. E os quilos começaram a acumular-se perigosamente na zona que carinhosamente chamo de pegas do amor.
Não faço mais nada senão dormir. Depois levanto-me, rebolo até ao sofá onde vejo o «Agora é que conta», apresentado pela Fátima Lopes (sim, eu acordo tardíssimo), um programa destinado a pagar contas a pessoas caloteiras que aparentemente não têm dinheiro para pagar 50 euros de gasóleo mas têm uma Pandora no pulso. Segue-se uma nova sestinha, que o Robene fica muito cansado de esforçar a vista a ver a Fátima Lopes a arruinar a carreira.
Posso, em dias de extrema energia, ler um ou dois artigos. Na loucura até ligo ao meu orientador onde faço de conta que já comprei a bibliografia toda que o homem me mandou ler. Na verdade ando a sacá-la pela net, e descobri que o google books é o meu site favorito a seguir ao youporn.
Voltei a viciar-me em dardos, portanto passo grande parte da noite como M., em campeonatos com velhos de bigode e que trazem as suas próprias setas em malinhas de couro.

Meu Deus, se me tivessem dito que isto é a vida de um bolseiro, não tinha demorado 4 anos a pedir o raio da bolsa.

domingo, novembro 14, 2010

Brasucas

No outro dia saí à rua e pensei que estava no Rio de Janeiro.
Não, Coimbra ainda é uma cidade segura sem gajas desnudadas a passear pela rua (excepto na primeira semana de Maio), mas esta merda está a ser totalmente controlada pelos brasucas.
No café atende-me um brasileiro. Na rua ouço só brasileiros. No Jumbo tenho atrás de mim na fila pelo menos uma favela inteira de brasileiros.
E depois apercebo-me da razão.
Vocês já alguma vez usaram uma cabine de telefone pública? Não, pois não?
Mas já repararam que cada vez que passam por uma cabine de telefone pública, invariavelmente têm lá um brasileiro a falar com a mãe, com o pai ou com a prima? Não há um único português que use um telefone público (pelo amor de Deus, todo o português tem no mínimo três telemóveis, e quem recebe o Rendimento Social de inserção até tem quatro!)

Conclusão: É a PT que está a importar os brasileiros para Portugal!

sexta-feira, novembro 05, 2010

Bloc Party - Two More Years

Tenho saudades dos tempos do Silent Alarm. É, para mim, um dos melhores álbuns dos 00's. Depois os Bloc Party pegaram em sintetizadores e fizeram músicas boas para por a malta a alucinar com cogumelos. Sem precisarem de cogumelos.

Higiene(s)

Demoro bastante tempo a tomar banho. Quando me meto no duche é coisa para durar meia hora pelo menos.
Há todo este cabelo sedoso para lavar, esta cara linda para ser esfoliada, todo o material a ser bem higienizado. Se vivesse na Venezuela, estava portanto fodido.
Toda a gente sempre se exasperou com o tempo que passo na minha higiene corporal.
Amigos: Foda-se Robene que a gente somos bem educados, mas tu demoras tempo a tomar banho como o caralho.
Robene: Então? Tenho de esfregar bem a cabeça, as pernas...
P. (espécime masculino.): As pernas? Tu lavas as pernas?
Robene: Sim...
P. (espécime masculino altamente badalhoco): Eu só meto sabonete no peito. Depois deixo escorrer.

Ora por esta ordem de ideias, passo apenas a colocar gel de duche no pescoço, que depois ele corre livremente corpo abaixo, lavando a sovaqueira no caminho.

E ainda me perguntam porque é que demoro tanto tempo no duche...

quinta-feira, novembro 04, 2010

Sebastião, o Bonsai com prazo de validade


Há muitos muitos anos atrás, ainda o Claúdio Ramos era casado com uma mulher e 2 pessoas em Portugal acreditavam que ele era heterossexual, eu e o pessoal com quem vivia decidimos que queríamos ter um animal de estimação.


Durante pelo menos 2 semanas, o M. quis comprar um furão. Tínhamos visto um filme qualquer com o Ben Stiller numa noite de bebedeira do sono, em que havia um furão lá pelo meio e ele achou imensa piada. Entretanto alguém nos disse que os furões eram bastante perigosos e que arrancavam olhos com as dentuças, pelo que eu já me imaginava trancado no quarto, agarrado a uma faca à espera da hora em que um furão em fúria me entrasse pela porta para me reclamar o escalpe.



Decidimos então comprar um rato. Decidimos não, o M. chegou a casa com o rato. Ou melhor, a rata. Chamava-se Pringles e era a coisa mais estúpida de que tenho memória. Passava o tempo enfiada na casota e corria na sua rodinha mal oleada durante a noite toda, não deixando ninguém dormir. Mordia as mãos de toda a gente e quando estava com o cio, coisa que parecia que estava a toda a hora, atirava-se violentamente contra a gaiola.



A existência da Pringles não foi feliz e eventualmente acabou graças a um triste acidente de que não há memória (o L. pegou na rata, deixou-a cair no chão, a rata começou a sangrar do nariz, metemo-la novamente na gaiola e fizemos como se não tivesse acontecido nada. No dia a seguir, a Pringles estava morta, para surpresa de toda a gente.)



Resta-me dizer portanto que me ofereceram um Bonsai, para alegria do mundo animal.



Parece que os Bonsais são as coisinhas mais paneleiras que existem no mundo. Tenho de o virar de duas em duas horas para apanhar sol em todas as folhas, regá-lo com a quantidade de água ideal (do Luso), falar com ele todos os dias e dar-lhe um nome.
Ninguém me informou desta trabalheira toda quando mo deram. Agora tenho de organizar a minha vida consoante o ciclo de vida do raio do Bonsai. Ainda por cima não combina em nada com a decoração da sala.



Aliás, lembro-me agora que quando morava com a malta, consegui matar os três bonsais que o M. tinha, através de excesso de fertilizante.



Dou-lhe mais uma semanita de vida.

terça-feira, novembro 02, 2010

Velas ao vento

O meu jantar de despedida da farmácia foi na quarta feira. Por entre choros incontroláveis (das minhas colegas), risadas cavernais (minhas), e eu a degustar o prato mais caro do restaurante, a minha chefe sacou de uma prenda.
Emocionado pego num embrulho.
Será que esta gaja ouviu as minhas lamúrias de dois meses a pedir um iPhone? Ou talvez as minhas indirectas por um iPod de última geração?
O embrulho parece ter exactamente o tamanho certo.
Abro-o devagarinho, lágrimas nos olhos. Se soubesse já me tinha despedido há mais tempo. Amanhã vou passar o dia a mexer no meu novo brinquedo hi-tech.
Mas não. Não é um iPhone. Não é um iPod. Não é sequer nada da Mac.
A prenda é: um CASTIÇAL!
Isso mesmo. Um castiçal.
Meio confuso levanto os olhos da prenda.
O que é isto? - Pergunto eu meio atordoado ainda.
É um castiçal, para pores uma vela. - Responde a mão de vaca.
Oh...-balbucio eu. E continuo a mastigar a picanha, preparado para enfiar com o castiçal nos cornos do primeiro empregado brasileiro que me aparecer na mesa e me perguntar se está tudo bom.
Chego a casa e o D. informa-me logo que aquilo é um castiçal dos chineses, e que eu agora posso é montar um pequeno altar à minha ex-chefe e rezar aos santinhos todos os dias.
Não me dou por vencido. Vou no dia a seguir ao sítio onde me compraram o cagalhão de prenda, ver se a troco nem que seja por um bibelô de um cão a fazer o pino.
Uma vez na loja a empregada informa-me que afinal o castiçal custou...80 Euros!
Após um momento de surpresa, em que rebolo os olhos de contentamento e danço o quebra nozes, saio de lá com um relógio novo no pulso da Fossil.
E nunca, mas nunca mais subestimo castiçais, serviços de mesa ou pratos da Vista Alegre que me possam dar.
Aliás, tenho uma santinha de Fátima aqui em casa que me deram no outro dia. Posso sair da ourivesaria com um Tommy Hilfiger no pulso.

terça-feira, outubro 19, 2010

Glee

Sendo cliente Meo consigo ter acesso a uma funcionalidade qualquer que dá para gravar qualquer programa. Como nunca sei a que horas posso ser chamado para fazer determinados serviços a jovens necessitadas, dá-me um jeitão poder gravar o «Rancho das coelhinhas». Eis senão quando no outro dia, descubro enfiados no meio da season 1 e 2 do referido programa episódios de Glee e de O.C..
Mas que merda é esta?, penso eu. Será que a minha nova empregada de limpeza tem uma tara por séries ranhosas para teenagers com dúvidas sexuais?
Não. Afinal quem me anda a gravar o Glee é o meu colega de casa.

Hoje vou dormir com uma rolha enfiada no rabo.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Interpol - Memory Serves

Ó Antonov, onde é que tu andas? O teu Blog merecia ser reactivado, só porque estes gajos lançaram novo álbum!

domingo, outubro 03, 2010

U2

O Bono até pode salvar as criancinhas de África de serem comidas por moscas. Pode pedir a paz no Médio Oriente e beijar a mão do Papa. Pode até resolver a crise económica Europeia e tornar Portugal o país mais rico do Mundo.
Agora eu quero é que o Bono se foda. Por causa dele cortaram a estrada que dá para minha casa, pelo que passei meia hora aos berros com um polícia a tentar explicar-lhe que vivia ao pé do Estádio de Coimbra.
Concerto dos U2 é um grande acontecimento em Coimbra? A mim só fez com que conseguisse jantar às 11 da noite.

sábado, outubro 02, 2010

Breve história da depilação masculina

Este ano reparei uma coisa na praia. Toda a gente parece que faz a depilação. E por toda a gente entenda-se miúdos de 18 anos, coisa que eu quero desesperadamente parecer.
Olho para o meu grupo de amigos: temos todos barriga de cerveja, a maioria ou é careca ou está para ser e pior temos pêlos nos sovacos. E parece que ter pêlo no sovaco é coisa de velho.
Vai daí, decido no outro dia entrar nesse fascinante mundo novo da depilação masculina.
Saco da minha Gillete e do meu aparador de cabelo e começo a minha demanda. Dura aproximadamente duas horas e no fim tenho a casa de banho com pintelhos na minha escova de dentes.
Mas desde logo noto a evidente mudança: a minha pila parece visivelmente maior atingindo facilmente os 25 cm. Com os pêlos do peito cortado pareço 20 quilos mais magro. E os tomates roçam de alegria um no outro, pela primeira vez desde os meus doze anos.
Rapidamente quero mostrar ao mundo a minha nova imagem, razão pela qual usei durante uma semana t-shirts de gola em bico até ao umbigo e calças de cinta descida.
O pior no entanto ainda estava para vir.
Parece que uma semana depois do meu novo look, os pêlos começaram a querer crescer.
Neste momento não consigo caminhar dois passos sem ter que coçar os tomates. Não consigo sequer juntar as pernas pelo que pareço alguém que foi enrabado há dois minutos (imagem à qual t-shirts com gola em bico não ajudam).
É impossível usar cinto de segurança, porque me toca no peito, e eu tenho alguns 2000 pêlos encravados incluindo nos mamilos.

