quinta-feira, dezembro 01, 2011

Chippendales

A Z. vai-se casar. Em consonância com o actual panorama de crise, em vez de contratar uns strippers para animar a despedida de solteira, decidimos que seriam Robene e os amigos G. e A. a animar a festa, com um strip sensual e acima de tudo sexual.
Após árduos dias de treino em minha casa, que consistiram em 3 jovens a dançar nús à volta de uma cadeira da sala, ao som do S&M da Rihanna (de persianas fechadas, claro), chegou o dia do grande espectáculo.
Claro que para nos animarmos, bebemos todos umas belas cervejas, pelo que 5 minutos antes do strip tive de ir aliviar a bexiga e mijei metade das calças. O cheiro a mijo tornou o espetáculo ainda mais visceral, claro.
A idiota da S., suposta DJ do nosso mui bem ensaiado show, enganou-se na entrada da música, pelo que tivémos de acelerar tudo o que tínhamos ensaiado. O show consistiu em três jovens garbosos e pançudos, aos saltos e a rodar em volta de uma noiva surpreendida e ligeiramente excitada. A plateia de jovens parecia estar tão boquiaberta quanto a noiva: entre risos e aplausos, encontrei 20 euros enfiados nas cuecas, o que só pode querer dizer que gostaram.

Estamos disponíveis para futuros espetáculos.

terça-feira, novembro 29, 2011

Ménage

Saio de casa no outro dia e tenho um bilhetinho no pára-brisas do carro. Excitadíssimo vou ver de que se trata: " Olá. És muito atraente. Queres-me conhecer? Estaciona o carro amanhã no mesmo sítio onde o tens agora."
Tenho portanto uma admiradora secreta.
Desde já tenho a dizer que esta admiradora não é uma gaja muito tecnológica. Se me quisesse mesmo conhecer já tinha arranjado maneira de me roubar uma carta da conta da luz e tinha-me ido pesquisar no Facebook. Não é assim que hoje em dia se conhecem pessoas? Por outro lado, sabendo onde eu moro, uma vez que apercebo-me agora, estou a ser constantemente vigiado, já me tinha ido colocar umas fotos semi-nua na caixa de correio.
Adiante...
Quem será esta jovem que suspira por mim ansiosamente em casa? Será que me construiu um altar? Será que foi ela que me roubou as cuecas-slip que nunca mais encontrei na minha gaveta de roupa interior?
Saio no outro dia para o ginásio e a vizinha da frente está fumar um cigarro na janela. Ela olha para mim, eu olho para ela. Há ali um eye contact que dura uns minutos, ela ri-se bastante, eu lanço o meu olhar à lá matador, ensaiado após anos a ver novelas brasileiras. Digo uma boa noite, ela dá um risinho e diz: "Boa noite vizinho" numa voz meio rouca de quem fuma um maço de tabaco por dia. "Só pode ser esta gaja, eu bem sabia", penso eu.
Volto do ginásio. Agora quem está a fumar um cigarro na mesma varanda onde horas antes estava a mamalhuda da vizinha é um gajo. Eu juro que ele olha para mim, lambe os lábios e dá uma passa no cigarro. Bem alto diz: "Boa noite vizinho" seguido de um piscar de olho.

Ou muito me engano ou estou a ser aliciado para um ménage à trois.

terça-feira, outubro 25, 2011

Prostituição undercover

No último fim de semana:

B. (espécime masculino): Então Robene, ouvimos dizer que vais alugar o quarto de tua casa.
Robene: Es berdad.
B.:Vais alugar a uma gaja?
Robene: Nop. A um gajo.
B.:Que grande erro, alugavas a uma boazona!
Robene: Hum, isso não ia dar certo. Inevitavelmente a gaja não ia resistir ao meu charme poderoso e íamos acabar por ir para a cama e depois eu ia estar a viver com ela. Não é uma boa ideia.
B. (olhos a brilhar, ligeira erecção): Não era boa ideia?? Depois davas aquela desculpa de as coisas terem ficado estranhas, mandava-la embora, mas antes ela pagava a semana que lá esteve! E todas as semanas tinhas lá boazudas diferentes, que te iam pagar por terem sexo!