Para a próxima, quando quiser parecer jovem e na onda da crista, começo mas é a fumar ganzas.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Coimbra vs Braga

Hoje houve discussão acalorada em minha casa.
Afinal qual a terceira maior cidade de Portugal?
Obviamente que Coimbra é a resposta certa, apesar de haver uns quantos mentecaptos que ainda não entenderam e insistem que Braga é a terceira maior cidade do País.
Nada mais errado meus ignorantes. Explico-vos porquê em dois minutos ou menos:
#1: Coimbra tem os U2 a actuar á porta de minha casa. Braga tinha os Linda Martini a semana passada numa aldeola chamada não sei quê dos Taipais.
#2: Braga é a cidade dos três P: Putas, Paneleiros e Padres. Coimbra é a cidade dos Doutores e Engenheiros. Entre 3 P's que no fundo significam o mesmo e dois títulos honoríficos prestigiantes, parece-me que Coimbra ganha.
#3: Em Braga fala-se esquisito. Eu juro que quando fui a Braga pensei que estava a ser assaltado por ciganos, quando na verdade me estavam a perguntar se queria gelo na Coca-Cola.
#4: O único ponto de interesse turístico em Braga é a Sé. Coimbra tem uma semana inteira dedicada a turismo sexual designada de Queima das Fitas.
#5: Eu moro em Coimbra. A minha irmã mora em Braga. E toda a gente sabe bem que eu sou o familiar preferido de pais, tios, primos e avós.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Contágio

Hoje acordei de manhã e não consegui abrir os olhos. Tinha sono é verdade, e eram 9 horas, o que para mim equivale a pregos espetados nas mãos.
Mas não abri os olhos porque estavam cheios de remela. Remela verde e gosmenta.
Rapidamente vou ao espelho. Pareço um zombie dos filmes do Romero: Olhos vermelhos, miudinhos, a largarem lágrimas cerosas.
Vou ao hospital. Pelo caminho tenho de parar várias vezes, porque não aguento a luz nos olhos. E porque atropelei pelo menos 3 pessoas.
Chego ao hospital e sou atendido por uma médica oftalmologista. Já o meu pai dizia: Não há profissão melhor que mulher de médico. Ou homem de médica, por mim tanto faz. Não sou machista. Sou é preguiçoso.
Esta médica ostenta a bata meia aberta e um decote opulento. Dentro dos possíveis tento enviar breves olhadelas ao decote, coisa muito complicada porque tenho a luz a ferir-me os olhos e algumas dificuldades a focar. Vislumbres que durariam 3 segundos, tornam-se em eye contacts de 5 minutos entre mim e a prateleira.
Mas eu sou um gajo discreto. E estava a largar muco dos olhos. Não deve ser muito sexy.
A médica boazona, possível candidata a Robene's next top wife, diz-me que tenho uma merda chamada querato conjuntivite por adenovírus. Que tenho de ficar de baixa para não contagiar ninguém, e que é um problema difícil de tratar.
Acrescenta: «Quero vê-lo na próxima segunda feira.» (faz boquinha de broche)
E eu penso: Meu Deus, mesmo meio cegueta e com ranho a cair-me dos olhos, consigo engatar. Devo ser mesmo bom.
Mas não. Ela quer ver-me porque tem de acompanhar a minha evolução. E dar-me uma medicação qualquer.
Tretas, digo eu. É óbvio que esta médica ficou mesmerizada com o calibre do paciente. Habituada a velhos com retinopatias diabéticas, caio-lhe eu nos braços, vindo do céu. Com o horário de trabalho dos médicos, ou sou eu, ou um velho de bengala com cataratas.
Por isso na próxima segunda feira posso sair do hospital curado da vista.
E de outras maleitas também.

terça-feira, setembro 07, 2010

It's on!

São quase 5 da manhã.
Estou em casa, lágrimas nos olhos, já saltei, já gritei, já abri uma garrafa de Porto que estou neste momento a mamar. Não consigo dormir, tenho o coração aos pulos. Já tomei 2 Xanax 0,5 mg, mas estou na mesma. Não páro quieto.
Não está mais ninguém acordado.
E eu não tenho a quem contar que CONSEGUI O CARALHO DA BOLSA DA FCT!

AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA!!!!! (rebolar os olhos e espumar a boca)
Adeus mundo da farmácia e aturar velhos e patroas e gente chata. Ide apanhar num sítio que eu cá sei.

Estou já a escrever a carta de demissão.
Hoje o tempo vai mudar.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Power Balance



Lembram-se da pulseira Pandora? Que mereceu um post há uns tempos atrás? Chegou finalmente a versão masculina. Chama-se Power Balance e dizem que é a pulseira da energia.

Aparentemente a Power Balance, que tem um holograma criado pela NASA, cria um campo electromagnético que anula as radiações negativas que recebemos diariamente. Podia até ter sido criada por uma cigana que usou meias roubadas para a fazer. Eu quero uma.

Um amigo meu comprou uma e diz que correu muito mais no futebol, que se sente a respirar melhor, e que até começou a engatar miúdas nas discoteca.

Não sei se acredite muito nisto, mas já encomendei pelo menos 10 Power Balances para cada braço. Estou até a pensar usar uma em cada tornozelo.

Infelizmente lembro-me de há uns anos valentes haver uma pulseira que clamava iguais benefícios: lembram-se? Era de metal, com umas bolas na ponta?

Ainda me recordo da minha mãe comprar aquilo às resmas, e de eu usar várias no pulso, que supostamente me iriam curar da asma, piolhos e sarna que tinha apanhado. Anos depois continuo com peladas na perna em que apanhei sarna, pelo que deduzo que não tenha resultado.

Já esta Power Balance, parece-me muito mais credível.

Ainda por cima o Cristiano Ronaldo usa uma. E eu acho o Cristiano uma pessoa de confiança.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Os significados ocultos dos cães

Decidi que quero um cão. Estou farto de ir a casa do M. com o único propósito de estar com a cadela dele, e ter que o gramar a queixar-se da vida.
Vai daí comecei a pesquisar raças na Internet, que eu quero um cão com muito Pedigree.
O problema é que moro num apartamento, e pelo amor de Deus, não quero um Pincher abichanado. Quero um cão que diga : «O meu dono é muito macho, e está constantemente no cio. Ao contrário de mim não foi castrado e esterilizado, está no auge sexual».
Ora que cão imediatamente diz isto, mal se lhe olha para o focinho? O Bulldog.
Parece no entanto que o Bulldog é uma flor de estufa: morre se estiver muito calor, e tem muitas displasias da anca. Ora para fracturas ósseas já me basta a minha avó, pelo o Bulldog está descartado.
Segue-se o Basset Hound. Estão a ver? Orelhas enormes, olhos chorosos e pedinchões. É um cão que diz: «O meu dono é um gajo sensível. Lê poesia à noite e aprecia ópera clássica. Apesar disso é bem capaz de vos dar uma trancada que vos deixa mancas durante uma semana.». Infelizmente parece que também o Basset Hound dá muito trabalho. É preciso limpar-lhe diariamente as orelhas e os olhos com compressas esterilizadas. E eu já tenho problemas que cheguem com a minha própria higiene pessoal.
Terceira opção: o Shar Pei. É o cão do anúncio da 5àsec, cheio de rugas. É um cão que diz: «O meu dono é um gajo com estilo. Olhem para o meu focinho: pareço uma panqueca com foles. Só um gajo altamente criativo pode ter um cão assim. E sexualmente sem limites»
Mais uma vez o Sharp Pei dá muito trabalho. Tenho de andar a limpar todos os dias as rugas do cão, senão ganha escaras. Parece mesmo que depois de lhe dar banho tenho de o deixar a secar ao sol. Ora para isso compro mas é um casaco da Gant que me fica mais ou menos pelo mesmo preço.

Vou mas é ao canil compara um rafeiro. Um Vira Lata que diga: « Estou-me a cagar para vocês.»

sábado, agosto 14, 2010

Facebook

Depois de ser cuspido e enxovalhado em praça pública por não ter Facebook, decidi finalmente aderir ao site mais falado do momento.
Criei um perfil, só com fotos em que apareço super bonzão (photoshop obviamente), e comecei a pesquisar o site.
Comclusão número 1: Todos os meus amigos têm vidas super interessantes. Parece que passam os dias em festas, a beber e a comer gajas. Aparentemente ninguém trabalha, porque independentemente da hora a que me ligo estão sempre online.
Conclusão número 2: Os meus amigos têm o dom da ubiquidade. Apesar de estarem em constante bebedeira e deboche, estão também sempre online.
Conclusão número 3: Não sei como postar absolutamente nada. E em menos de meia hora tinha fotos minhas, colocadas pelos meus amigos, com cerejas na boca a simular um minete e a beber finos com uma palhinha pelo nariz.
Conclusão número 4: O que raio é o Farmville? É um jogo? Porque é que eu tenho pelo menos meia centena de pessoas a dizerem que encontraram um cão perdido no mato e um perú com fome? É suposto eu fazer o quê? Aderir à PETA?
Conclusão número 5: Quem são estas pessoas que querem ser minhas amigas? «Ah e tal, era da tua turma no sétimo ano». Sim, até eras. Mas agora faltam-te dois dentes da frente e eu só quero gente bonita nos meus amigos.
Conclusão número 6: Estou viciado nesta merda.

Vendo rim

Vendo rim direito ou esquerdo. Mas só um deles.
O esquerdo é mais caro que o direito, em virtude deste último ter uma pequena pedra de 6 mm que pode causar pequenas cócegas ao futuro usuário.
Razão: Pagamento urgente de 3000 euros de arranjo de autocaravana.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Setúbal, ou como a cidade mais feia do País, tem as pessoas mais simpáticas




Quando andava no 10º ano estávamos a ter uma estimulante conversa sobre sexo, quando o meu amigo L. se sai com a frase: «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho». Ficámos a saber que o L. deve ter uma pila que se assemelha a um pequeno cogumelo do campo, mas mais do que isso ganhámos uma daquelas frases que se tornou uma espécie de lema. Durante muito tempo, cada vez que a ocasião se proporcionava lá vinha alguém que dizia: «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho».


Ontem recebemos a nossa autocaravana. Orgulhosos, enchemos a caravana com umas 200 minis e muitos preservativos. Estávamos tão ansiosos que decidimos partir nessa mesma noite. Ás duas da manhã.

O nosso primeiro destino seria Tróia.

Ligámos o GPS e lá fomos a caminho, cantando alegremente Lady Gaga e olhando de soslaio (e com alguma gulodice) as casas de meninas da Nacional.

Eis-nos em Setúbal. Não sabemos porquê, mas o caralho do GPS mandou-nos mesmo para o centro de Setúbal. Para o meio de uma rua minúscula. Eu ainda pergunto ao L. «Achas que a autocaravana passa nesta rua?». E o L. responde «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho». E ri-se. E eu rio-me. E o G. ri-se.

E nesse preciso momento enfiamos a autocaravana na varanda de uma casa.

Na verdade devíamos saber que esta viagem estava condenada desde o ínicio. Primeiro o D., que era suposto vir connosco, adoece 2 horas antes da partida. Na Nacional apanhamos dois papa-reformas que vão no máximo a 20 km/hora. A meio caminho, somos parados pela Polícia que nos informa que houve um derramamento de gasóleo e que a estrada está muito perigosa. Mas toldados pela visão de sevilhanas mamalhudas e sexo em autocaravana, ignorámos os sinais.

Mas voltando à minha empolgante narrativa: Eis-nos numa rua com muito mau aspecto, no meio de Setúbal, com a parte de cima da autocaravana totalmente enfiada numa varanda.

Em menos de meio minuto temos uma dezena de populares na rua. «Vamos levar uma sova», digo eu.

Não sei se foi a visão de três jovens garbosos, mas muito borrados de medo, se foi do rídiculo da situação, mas em menos de meia hora estava em cima da autocaravana, com a ajuda de dois ucranianos, a tentarmos tirar o gradeamento da varanda que estava enterrado na parte de cima da caravana. E passada outra meia hora, tínhamos as pessoas da rua a oferecerem-nos sacos de lixo para remendarmos o rombo e prosseguirmos viagem, porque «coitados dos rapazes, primeiro dia de férias e acontece-lhes isto!»

Mas decidimos voltar para Coimbra. Pela auto estrada desta vez. O vento dentro da caravana batia-nos na testa, a esferovite do contraplacado entrava-nos na garganta.

Parámos naquela que possivelmente era a estação de serviço mais cheia do País, com milhares de pessoas a apontarem e a gritarem: «Venham cá ver esta Caravana, eheheheh».

Dormimos duas horas. Os pés do L. viam-se pelo buraco.


E pronto. Foram as férias mais rápidas da minha vida.

sábado, agosto 07, 2010

Autocaravanismo

Vou de férias.
Estava indeciso entre o Mónaco e a praia de Cannes.
Infelizmente como os meus amigos são todos uns pés rapados, alugámos uma autocaravana.
Se chegarmos a Sevilha vai ser uma sorte.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Deus vos salve as alminhas

Caros amiguinhos e amiguinhas que visitam o meu precioso estaminé:
Estou aos comandos deste blog há coisa de 4 anos. Tem sido uma viagem com os seus altos e baixos.
Começou pequenino, qual pénis flácido e encarquido que só era visitado por algumas amigas em períodos de fome...perdão...de tédio.
Ás tantas o pequeno pénis flácido e medroso ganhou coragem e tornou-se um mangalhão que toda a gente quer ver.
Infelizmente, eu posso controlar quem me vê o mangalhão ( a maioria das vezes, pelo menos), mas não controlo quem me vê o blog.
E pelo amor de Deus caiam na real.
Este blog é FICCIONADO! E é HUMOR! Se quisessem ouvir diários de vida iam para o estounamenopausa.blogspot.com ou fizumapermanenteàanos80.blogspot.com.
Já estou a ficar fartinho de ter todos os dias comentários de ódio só porque fiz uma piadinha racista. Já estou um bocado farto de ser chamado filho da puta, paneleiro, brochista ou o mais original: comedor de merda. O nome científico é Síndrome de Pica e eu estou para saber como é que descobriram que eu sofro disso.
Continuo sem perceber como é que ainda existe alguém que vem para aqui ler estas postas de pescada e leva isto a sério. Mas eu também me rio com a Anatomia de Grey e parece que aquilo é um drama.

Meus amores, se não gostam, não leiam.
Se gostam, posso-vos dar o meu NIB para fazerem generosas doações. As férias estão á porta e eu não sei como, já não tenho dinheiro.

terça-feira, agosto 03, 2010

Lufada

Há uns dias ligaram-me de uma empresa de estudos de mercado, a perguntar se estava interessado em participar num estudo qualquer de um laboratório qualquer. Gritei dois ou três palavrões, disse que não tinha tempo para essas merdas, que tenho uma vida ocupadíssima e como raio tinham arranjado o meu número de telemóvel. Só no final o senhor do outro lado da linha me informa que havia cartões prenda do Continente para os participantes. «Conte comigo», disse imediatamente.

Por isso hoje aí fui eu à tal reunião. Estas reuniões são a coisa mais parva a que já assisti na minha vida. Ali estava eu com mais 6 farmacêuticos seduzidos pelo cheiro de dinheiro fácil. A nossa tarefa consistia em dizer se gostavamos ou não de uma caixa para um novo descongestionante nasal.
«Gosta do azul da caixa, Robene?», pergunta-me a formadora.
«É um azul bonito», respondo eu.
«É um azul cor de mar», responde outro farmacêutico.
«É um azul que acalma», acrescenta outra farmacêutica.
«E a bola vermelha ao centro da caixa?», pergunta a formadora.
«Hum...gosto da bola», respondo eu.
«Parece-me que essa bola pode enganar as pessoas. Parece um rebuçado», responde um farmacêutico.
«É uma bola que se distancia do azul. Chama a atenção», responde outro.
«E que nomes sugerem?», pergunta a formadora.
«Nasarox. Ou Nasalfree.», respondo eu.
«Lufada», responde alguém. E toda a gente se ri.

Depois destes diálogos dignos de um filme do David Lynch, cada um de nós recebeu 80 euros em cheques Continente.
A minha pergunta é: Onde é que eu me inscrevo para fazer vida disto?

domingo, agosto 01, 2010

Muito siso

Tenho uma cárie no dente do siso do tamanho do meu mindinho. Durante algum tempo deu-me bastante jeito. Acumulava lá comida, que depois ia degustando ao longo da tarde. Bastava enfiar lá a língua e tinha sempre um pedaço de maçã do almoço, ou um bocado de bolacha do lanche.
Infelizmente parece que as cáries doem. E a minha começou a dar sinal.
Vai daí, decidi ir ao dentista.
Já não ia ao dentista há 15 anos, desde que andei num brasileiro que me pôs um aparelho que me fazia parecer o jovem Frankenstein.
Este dentista é Português. Quando olha para a minha boca refere qualquer coisa como crianças da Somália terem menos tártaro do que eu. É normal, elas comem uma vez por mês e devem mastigar grãos de café em vez de o beberem em chávenas Vista Alegre como eu.
Depois de me fazer uma limpeza, que incluiu pedaços de placa dentária a entrarem-me nos olhos diz que da próxima, o meu dentinho do siso vai fora.
Saio aterrorizado e vou ter com uns amigos em busca de conforto.
Má escolha, claro.
Parece que arrancar dentes equivale a decepar membros a sangue frio. Uma amiga ficou 15 dias com dores lancinantes, vómitos e visão dupla. Outra diz que não conseguiu comer nada sólido durante uma semana, e ainda hoje só mastiga de um lado. Outro diz que a anestesia não fez efeito e que sentiu o dentista a arrancar o dente, o que equivale, pensa ele, a parir gémeos pelo olho do cú.
Já quando quis fazer a cirurgia a laser à miopia, surgiram histórias de conforto de um amigo de amigos que ia ficando cego e durante 2 meses teve de ficar num quarto escuro, com óculos escuros, a rezar aos santinhos que lhe devolvessem a visão.

Hum...acho que vou aguentar mais uns meses o meu dente do siso.

terça-feira, julho 20, 2010

Pacto com o Diabo

Parece que o pacto com o Diabo que fiz no outro dia resultou. Hoje ligaram-me a dizer que passei à segunda fase de entrevistas para o emprego de há uns posts atrás. A minha alma está condenada.

quinta-feira, julho 15, 2010

Interpol - Barricade

Ai minha nossa senhora, caguei para os National. Os Interpol têm single novo! Eu quero, que quero, eu quero ir vê-los! Nem que tenha que depois aguentar com os U2, eu tenho de ir ver Interpol.