Hum, ou muito me engano ou o B. é o amigo mais inteligente que tenho.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Jovem procura companheiro

Caríssimo leitores, a vida anda difícil para todos, e a crise chegou ao estaminé. Eu a pensar que agora com anúncios ia arrecadar pipas de massa, mas vocês seus unhas de fome, ainda só me fizeram ganhar 20 euros.
Passei a fumar tabaco de enrolar (coisa de pobre) e tive de me moderar na quantidade de brasileiras mamalhudas a que ando a pagar (passei a masturbar-me a ver a casa dos segredos, vai dar ao mesmo).
Ainda assim tive de colocar um dos meus quartos de casa a alugar. A ideia surgiu-me depois de ver um filme chamado: Jovem procura companheira, em que uma jovem garbosa procura uma companheira de casa que afinal é uma psicopata assassina. Estou a mesmo a precisar de alguma emoção na minha vida - pensei eu.
O processo de selecção era super exigente. No meu anúncio de aluguer dizia tudo: Procuro companheiro de casa, feio, baixo, gordo, de preferência com óculos de massa e se coxear tanto melhor. Se fores gaja precisas de ter pelo menos 1 litro de silicone em cada teta e dois litros no rabo, que eu desde que vejo a casa dos segredos passei a ser mais exigente. Para ambos os sexos é requisito fundamental ser-se podre de rico.
Para grande espanto meu, recebi umas quinhentas chamadas telefónicas, todas por volta das 9 da manhã, pelo que atendi pouco mais de três.
E aí está: o meu novo companheiro de casa corresponde exactamente à definição. Falta apenas saber se tem algum parafuso a menos.
Aguardem novos capítulos.

terça-feira, outubro 11, 2011

Meo Deus

Descobri que suspender um serviço Meo é tarefa para o Hércules. Pode uma pessoa pensar que basta ligar para a linha de apoio, pedir delicadamente para a suspensão do serviço e ir à sua vidinha. Não, a PT vai fazer-vos sofrer.

Eis a minha história dramática...
Passo número 1: Descobrir porque é que minha internet é tão lenta.
Robene (após uns dez minutos à espera, acompanhado de uma musiquinha melodramática): A minha Net anda lenta. Porquê? Responda rápido que estou sem saldo!
Operadora: Blá blá blá....cabos para aqui, cabos para ali....blá blá blá...
Robene: Está a mesma merda!
Operadora: Blá blá blá...blá blá blá...*** Bip bip bip

Foda-se caiu a chamada. Vou ter de carregar o telemóvel para falar com estes cabrões. E arrota com 20 euros no telemóvel.

Passo número 2: descobrir porque é que minha net é tão lenta, segunda tentativa:
Robene - Musiquinha de espera - Robene a ver o seu saldo a ser comido.
Robene: Pelo amor de Deus minha senhora, seja despachada e veja-me porque é que não tenho net rápida!
Operadora: blá blá blá...o senhor veja se isto funciona...blá blá blá...
Robene: Hum...continua na mesma.
Operadora: O senhor só tem net de 11 Megas.
Robene: Mas quê? Agora?
Operadora: Não, sempre!
Robene: Mas eu pago net de 24 Megas!!
Operadora: cof..cof..cof...blá blá blá...voz fininha...

Passo número 3: Ligar para o apoio ao cliente, enxovalhar o idiota que me atender e pedir suspensão do serviço e todo o dinheiro que me andaram a papar.
Robene - musiquinha ligeira - musiquinha ligeira - Saldo quase a acabar.
Operador: Blá blá blá...que se passa?...blá blá blá...
Robene: Meus grandes filhos da puta, ladrões, cabrões...(mais uns minutos de palavreado fino)
Operador: Blá blá blá...nao quer aderir à fibra?...blá blá blá...já lhe disse que tenho um cão novo?...blá blá blá...vamos dar-lhe um mês para compensar...
Robene: quero lá saber da sua vida eu quero é cortar o serviço!
Operador:blá blá blá...blá blá...***Bip bip bip

Cabrões do caralho! Quero cortar o serviço então devem tentar sacar-me o dinheiro todo com a chamada telefónica só pode! 'Bota a carregar a merda do telemóvel novamente.

Passo número 4: repetir o passo número 3, mas desta vez tentar simular um AVC para que tudo seja mais rápido
Robene-musiquinha de ir ao pito
Robene: Meus filhos da puta, eu quero cortar a vossa merda de serviço.
Operador: Pode explicar-me o que se passa?
Robene: Olhe pergunte aí ao seu colega de lado, De certeza que já devo ter falado com todo o departamento.
Operador: Um momento...
Robene-musiquinha de fazer cócegas na pachacha-saldo a ser comido à velocidade da luz
Operador: Oferecemos-lhe um mês de graça e blá blá blá...uma mamada personalizada, deepthroat...blá blá blá....
Robene: Ouça lá, eu só quero saber como se corta esta merda de serviço!
Operador: Mande uma carta assinada e blá blá blá...um fax digitalizado com fotografia actualizada a fazer o pino...blá blá blá...ou pode simplesmente ir (e porque não disse isto logo) a uma loja PT.