Entrevista #2

Estou farto do meu trabalho. Ando a fazer todos os possíveis para bazar daquele campo de concentração. Se bem que Auschwitz me pareceu ser mais espaçoso e com melhores condições. O lema no entanto aplica-se: o trabalho liberta. Embora em mim só tenha libertado dores nas costas e varizes.
Vai daí vou a uma entrevista de emprego na sexta.
Para não variar é novamente em Lisboa. Pedi já um GPS emprestado.
Desta vez não vou cometer os mesmos erros da última entrevista. A saber:
- Vou de fato. E com gravata. E vou engraxar os sapatos.
- Vou-me pentear.
- Vou estudar a minha Geografia toda. Da última vez perguntaram-me se estava disposto a ir para Olhão, e eu disse que não gostava de ir para o Minho.
- Vou manter eye contact o tempo todo e apertar o bacalhau com mão firme.
- Não me vou descrever como simpático e fiel. Vou-me sim descrever como uma mistura de George Clooney e Belmiro de Azevedo: sexy e com jeito para os negócios.
- Antes de sair, se for uma gaja a fazer-me a entrevista, vou dar a indicação subtil de que estou disposto a tudo para conseguir aquele emprego. Depois pisco o olho e lambo suavemente os lábios. Se for um gajo, faço o mesmo.

Por isso rezem por mim. Daqui a uns meses posso já não ser o farmacêutico de serviço, mas sim um Gestor de Clientes cheio de almoços chiques e prémios chorudos.

terça-feira, julho 13, 2010

Prenhas

Hoje a M. e o S. foram-me visitar à farmácia.
Ela vinha com um sorriso de orelha a orelha, vestida de preto.
Pareceu-me mais gorda mas como eu sou uma pessoa muito discreta e nunca envergonho os meus amigos só lancei um « Andas-lhe a dar nas bolachas M.!»
Mas não. A M. está grávida. Mas só de seis semanas, o que quer dizer que efectivamente está mais gorda.
Seguiu-se um momento de abraços e beijinhos, e eu só pensava neste casal, com quem vivi durante 4 anos de faculdade, ele a enfardar cerveja, ela a fumar dois maços de tabaco por dia. Ìamos para a noite e dançávamos como parvinhos, a fazer rodas e a simular actos sexuais em danças latinas. Uma noite, depois de uma cartada regada a álcool, fomos todos fazer mosh para o quarto e acordámos a vizinha de baixo que chamou a polícia.
E agora ali estão eles, prestes a serem pais.
Seguiu-se uma breve discussão do nome da criança, e eu juro que quase os convenci a chamar Robene ao petiz que aí vem, caso seja um rapaz.

Há coisa de dez minutos recebo uma SMS da F., uma amiga de liceu que seguramente não vejo há dez anos.
Está grávida.

Algo de muito estranho se passa com os meus amigos.

segunda-feira, julho 12, 2010

Parolices

Parece que o Cristiano Ronaldo teve um filho de uma barriga de aluguer nos Estados Unidos que agora vai ser criado pelas irmãs algures na Madeira.
Surreal?
Bem, na verdade nem por isso. Tendo em conta que o filho do Cristiano Ronaldo se chama...Cristiano Ronaldo.
E há lá coisa mais parola que dar o próprio nome ao filho?

Espanha 1- Holanda 0

Devo ser o único Português a dizer isto, mas hoje estava a torcer pela Espanha. Quando digo isto, as pessoas reviram os olhos e cospem-me.
Há um sentimento anti Espanha em Portugal e eu não percebo bem porquê.
Basicamente somos todos do mesmo sangue: Somos baixos, escuros, porcos, falamos quase a mesma língua e gostamos de não fazer nada. Só não somos marroquinos porque não cozinhamos Couscous.
Quando fui a Espanha, os espanhóis levaram-nos a visitar a cidade, foram connosco para os copos e até se ofereceram sexualmente. Quando estive em Amesterdão a única coisa que os holandeses nos fizeram foi um charro ultra potente quando tínhamos pedido uma merda fraquinha. Daí que as únicas recordações que tenho da Holanda são do quarto do meu hostel com o G. a berrar que a pele se estava a desprender dos ossos.
E viva Espanha!

quarta-feira, julho 07, 2010

Afinal...

Retiro tudo o que disse sobre a D. Clara. Lembram-se da D. Clara, a minha empregada de limpeza?
As últimas quatro semanas tem-se baldado ao trabalho.
De todas as vezes informou-me por SMS. Primeiro teve um «isame aos dentes», depois a filha mais velha adoeceu, depois teve um «isame aos intestinos», e por último foi a filha mais nova que ficou doente.
Ou esta é a família mais moribunda do mundo ou então a mulher com este calor não lhe apetece trabalhar.
Pior, ontem cheguei a casa e encontrei a cozinha infestada por literalmente milhões de formigas. Aspirei-as todas mas meia hora depois voltaram, ainda mais numerosas. Imediatamente voei ao Continente onde comprei uma lata de formicida e uma espécie de ratoeiras para formigas que não sabia sequer que existiam.
Agora tenho o chão coberto por pelo menos dois milhões de formigas mortas.
E quem é suposto limpar esta merda toda?
Eu?

sábado, julho 03, 2010

O Chapéu

Decidi ir aos saldos ontem.
Entro na Zara, dou uma rápida olhadela pelas montanhas de roupa espalhadas pela loja e estou quase a sair quando o vejo.
É um chapéu. Sim isso mesmo. Um chapéu castanho com uma lista cinzenta. Ora homem que é homem não usa estas paneleirices, mas eu sempre me imaginei de chapéu. Eu a passear na rua de óculos escuros e de chapéu. Possivelmente com uma cigarrilha na mão e vários anéis nos dedos. Uma espécie de Godfather Conimbricense.
Será que sou capaz...? penso eu. Pego no chapéu a medo. Só custa 7 euros.
Rapidamente me dirijo à caixa para o pagar. Não quero que ninguém me veja a comprar um chapéu, até porque provavelmente nunca o vou usar. Vai ficar arrumado num canto do armário para o dia em que me decidir a usá-lo. Se isso acontecer.
Mal saio da loja sei que fiz uma má compra, mas ao menos nunca ninguém saberá que gastei 7 euros num chapéu.
Dirijo-me à Pull&Bear. Mal entro o alarme dispara.
Fico vermelho, depois azul e por fim roxo. Um rapaz vem ter comigo.
Posso ver o seu saco?-pergunta o rapaz
OH NÃO!!! - Penso eu.
E perante uma loja cheia de gente com os olhos postos em mim, o rapaz saca do meu chapéu. Imediatamente noto olhares de gozo por parte dos presentes. Juro que ouvi uma miúda a comentar com a amiga : Olha este, pensa que é muito fashion a comprar chapéus.
Mas, surpresa das surpresas, não é do chapéu.
Volto a passar no alarme. Aquela merda apita por todos os lados. Eu distingui mesmo dois tipos diferentes de som de alarme. Toda a gente do shopping está neste momento à porta da Pull&Bear a aguardar o desenrolar dos acontecimentos.
Será da carteira? -pergunta o rapaz.
Não era.
Será das sapatilhas?-pergunta o rapaz.
Não era.
Será do cinto? -pergunta o rapaz.
O cinto? Espera lá, aquele cinto BRANCO super parolo que comprei numa tarde de calor em que de certeza estava com uma quebra de glicémia? Esse cinto que só uso quando tenho a certeza que ninguém o vai ver?
Sim, era do cinto.
Era a merda do cinto.

E o chapéu?
No meio da confusão esqueci-me dele na Pull&Bear.
E não, não o vou buscar.

sexta-feira, junho 25, 2010

Comichões

Facto 1) A minha casa não tem cortinas.
Facto 2) A minha sala está virada para a rua. Como é uma descida, quem quiser consegue olhar para dentro de casa.
Facto 3) Ontem acordei e fui coçar os tomates para o sofá da sala.
Facto 4) Três senhoras de meia idade passaram 15 minutos a ohar para mim.
Facto 5) Continuei a coçar os tomates.

SMS

Sou um gajo muito social. Preciso de estar sempre em contacto com o mundo, mesmo quando conduzo. Há sempre encontros a marcar, festas a serem preparadas, Erasmus espanholas a precisarem de orientação.
Farto de andar a mandar o telemóvel para o banco do passageiro quando vejo uma brigada, desenvolvi um técnica super moderna: agora escrevo SMS's enquanto conduzo.
Na verdade não é difícil. Basta a cada três palavras escritas, olhar de soslaio para a estrada. Isto tudo com os phones nos ouvidos a ouvir a minha musiquinha.

Acho que se alguma vez parar de escrever neste blog sem aviso prévio já sabem o que me terá acontecido.

sexta-feira, junho 18, 2010

RIP

Quando tinha 15 anos tentei ler um livro de Saramago que o meu pai me ofereceu. Ao fim da primeira página tinha desistido.
Dois anos depois, naqueles Verões que duravam de Junho a Setembro e não apenas 15 dias de Agosto como agora, voltei a pegar no livro. Em duas noites tinha lido o Ensaio sobre a Cegueira. Nessas férias, na praia, à noite, no café, ao almoço, ao jantar, despachei a Jangada de Pedra, o Memorial do Convento, o Homem Duplicado, a Caverna, o Todos os nomes e o Evangelho segundo Jesus Cristo. Na faculdade, sempre que poupava uns trocos no álcool e me sobrava dinheiro comprava mais uns livros dele. E não exagero ao dizer que a escrita deste homem me tornou um pouco naquilo que sou hoje.

quarta-feira, junho 16, 2010

O som da vuvuzela

Desde que me mudei para a minha casa nova tenho feito esforços épicos para conhecer os vizinhos. Normalmente sento-me num banco à porta da entrada a olhar pelo monóculo ou como raio se chama aquilo, esperando que os vizinhos da frente saiam. A ideia é sair também nesse mesmo instante e dar de caras com eles. Já imagino esse momento histórico, eu com um grande sorriso, os meus vizinhos a chorarem de alegria por terem tão ilustre pessoa a morar a dois metros de distância.
A merda é que os vizinhos parece que não saem de casa. Eu ouço-os a rirem e a conversarem, mas vê-los nem por isso.
Pelo informação que já reuni, que inclui o facto de as nossas varandas serem pegadas e eu conseguir meter o olho para a casa deles, são um casal jovem e possivelmente ainda estudam. A varanda deles está uma desarrumação total, o que indica que devem ser boas pessoas.
Os vizinhos de baixo são também um jovem casal, e ela é brasileira porque no outro dia consegui ouvir uma conversa entre eles. Parece que se chama Neide, ou Nélia, naquele momento o vento mudou de direcção e eu não percebi claramente. Sim, estava na varanda e eles tinham a janela aberta.
Não gosto destes vizinhos de baixo. Têm um bébé que chora copiosamente todas as santas noites. No início comprei uns tampões para os ouvidos, mas a única coisa que aquilo faz é conseguir que eu ouça os meus próprios batimentos cardíacos e agora desenvolvi uma espécie de obsessão em que conto o meu ritmo cardíaco e estou à sempre à espera que o coração falhe.
Decidi então comprar uma Vuvuzela.
Cada vez que o miúdo desata aos berros, o que normalmente acontece às três da manhã, eu pego na vuvuzela que tenho ao lado da cama e sopro com força.
Parece que resulta: nas últimas três noites, não acordei uma única vez.

quarta-feira, junho 02, 2010

Lost no Lost

ALERTA SPOILER!!

Acabo de ver o último episódio de Lost. Ok, não via Lost desde a 3º temporada, altura em que achei que tinha mais que fazer com o meu tempo do que ver uns gajos que andavam obcecados com uns números e com um botão numas catacumbas duma ilha.
Este episódio final na verdade veio revelar bastante: O Jack está muito mais velho, a Kate apesar de boazona está com uma cara esquisita e a Claire está mais gorda. Não consegui apanhar muito mais.
A tudo isto ajuda o facto de nos 5 minutos finais, em que pensava eu ia perceber mesmo tudo, a Fox deixou de dar e eu fiquei sem perceber foi um caralho.
Alguém me oferece a caixa de DVD's por favor?

terça-feira, maio 25, 2010

Spiderwebs

Julho de 1989:

O petiz Robene vai visitar uma obra que o pai está a construir. Está a brincar com uns fusíveis e uma rebarbadora Bosch quando de repente uma enorme aranha preta lhe aterra no focinho. O petiz Robene grita, esbraceja e dá pontapés. A aranha acaba esborrachada no chão. O petiz Robene acaba com as calças ensopadas em mijo.

Agosto 1998:

O adolescente Robene chega a casa e tem uma marca esquisita na perna. É meia roxa, está inchada e dói. «Devo andar a masturbar-me demais. A uns nascem pelos nas mãos e ficam cegos, a mim deve-me dar para isto», pensa o jovem Robene.
E nisto sai pela perneira das calças uma aranha gigante.

Setembro de 2003:

O jovem Robene vai à casa de banho. Repara que alguém deixou a janela aberta. Enquanto alivia as azeitonas, repara horrorizado que está uma aranha gigante um pouco por cima do autoclismo. Ao berros, e mijando literalmente a casa de banho toda, grita por socorro. A acudir o jovem Robene surge o colega de casa G. Meio borrado saca de uma sapatilha e tenta matar a aranha. A sapatilha acaba na sanita que ainda tem o mijo fresquinho do jovem Robene (não houve coragem de descarregar o autoclismo, a aranha estava mesmo em cima dele!). Os dois jovens gritam por socorro, até que surge o terceiro colega de casa, que finalmente mata o aracnídeo gigante. Desde então o terceiro colega de casa ganha a alcunha de Spiderman.

Maio de 2010:

O adulto Robene vai até à varanda fumar um cigarro. Está a pensar na vida e em como tem de comprar um disco externo para armazenar toda a pornografia que tem no computador. De repente sente qualquer coisa a cair-lhe na cara. É uma aranha nojenta. É castanha e Deus castigue este narrador se estiver a mentir, mas tem ventosas em todas as patas e consegue saltar! É uma aranha castanha com ventosas que pula. O adulto Robene berra como berrou o petiz Robene em 1989. Como uma menina, portanto. Começa uma dança epiléptica que consiste no adulto Robene a tentar esborrachar a aranha. Mas o raio do bicho salta e corre muito rápido. Derrotado, o adulto Robene refugia-se em casa, tranca a janela, tira a roupa toda para se certificar que não tem nenhuma aranha enfiada nas cuecas e a tremer enfarda um Xanax pela goela.

segunda-feira, maio 24, 2010

High Violet


Estes gajos são...mesmo bons!

Ainda ontem...

Na paragem de autocarro vejo um outdoor a publicitar uma noite dos anos 80 numa discoteca qualquer. A Olá decidiu ressuscitar os velhinhos Fizz e Rol. Descobri no outro dia no Jumbo cubos de Rubick à venda.

Ainda bem que não sou o único a sentir-me velho.

Segway


A convite do meu amigo B., guia turístico e ocasionalmente dançarino de kuduro, este fim de semana rumámos ao Porto.
A ideia era passarmos a noite no Porto, em bares glamourosos e recheados de gajas semi nuas.
Infelizmente o B. tinha comprado umas sapatilhas novas (roto) que lhe custaram os olhos da cara (roto) e às quais fez alergia (roto). Sim, há pessoas que fazem alergia a sapatilhas (os rotos). Assim, em vez de passarmos a noite a lançar olhares furtivos a loiraças decotadas, passámos a noite a correr para a farmácia de serviço a comprar anti histamínicos e gaze gorda para curar as chagas dos pés do B.
Felizmente para o dia de hoje o B. tinha as coisas melhor planeadas.
E eis-nos que passámos o dia inteiro a passear pelo Porto...de Segway!
Isso mesmo.
Segway.
A minha mãe pensava que Segway era uma bicicleta para deficientes. Por isso têm uma foto escarrapachada do dito dispositivo, para não haver confusões.
No ínicio parecíamos todos efectivamente uns deficientes, a tentar ganhar equilíbrio no dito cujo sem partirmos os dentes da frente.
Mas passados 10 minutos era ver-nos a acelerar Porto fora, cabelos ao vento, brisa na cara, crianças aos berros depois de lhes ter passado com o Segway por cima das perninhas.


Já agora e apenas a título de curiosidade (eheheh),o nome da empresa pioneira que introduziu este passeio de Segway pelo Porto é a Blue Dragon.

Juntem um grupo de dez pessoas e vão dar um passeio. Não se esqueçam é de dizer que vão da parte do Robene. E de preferência escolham o guia turístico que tem os pés ligados e usa umas sapatilhas Meireles ou coisa que o valha. Ouvi dizer que é o melhor.




terça-feira, maio 18, 2010

London Calling

Não gostei assim muito de Londres.
Estava frio, as gajas são um bocado cavalonas e meias rosadas e toda a gente pensava que eu era indiano.
Os nossos companheiros de quarto no Hostel eram um americano que fazia sapateado e dois niggas que vinham algures da Guiana Francesa mas que tinham Macbooks e muito Bling ao pescoço. Fechavam o cacifo do quarto a sete chaves, pelo que ou guardavam lá diamantes de sangue ou pensavam que eu era efectivamente indiano.
Ao contrário de Madrid, não se podia fumar em lado nenhum. Para fumar, eu tinha de sair do Hostel, percorrer uma ruela que desembocava num beco sem saída, escuro e com caixotes do lixo. Por várias vezes temi pela minha segurança, mas só fui interpelado uma vez, por um belga de quinze anos que me perguntou se eu tinha coca. Cada vez mais desconfio dos Hostéis que o G. selecciona.
Em Londres tudo é para lá de caro. Queríamos ir ao museu de Cera, mas tínhamos de desembolsar com 30 euros, pelo que em vez de ter fotos a apertar as mamas duma Britney Spears de cera, tenho fotos no Tate Modern que era de graça.
Aparentemente a única coisa que se come em Londres são hamburguers com batata frita. A população local parece não querer saber de comida uma vez que tudo o que fazem é beber Pints, que são copos de meio litro de cerveja.
Houve uma vez que fomos comer sushi, mas aquela merda caiu-me mal e passei a noite toda a arrotar a salmão crú e algas japonesas.

Já agora, porque é que não me torno é repórter de viagens?

segunda-feira, maio 10, 2010

Pai nosso

Pai nosso que estais no céu, coloca a tua mãozinha por baixo do avião da Ryanair no qual vou viajar hoje à noite.
Não deixai que nenhuma cinza do Vulcão Eyfajnnfodasequenomedocaralho entre nos motores e rebente com o avião todo.
Se alguma calamidade tem de acontecer que seja na Queima das fitas de Coimbra, que estes bebêdos não me têm deixado dormir com os berros. Ou na visita do Papa, que o gajo tem uma cara esquisita.
Que amanhã possa estar em Londres, num espectacular Hostel com 800 pessoas, a partilhar uma camarada com mais 18 marmanjos e marmanjas.

Ámen.

quarta-feira, maio 05, 2010

Conversas de café

As primeiras impressões são muito importantes.
Uma pessoa lava bem os dentes, penteia-se, usa uma camisola sem nódoas e até desodorizante.
Mas depois chega à mesa de café e ri-se de forma descontrolada, bebe 3 finos em 2 minutos e inexplicavelmente começa a falar dos números do euromilhões.
Mas chega de falar das pessoas com quem tenho saído.
Eu por mim tenho um método bem fiável para perceber se vou gostar daquela pessoa ou não.
A meio da conversa lanço um «Dá-me só dois minutos, que eu vou ali cagar».
Se noto um ar enojado, aproveito e saio disfarçadamente sem pagar a conta.
Se noto um ar interessado ou até curioso, prossigo com a frase «Ah, afinal já não preciso, acabei de me peidar».
Se depois disto a pessoa ainda estiver à minha frente, só vos digo que pode vir a ser a mãe dos meus filhos.