(10 minutos depois, loja PT)
Robene a fazer grande escarcéu: Eu quero cortar o meu serviço PT.
Empregada: Posso saber porquê senhor Robene?
Robene: Olhe minha senhora, é para sustentar o meu vício de droga.
Empregada (olhar suspeito): Um momento...
(passam 10 minutos, eu bufo por todo o lado, ando aos círculos e atiro com uma prateleira ao chão)
Empregada: Senhor Robene, pode só vir aqui ao telefone?
Robene: Não, não posso. Sou surdo do ouvido direito e tenho uma ferida no esquerdo. Cancele-me esta merda, pelo amor de Deus!
(5 minutos depois está cancelado)



(Pensava eu....)

Dia a seguir, 9 da manhã. Toca o telefone...
Robene: Estou caralho?
Operadora: Senhor Robene, fala do serviço de retenção da MEO...Gostava de lhe falar das nossas propostas e se o senhor....
Robene: Com licença, que eu sou um gajo educado.
bip....bip.....bip.....bip.....


E já mudei para Zon!

segunda-feira, setembro 12, 2011

Checkpoint

Poderão vocês pensar que a parte mais stressante da minha viagem a Barcelona foi a apresentação no Congresso. Mas não foi. A parte mais stressante foi mesmo embarcar no avião.
É que eu viajei na RyanAir.
Embarcar num avião é já de si uma experiência traumatizante: temos de passar pelos controlos de segurança, onde uns polícias com uns raios x nos vasculham as malas. Tenho sempre medo de levar alguma coisa proibida e extremamente perigosa tipo uma sandes de fiambre ou desodorizante (Alguém que me explique como é que eu fabrico uma bomba a partir de uma lata de AXE de 150 ml e um garrafa de 150 ml de líquido Ciba para lentes de contacto hidrófilas).
Mas esta é a parte fácil.
Depois vem o embarque propriamente dito.
A RyanAir é uma companhia low cost. Não há lugares marcados no avião e só se pode levar uma pequena bagagem de mão que tem de obedecer a escrupulosas medidas (tipo 20 cm por 50 cm). Conseguir meter dois pares de calças e duas t-shirts numa mala do tamanho de uma folha A4 foi tarefa hercúlea.
Fui bastante cedo para o embarque. Como não há lugares marcados tinha de estar na linha da frente para correr para o avião e conseguir um lugar jeitoso e lugar para a minha mala. Para além disso gosto sempre de ficar na coxia para poder comprar aquelas raspadinhas maravilhosas que eles vendem a bordo. Quando o sinal de embarque apareceu, milhares de pessoas correram para a gate, incluindo eu, que mandei duas cotoveladas e vários pontapés para ser um dos primeiros a correr desvairado para o avião. Como além da mala de roupa minúscula levava também o poster comigo estava cheio de medo que não fosse passar na inspecção nazi de que somos alvo antes de embarcar. Meti o meu melhor sorriso mas os receios foram confirmados: tive de arrotar com 40 euros por levar uma mala extra. Para a próxima dobro a merda do poster e enfio-o na mala. Ou no cú, e mesmo assim acho que eles iam descobrir que levava alguma coisa extra.
Quando finalmente nos dão ordem para embarcar, uma multidão de gente corre para o avião. Uma mulher com ar franzino fica ao meu lado. Parece desconfortável e chama o hospedeiro de bordo.
Mulher: Eu sou claustrofóbica!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher: Pelo amor de Deus, eu tenho pânico!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher (já meio histérica): E se me der um ataque de pânico??! Quais são os procedimentos que têem?
Hospedeiro: Minha senhora, se tiver um ataque de pânico dou-lhe um chapadão para a adormecer, e outro para a acordar.

And that's what you get when you fly low cost.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Amigos para siempre

Vou a Barcelon apresentar um poster num congresso. Fosse o congresso em Varsóvia ou em Tallin ou numa dessas cidades deslavadas em que Setembro se assemelha a um mês de Janeiro em Portugal. Mas não, tinha de ser em Barcelona, onde estão alguns 30 graus à sombra.
Inspecciono detalhadamente o programa do congresso e apercebo-me que em três dia, tenho de estar no mínimo uma hora por dia no congresso. Vou seguir à risca este mínimo: levo um cronómetro e quando soar o último segundo para os 60 minutos meto-me a caminho da Sagrada Família. Ou das Ramblas, onde parece que se passa a acção toda.
O tema do meu poster centra-se na representação gráfica de terapia electroconvulsiva no cinema.
Durante um mês andei a ver cerca de 30 filmes para a minha pesquisa, e fui pago para isso. Não esperem portanto uma merda que mudará o futuro da ciência. Ainda assim parece que deu muito trabalho a fazer (mentira) e consegui dissertar umas 15 páginas sobre filmes de 1948. E surpresa: parece que ficou tão bom que vai ser publicado internacionalmente.
A minha vida está a correr tão bem que estou assustado.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Land Rover Vs Toyota Yaris