1 Kawasaki em Oiã

Quando tinha 16 anos quis ter uma mota. Imaginava-me já a chegar à praia no meu potente motão Kawasaki a sacar cavalinhos, tirar o capacete num movimento sexy e entrar praia adentro com duas mamalhudas debaixo de cada braço.
Reparem, eu tinha 16 anos e era virgem. Uma mota representava não só um meio de transporte, mas também um modo de engatar miúdas.
Por alturas do meu aniversário implorei, chorei, ajoelhei, mas os os meus pais não me deram sequer uma Scooter abichanada.
Segundo a minha mãe, o mais provável era eu estampar-me na curva seguinte e ficar desfigurado. Segundo o meu pai, era uma forma fácil de engravidar uma miúda qualquer (esperto o velho).
Contas feitas disseram que se quisesse, podia ficar com a mota antiga do meu pai.
Uma Casal azul clara e preta.
Orgulhoso saí à rua, montado num chasso mais velho que a Sé de Braga (na verdade acho que a mota já era mesmo herdada do meu avô) e sem saber como travar. Planeava ir ter com uns amigos, fazer uma entrada triunfal com a mota a rugir testorena.
Acelerei uma vez, a mota fugiu-me e eu caí de costas no chão.
Nesse dia não consegui sequer ir à matinés da discoteca de Oiã (esta terra existe mesmo, google it!).
2 anos mais tarde tirei a carta de carro.
E perdi a virgindade.
Finalmente.

sexta-feira, abril 16, 2010

Todos os nomes

Eu estive quase para me chamar Bernardo. Se assim fosse, seria agora possivelmente um advogado de sucesso, conduziria um BMW e teria uma casa na Foz do Porto.
Infelizmente o meu avô paterno também se chamava Bernardo, e a minha mãe não podia com ele, pelo que o nome chique e com pedigree que deveria ter agora foi com os cães.
A minha mãe queria que eu tivesse um nome ainda mais chique. Um nome que mal as pessoas ouvissem associariam a estatuto e poder. A minha mãe queria chamar-me Tony.
Reparem, o meu apelido é Santos. Tony Santos. Seria de longe algo que as pessoas nunca esqueceriam.
Infeizmente no registo informaram o meu pai que o nome Tony com Y não era permitido. E claro que Toni com I, não tem metade do potencial de chiqueza. Vai daí, fiquei Robene.
Robene não é um mau nome. Quando as pessoas pronunciam Robene, conseguem ao mesmo tempo libertar um pouco do escarro que têm preso na garganta. É um nome que ajuda as pessoas.
O giro era alguém efectivamente conseguir fixá-lo. Já fui chamado de tudo: Ronaldo, Roberto, Ricardo, Hugo ou o mais comum: Bruno. Em toda a minha vida conheci um único Robene, que tal como eu nunca era tratado pelo nome. O meu amigo G., que conheci no primeiro ano de faculdade não gostava de mim porque tinha um nome esquisito.
Resolvi por isso recorrer à única ajuda possível hoje em dia para trazer um pouco de visibilidade a este problema que assola a sociedade e criar um novo grupo do Facebook: Pessoas com nomes esquisitos também têm sentimentos.
Peço a todos os Armindos, Albanos, Romeus e Vitorinos que se juntem a mim nesta luta.
Juntos vamos dominar o mundo, e fazer com que a próxima geração de bébés se deixe de chamar Martim e Santiago!

quarta-feira, abril 14, 2010

Dona Clara

A dona Clara é um anjo.
Raras vezes falei bem de alguém neste blog, mas sinto que chegou o momento.
A dona Clara vem às quartas de manhã. Às 9 horas toca à campainha, eu abro-lhe a porta e volto para a cama.
Enquanto isso a dona Clara aspira-me a casa, desentope-me a sanita, ordena-me os iogurtes por data de validade e consegue encontrar todos os pares das meias perdidas.
Quando por volta do meio dia acordo, ela vai-me fazer a cama, põe a roupa a lavar separada por cores, e abre as janelas para arejar o cheiro a bedúm.

No outro dia mandou-me com o quadro do Vertigo ao chão e partiu um bocado da moldura. Tentou escondê-lo atrás da televisão, mas eu dei logo nela. Tenho confiança na dona Clara: uma vez deixei um euro e 72 cêntimos na mesa da sala a testá-la e ela não mos fanou. Não vai ser uma moldura meio rachada que me vai fazer zangar com a dona Clara.
Também me faz o almoço, para ir cheio de energia para o trabalho.
Não tarda muito começo a chamá-la de Mãe.

domingo, abril 04, 2010

Krka

Há uma nova empresa de genéricos a operar em Portugal.
É a eslovena Krka.
Isso mesmo, Krka.
No outro dia tive de pedir um paracetamol Krka ao fornecedor.

Robene: Olá, queria o paracetamol da Krka (pronunciei Kerka)
Fornecedor: Estou a ouvir mal. Não percebi.
Robene: Paracetamol Krka (desta vez, pensando que se calhar tinha dito mal, pronunciei Kurka)
Fornecedor: Está engasgado?
Robene: K-R-K-A!
Fornecedor: Ah! O paracetamol K-R-K-A.

Resta dizer que o utente que me pediu o paracetamol o chamou de Krika.
Não auguro grande futuro a esta empresa.

sábado, abril 03, 2010

O pico

No meu trabalho cada pessoa tem o seu pico.
O pico é basicamente um sítio em que colocamos as tarefas que temos de fazer, mas que por toda e mais alguma razão não nos apete...não temos tempo para fazer. E é vê-lo crescer todos os dias, aumentando de tamanho, ganhando vida própria, exigindo ser alimentado.
Eu regra geral tento ignorar o meu pico. Passo por ele, mas sei que se lhe der atenção vou ter de ligar a algum chato que não pagou a conta, vou ter de rever stocks ou pior, vou ter de efectivamente ler circulares de segurança do INFARMED.
Quando vim de Espanha o meu pico era já uma torre. Impedia mesmo a passagem de pessoas para a parte de trás da farmácia. Tive portanto de lhe dedicar algum tempo. E é incrível ver que a maior parte das tarefas já estavam ou resolvidas ou esquecidas.

A minha eficácia laboral ficou mais uma vez provada.

quarta-feira, março 31, 2010

Classificados

Recém licenciado com bumbum apetitoso. Boca gulosa e língua marota. Primeira vez em Coimbra. Discreto, atendo ao domícilio.

A forma de pagamento serão bilhetes para os U2 em Outubro. Acabei de saber que Interpol vão fazer a primeira parte!

sábado, março 27, 2010

Madrid me mata...parte 3








Prado? Rainha Sofia?

Os espanhóis dormem a sesta, fumam em todo lado, não lavam as mãos depois de mijar e os restaurantes têm o chão mais nojento que a minha antiga casa. Sim, há um espanhol dentro de mim.

E já vos disse que o que ele mais gostam é FIESTA?
Ah, sim, foi isto que viémos fazer a Madrid!
Madrid me gusta...mucho!

Madrid me mata...parte 2

Depois de uma tarde frustrada no Prado, chegámos à conclusão que se calhar gostamos mais de arte contemporânea...Seguimos para o museu Rainha Sofia...

Eu a olhar para três paletes de madeira no chão.



Eu a admirar a incrível estética de um estendal de meias.




Uma das obras mestre da exposição, um triângulo de alumínio.




Eu a imitar um cão, numa projecção de um filme qualquer super artístico.

Hum...se calhar museus não são bem para nós...Mas então...que raio é que viémos fazer a Madrid?

Madrid me mata...parte 1





Museu do Prado. Terça Feira, 23 Março. Depois de ver este quadro a minha vida mudou para sempre. Aí está, a Virgem Maria, a esguichar um jacto de leite da mama para a boca de um santo qualquer. E toda a gente me dizia que o Museu do Prado era uma seca. Na verdade até era. Foram duas horas exasperantes a ver centenas de quadros de Cristo crucificado, e apenas um em que a Virgem Maria mostrava os atributos. 8 euros só para Softcore...

Padres ao volante

Não vos vou ainda deliciar com a fantástica descrição destas férias em Madrid. Deixem-me só dizer-vos como acabou: eu e o G., num carro com três padres a virmos do aeroporto. A 300 km/hr num Opel Corsa de 1990. E a embatermos nuns pins de sinalização que separavam duas vias.

Sim, foi mesmo assim que acabou.
Agora imaginem o ínicio.

domingo, março 21, 2010

Aeroplano

Nunca fui grande fã de andar de avião.
Por norma escolho sempre os lugares junto à coxia, com o terço nas mãos e procuro ver se existem bébés de colo e crianças de tenra idade. É um alívio saber que se o avião cair, há-de haver sempre alguém que viveu menos que eu.
Ultimamente a coisa piorou. Nas últimas viagens tenho de ir sempre drogado, pelo que quando fui para Budapeste estava tão relaxado que não conseguia parar de me rir. As pessoas olhavam para mim, e eu com os olhos ganzados, cremalheira de fora (que é coisa que tenho muito), um ar de quem acabou de mandar uma linha de coca na casa de banho. Não foi o caso...dessa vez pelo menos.
O G., quase sempre o companheiro de viagem é um gajo que me acalma imenso. Mal abanca o rabo esquelético adormece imediatamente. Não tenho tempo sequer de dizer: MEU DEUS G., ESTOU QUASE A BORRAR-ME DE MEDO. A meio da frase, ele já está no sono REM.
Uma vez numa viagem de 16 horas de autocarro, de Montenegro para Belgrado (reparem, um autocarro dos anos 60, num país quase ainda em guerra, pelo meio do mato e a chover torrencialmente) o G. dormia profundamente, e eu gramava um montenegrino de 160 kilos sem poder sequer pousar o cotovelo no descanso, que estava partido.
Isto tudo para dizer que daqui a umas horas estarei num avião, tendo como única companhia o meu Xanax 0,5.
Antes de entrar, a primeira coisa que vou fazer é contar as crianças de colo na fila do check in.

Guernica

Lo dia porque tanto temia ha llegado.
Manana voy a passar 4 dias em Madrid com un amigo.
Mi espanol es perfecto. Planejo conocer muchas chicas e beber mucha cerveza.
Estoy tambiém treinando la frase «Onde fica a casa de banho?» em español (donde está lá toilette?).
E vou a googlar preservativo em español!

Tchau tios, até daqui a 4 dias!

sábado, março 13, 2010

Dr

Estou a ter um ataque de pânico.
Amanhã vou fazer uma pequena apresentação sobre a minha tese de doutoramento no centro de investigação do qual sou membro.
Hoje mesmo passei o dia a ouvir os resumos das teses dos outros doutorandos. Juro por Deus que não percebi pelo menos 95% delas. Porque é que as pessoas insistem em usar palavras como imagética, idiossincracia, pictórica? Fui já comprar o meu dicionário de bolso da Porto Editora.
Achei por isso melhor fazer um «upgrade» da verborreia que amanhã vou cuspir. Não quero que alguém consiga entender o que vou fazer do meu doutoramento. Quero que as pessoas saiam de lá a pensar que eu falo extraordinariamente bem, embora não saibam exactamente sobre o quê.
Outras problemáticas me assolam o espírito: A apresentação é depois do almoço...Terei os dentes limpos? Pelo sim pelo não, não vou comer alface. Será que ir de sapatilhas me dará um ar de jovem investigador fashion ou pelo contrário de drogado que não sabe empregar palavras caras em apresentações? Será que devia ter feito o Powerpoint com letras em cor de laranja? Será que alguém vai topar que o máximo que ainda fiz foi pesquisar artigos na Net enquanto via episódios de Family Guy online?

Caríssimos, amanhã é o dia D. D de dúvidas.

sexta-feira, março 12, 2010

The National

Alligator.
Boxer.
Em Maio será o High Violet.
Não posso pedir muito mais.

Sport Zone, o desporto do futuro

Roubaram-me os calções de banho nos balneários da natação.
Isso mesmo. Enquanto esfregava alegremente o rabo alguém punha as manápulas nos meus lindos calções azul-petróleo.
Um conselho a esse ladrão-fetichista: lava bem o raio dos calções, que me andam a aparecer pintas esquisitas em zonas delicadas.
Adiante...
Tive de ir à Sport Zone adquirir outros calções.
Não tenho boas recordações da Sport Zone. Da última vez que lá fui o alarme de incêndio disparou, e enquanto toda a gente berrava e se atropelava (incluindo eu), os funcionários riam-se muito e apontavam para os pobres infelizes prestes a morrer de inalação de fumo . Acho que não havia nenhum incêndio na verdade, mas só parei de correr já estava a chegar a Santo António dos Olivais. Tenho horror a morrer queimado.

Lá chego eu, secção de Natação. Parece que não há muito homem adulto a praticar natação, porque só consegui encontrar calções para miúdos dos 7-10 anos. Por muito me me tentasse encolher havia sempre um tomate malandro que saía pelos lados.
Decidi pedir ajuda...
Robene: Precisava de ajuda...
Funcionário: NÃO É A MINHA SECÇÃO!!!!
Pergunto a mais dois empregados, que me respondem quase a gritar que não é a secção deles, e que além disso o meu tamanho deve estar algures por lá, eu é que não devo andar a ver bem. Um deles parece-me que disse mesmo: «Ó vesgueta, troca mas é as lentes.»
Na verdade ir às compras à Sport Zone é por si só um desporto, uma vez que passei o resto do tempo a vasculhar uma pilha de calções do tamanho da Serra da Estrela e saí de lá exausto (e sem calções, embora tenha encontrado uma sunga que remotamente me cobria a tomatada).

Amanhã vou à Decathlon.

sexta-feira, março 05, 2010

A origem das espécies

(Biologia animal)

Quando andava na faculdade trabalhámos em algumas aulas com uns ratos chiques. Eram tão chiques que além de brancos nem se chamavam ratos. Chamavam-se murganhos. Além do nome impronunciável, os murganhos comiam sem parar se tivessem sempre comida disponível. Só faziam bem, porque o destino era invariavelmente serem objecto de experiências na generalidade mal sucedidas por alunos do segundo ano que ainda fediam a álcool da noite passada.


(Biologia Humana)

Lembrei-me disto porque no sábado passado fui com 4 amigos ao rodízio. O Rodízio é o sítio ideal para se provar a virilidade. A quantidade de comida que um macho humano consegue comer é obviamente equivalente ao tamanho da respectiva pila. Por isso, eu fui de longe o que comi mais. Aliás, quando saí de lá, nem conseguia andar pelo próprio pé. Tinha os botões das calças desapertadas, e um bocado de banana frita a tocar-me a amígdala. Arrotava a picanha que doía.
A conversa rondou o esperado. Assim ficámos a saber que:
a) A Ruth Marlene mostrou os atributos na Playboy por 850 euros.
b) Toda a gente concorda que até a pachacha da Ruth Marlene, lugar solitário e com infiltrações merece uns tostõezitos a mais que isso.
c) Demasiada carne provoca flatulência. Surge a ideia de inventar um dispositivo, tipo tampão, que se insere analmente absorvendo os odores nefastos do metano e soltando leves puffs a cheirar a frutos do bosque. Esta invenção será conhecida como PeidFree, ou PeidiLax e far-nos-á ,no espaço de dois meses, absolutos milionários. Resta saber quem é o público alvo.
d) O Benfica ganhou.
e) Há mais casas de putas em Coimbra do que aquelas que eu conheço.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

A verdade da mentira

As melhores mentiras da minha vida:

#1. Não Mãe, eu não estou a fumar. Estou a segurar este cigarro enquanto o meu amigo foi mijar.

#2. Não, herpes genital não passa para a boca.

#3. Vou criar esse filho contigo, não te preocupes.

#4. Por favor senhor Polícia, eu só ia a esta velocidade porque a minha mãe está no hospital a dar o último suspiro.

#5. Nunca vi essa mulher na minha vida. Eu tenho é uma cara comum.

#6. Não tenho nada a ver com esse cheiro.

#7. Sim, estes cremes fazem mesmo efeito. A minha mãe usa e toda a gente pensa que é minha irmã.

#8. Gostei imenso do Lost in Translation. É um filme que nos faz pensar.

#9. Sim, já ouvi essa banda. Gosto da número 5, não me perguntes o nome que eu não sei.

#10. Isto aqui de lado? É massa muscular.

Cotovias, Corujas e Morcegos

Hoje foi a formação de Gestão de Tempo.
Há conceitos interessantíssimos por detrás da gestão de tempo. Parece que se falou deles algures entre as 9 e as 11 horas, enquanto eu tentava bocejar o mais disfarçadamente possível e estabelecia eye contact com uma farmacêutica.
O ponto a reter desta formação foi a categorização das nossas curvas de energia.
Aparentemente as pessoas dividem-se em nocturnas, as corujas, ou matinais, as cotovias.
Uma cotovia gosta de acordar cedo, trabalha bem de manhã e pior à tarde. Uma Coruja detesta acordar antes das 10 horas, e só trabalha bem de tarde. Reparem que eu não me incluo em nenhuma destas categorias. Cotovia é que eu não sou, acordar às 7 da matina é para mim o equivalente a enfiarem-me agulhas pelas unhas. Mesmo acordando às 10 horas, eu estou ainda a meio gás, e sou bem capaz de lançar umas caralhadas a algum utente que me resolva importunar com a sua insignificante dor de garganta.
Eu proponho portanto uma nova categoria por forma a me incluir.
Assim, eu vou revolucionar toda a psicologia e sociologia. O xarope para a tosse afirma-se cada vez mais como uma fonte de informação para jovens investigadores das áreas psicossociais.
A nova categoria é intítulada de Morcegos.
Os Morcegos são pessoas que adoram acordar às 2 da tarde. Estão no seu pleno de energia lá pelas 18 horas, e voltam a ter novo pico de energia às 3 da manhã.Estão concentrados em profissões como prostitutas de Rua, strippers, e homens do lixo. Ocasionalmente um ou outro farmacêutico.
Eu de longe incluo-me nesta categoria. Reparem, às 3 da manhã eu estou com a pica toda, mas como não está nada de produtivo aberto, tenho de ir gastar toda a minha energia em discotecas manhosas e casas de meninas. Depois, claro que não sou produtivo durante o dia.
Mas a culpa não é minha. É da Biologia.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Fui só eu...

...e as 500 pessoas a quem enviei imediatamente mensagem, ou mais alguém reparou que a Carolina dos Ídolos comentou no meu blog?

Vá invejosos, fiquem descansados, que eu dou o meu carinho e apreço a TODOS os comentários do blog.
Especialmente se forem gajas giras. E famosas.

O Conflito

Tive hoje uma formação. O tema era sobejamente interessante, mas ainda que não o fosse sempre é um dia sem trabalhar e com coffee breaks com bolos e café à borla.
O tema era gestão de conflitos.
E lá estava a psicóloga com a sua turma de farmacêuticos ávida de saber como resolver os conflitos. Particularmente eu estava interessado em saber como resolver um conflito antigo, o de ganhar mais, fazendo menos horas. Mas ainda não foi desta que descobri como.
Saímos de lá sabendo a definição teórica de conflito, as fases do conflito, os modelos de conflitos, os tipos de conflito, tudo e mais alguma coisa...menos resolver o conflito.
A não ser que para resolver conflitos consigamos chatear a outra pessoa de morte com definições e textos de 25 páginas sobre a teoria por detrás do conflito. E eu já devo ter escrito conflito umas 25 vezes neste texto.
Vou mas é dormir, que amanhã o tema é gestão de tempo.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Um dia no casino. Ou dois.

Mas o que deu na cabeça destas pessoas, supostos amigos, de me levarem para um casino?
Meu Deus, as luzes. Os neons a entoarem cânticos demoníacos difíceis de fugir «Vem Robene, penetra-me com a tua nota de 10 euros».
E eu penetrei. 30 euros.
A meio da noite dou por mim numa máquina qualquer, com um gajo que não conheço de lado nenhum, a apostarmos a meias. Às tantas estávamos a ganhar 200 euros cada um. Passados 5 minutos perdemos tudo.
Escusado será dizer que no dia seguinte tava lá batido outra vez.

sábado, fevereiro 06, 2010

Ligações para mp3 nos Yaris já!

Saiu a notícia nos jornais a semana passada.
Quase todos os Toyotas do mundo têem um problema qualquer no pedal de aceleração. Ao que parece o pedal encrava e o carro não pára de acelerar.
O meu coração palpita pelo meu Yarizinho. Já em Setembro passado o raio do carro foi recolhido pois ao que parece tinha uma válvula qualquer defeituosa que em caso de acidente podia-me explodir com o carro.
Sou quase um fanático islâmico, com a diferença que em vez de ter dinamite presa ao corpo, conduzo um Toyota.
Amaldiçoo o hora em que comprei o Yaris. Eu bem que queria o Mini, mas os meus pais insistiram que o meu tio teve um Mini que capotou numa rotunda. O facto de ir a 220Km/hr não parece ter tido nada a ver com o acidente.
Eis que ontem saio da farmácia e vou contente e feliz para o meu Yarizinho. E o carro não arranca. Não arranca, não abre as portas, não emite sequer um barulho de dor.
Apetece-me fazer um Harakiri ao caralho dos japongas que me fizeram o carro.
Não basta ter válvulas defeituosas, pedais que trancam, agora também não arranca.
Imediatamente telefono aos meus pais, à assistência em viagem, ao mecânico, à Salvador Caetano Portugal e a dois ou três amigos.
Vocifero palavrões, imploro por um Mini de substituição, mando muita gente à merda, tudo isto enquanto dou pontapés no chassis azul cueca do carro.
O problema com o carro? Estava sem bateria.

Importa agora esclarecer uma coisa. O meu Yaris não têm ligação para o MP3 (é só desvantagens, aposto que o Mini tem). Pessoa moderna que sou, não vivo sem o meu sonzinho. Por isso conduzo sempre com phones.
E foi por isso que ontem quando saí do carro, phones nos ouvidos, não reparei no som de aviso de luzes ligadas.
E durante 8 horas, os médias ficaram acesos.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

27

Uma morte.
Um nascimento.
Onde é que pararam os últimos dez anos?
Ah pois...tenho de deixar de beber...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Boa Noite. Vemo-nos um dia destes.

Não tenho nenhuma fotografia contigo.
Mas tenho memórias. Muitas.
De como ia sempre levar o sapatinho a tua casa na véspera de Natal para mo encheres de chocolates.
Das histórias que me contavas na lareira da tua casa.
De me levares para o campo e me ensinares as plantas.
Das vindimas e de engarrafar o vinho tinto contigo.
Da honestidade, calma e carácter que tinhas.
De seres um apaziguador.
Um homem como nunca conheci.

Dorme bem, Avô.
Vou ter muitas saudades tuas.

Contra


Até que enfim uns gajos espertos que não decidiram meter sintetizadores ao barulho e fizeram um segundo álbum (quase) melhor que o primeiro.
Venham de lá eles para Paredes!

Ídolos parte 3

Alguém me explica porque raio o Ídolos tem dois apresentadores?
O Manzarra até se safa, mas quem é a outra prenha que ocasionalmente balbucia duas palavras para se engasgar?
Metam mas é a Carolina já na SIC generalista que aquela gaja vai longe. Eu por mim já conheci o irmão de um amigo, que por sua vez tem uma prima que a conhece. Daqui a duas semanas, preparem-se para a capa da TvMais: «Carolina apresenta o seu novo namorado: Robene»

Medicina para todas.

Fui no outro dia à minha primeira consulta de medicina no trabalho.
Antes de mim vão as minhas formosas colegas de trabalho. Saem de lá todas contentes a dizer maravilhas do médico: fez-lhes electrocardiogramas (inclui tirar a blusa), amostras de urina (inclui levantar a saia e mijar para um copo), mediu-lhes a glicose e o colesterol.
«Óptimo» -penso eu- «vou sair daqui com o exame completo.»
Entro.
O médico nem levanta os olhos dos apontamentos.
Começo a desfiar o meu rol de calvários, que vão desde a muito publicitada pedra nos rins que tive há 8 anos, a palpitações, caspa, calos nos pés, dores nas costas e frieiras nos dedos.
O médico diz: «Reparo que é míope.»
Eu digo: «Não, só uso estes óculos para o estilo.»
E rio-me. Sozinho.
Entretanto o médico faz-me um exame rídiculo que consiste em mim a tapar um olho e ler à vez títulos da capa da TV7dias que o médico segura a um metro de mim.
E pronto. Foi isto.
As minhas colegas deviam processá-lo por assédio sexual.
Eu estou mesmo a ver amanhã a dar-me a sulipampa e a processar o raio do incompetente que me atendeu na medicina do trabalho.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Nos últimos dez anos...

...apanhei uma pedra nos rins que me fodeu o juízo. Entrei na faculdade. Os Arcade Fire lançaram o Funeral. As Torres Gémeas caíram. O Carlos Cruz virou pedófilo. o Danny Boyle ganhou o Óscar. Perdi a virgindade. Fui de férias para a Tailândia e para a Sérvia. Fumei um charro em Amesterdão. Comecei a trabalhar. Parti o queixo numa queima das fitas. O Papa João Paulo II morreu. Li o Código da Vinci. Usei o código da Vinci como papel higiénico. Saiu um filme do Código da Vinci. O Dan Brown deve ser rico comó caralho. Comprei um Creative. Comprei um iPod. Conduzi um Ford Escort branco. Comprei um Yaris. Sócrates ganhou as eleições. Tornei-me bloquista. Comprei casa. Apanhei a minha primeira bebedeira. Apanhei a minha 2398765 bebedeira. Vi a Bjork ao vivo. Metade de Coimbra viu-me o mangalho no meu rasganço. Há quem diga que era vísivel até de Aveiro. Os Franz Ferdinand lançaram a Take me out. Os Radiohead lançaram o Kid A, o Amnesiac, o Hail to the thief e o In rainbows. Os Radiohead são a melhor banda da década...e do século. Morreu a minha avó. Há um Tsunami algures na Ásia. Caíram uns quantos aviões, mas o mais importante é que não ia em nenhum deles. A S. é hospedeira de bordo. Começo a tomar banho todos os dias. Saem para o cinema «Os sonhadores», «De tanto bater o meu coração parou», «Fala com ela», «Dogville», «Control». Sai também o Avatar, mas é em 3d e eu não consegui ver metade do filme. Há uma miúda que grava uma conversa no telemóvel da professora de história. Há uma miúda que quer o telemóvel que a professora lhe tirou. Eu por mim perdi a conta aos telemóveis que tive. Toda a gente passou a ser mais nova que eu. Perdi contacto com muitas pessoas. Ganhei contacto com outras tantas. Fui a tribunal. Há mais novelas na TVI que actores em Portugal inteiro. O Herman perdeu a piada. Os Gato Fedorento ganharam-na.

Ah...e criei um Blog.

one week to go

Fui ontem á festa dos 27 anos do L.
Com um pedaço de bolo na boca e uma mini na mão descubro umas fotos antigas de quando era jovem.
Ali estava eu: um pedaço de homem, sem olheiras (imaginem! toda a gente soltou um berro de surpresa), ar saudável e procriador.
Aqui estou eu: tenho ataques de caspa, olhar de guaxinim atropelado e no outro dia meti o telemóvel no frigorífico e andei duas horas a tentar encontrá-lo.

E daqui a uma semana faço 27 anos.

IMI

Graças a uma confusão de moradas, parece que a minha isenção de IMI (um imposto qualquer de imóveis) foi com os cães.
Furioso dirijo-me às finanças.
As finanças de Coimbra ficam localizadas num insuspeito prédio com ar amoroso. Mas na cave. Sem janelas nem ventilação.
Deparo-me logo com um tira senhas digno de ser a nova aplicação da Apple. A medo tiro uma senha para o balcão A.
Reparem que eu entrei por volta das nove e meia.
Durante cerca de duas horas os funcionários mexeram em imensos papéis, andaram de um lado para o outro, teclaram bastante, carimbaram ainda mais. E atenderam duas pessoas.
Eu continuei à espera.
Quem como eu trabalha em atendimento ao público nota logo alguns traços comuns. É preciso parecer-se atarefado, ainda que na verdade estejamos a carimbar a mesa e os papéis que levamos na mão sejam para reciclar.
Finalmente é a minha vez.
Chego à conclusão que afinal até tinha sido avisado de uma irregularidade qualquer no meu processo, mas que a carta tinha ido para a morada dos meus pais.
Pais queridos que ao lerem « Pedido em vias de ser indeferido, máxima urgência em regularizar situação anómala» perceberam «Está tudo absolutamente bem. Não se preocupem. Ignorem este correio registado cheio de frases a vermelho».

Fui enrabado duplamente: Pelas finanças...e pelos meus pais.

As caras da Clara



Aí está o que todo o homem sempre sonhou...A cara da Clara Pinto Correia durante um orgasmo. E parece que ela tem muitos. Parece também que o marido, enquanto lhe dá trancada, segura uma Nikon profissional C90, um maço de cigarros para fumar imediatamente após a queca e um martini rosso para o relax pós coito.
Hum...E parece-me que a Clarinha é o que se chama de guinchadora...

Avatar

É só de mim que sou assim pró gravemente míope, ou mais alguém demorou cerca de duas horas a conseguir focar o 3d do Avatar?
Gente maravilhada a ver a chuvinha de sementes lá da árvore da Vida e eu a tentar focar o caralho das legendas...

terça-feira, janeiro 12, 2010

Adeus Carolina...

Quando eu decido fazer uma pausa no blog acontecem sempre coisas importantes...
Da outra vez morreu o Michael Jackson. Desta vez saiu a Carolina dos Ídolos.
Não podia ter dado um ataquezito cardíaco à Madonna ou assim?