O meu Yaris fofinho está no mecânico. Várias enfermidades assolaram o meu carrinho azul cueca: primeiro, a meio da auto estrada, a luz do óleo começou a bombar. Depois de 3 horas no corredor de óleos do continente (óleos de carro, entenda-se), opto pelo mais barato.
O Yaris não deve ter ficado muito contente com a escolha, porque começou nesse dia a pingar óleo.
De seguida um prego espeta-se no pneu. E dia 31 é dia de inspecção. Estas coisas acontecem sempre nas alturas certas.
Vai daí, deixo o Yaris no mecânico e fico com o carro do meu pai: Um jeepaço Land Rover.
Garanto que este Rover é maior que o meu quarto. Estou tentado a montar uma pequena cama, colocar cortinas e mudar-me para lá.
Mas as diferenças não se ficam por aqui: Um Land Rover é másculo. Ao contrário do apaneleirado Yaris, o Rover garante ao público feminino que eu sei dominar a máquina (ainda que tenha de encontrar pelo menos 90 metros quadrados para estacionar).
O que me leva à história do dia. São mais ou menos 11 horas da noite, e decido ir comprar tabaco ás bombas. No meu carrão gigante sigo altivo pela estrada. Estaciono mesmo em frente ás bombas para que toda a gente veja o tamanho do bólide. Saio com um ar confiante, cabelo desgrenhado mas sexy, camisa semi abotoada. Todo eu respiro um ar macho: pisco os olhos ás miúdas da fila que se riem, finjo-me desinteressado na mamalhuda que está a atender.
E volto de novo ao carro.
E o volante está trancado.
No meu Yaris a técnica de destrancar o volante é bastante simples, mas por mais que a aplique nesta merda de monstro com rodas não funciona. Começo a ficar nervoso. As pessoas das bombas começam a desconfiar...Para disfarçar, faço de conta que estou a falar ao telemóvel, enquanto mando murros no volante com os joelhos. Passam-se já dez minutos, e eu já suo por todos os lados, e atrás de mim está alguém a apitar para eu tirar o carro dali. As miúdas da bomba estão já com sorrisinhos, que desconfio sejam de gozo. Em desespero estou quase a sair do bólide e ir pedir ajuda, quando por milagre o volante destranca...e o alarme começa a soar.
Sim, tive de ligar ao meu pai a perguntar como é que se cala a merda do alarme. Sim, foi uma sessão de riso nas bombas. Sim, o meu ego está neste momento algures abaixo da sarjeta.
Sim, tenho saudades do meu Yaris.

sábado, agosto 20, 2011

E que merda é um Passe-partout?

Tirar fotografias tipo passe é algo que causa stresse nas pessoas, não tenho a menor dúvida.
Não nos podemos esquecer que estas são as fotos que vão ser mostradas nas mesas de cafés a todos os amigos, quando a inevitável conversa de «deixa-me ver a tua foto de BI!!» começar. De um momento para o outro todos sacam da carteira de documentos e começa um frenesim de BIs, cartas de condução e cartões do cidadão a rolar de mão em mão. Segue-se a inevitável risada colectiva quando nos apercebemos do quão parolos éramos há 5 anos atrás, com mullets e poupas que nos fazem saídos de alguma série de adolescentes circa 1995.
Por isso eu quero que em 2016, quando me virem a fronha no passaporte as pessoas exclamem de emoção: «Robene, já nesta altura eras o gajo mais atraente e estiloso em que pus as vistas em cima».
Todos os cuidados são poucos: na minha última foto de BI estava de ressaca, com uns óculos pretos fundo de garrafa e um decote na t-shirt que deixava antever os pêlos do peito. Quando for um gajo famoso não posso nunca deixar esta foto cair em mãos erradas.
Por isso desta vez penteei-me decentemente, coloquei as lentes de contacto e vesti uma camisa.
Resta-me dizer que por muito que treine olhares no espelho de casa, acabo sempre com um ar de quem acabou de ser sodomizado a frio por um cabo verdiano. Desta vez não foi excepção. Por muito que o gajo insiste: «Olhos abertos!», «olha para o lado esquerdo!», «Ri-te um bocado!», acabei com uma foto em que pareço o Tom Yorke por alturas do Creep: um olho mais aberto que o outro, metade do colarinho da camisa dobrado para dentro, lábios semi cerrados como se fosse escarrar a seguir.

Estou já a comprar o photoshop online.

sexta-feira, agosto 19, 2011

É desta que fico rico

Aparentemente a Google acha que o meu blogue tem tantas visitas que decidiu convidar-me a meter anúncios.
Primeiro não achei muita piada, depois vi que por cada clique ganhava dinheiro.

terça-feira, agosto 16, 2011

Congestão

Estas férias têm sido, ao contrário das do ano passado, bastante calmas.
Primeiro porque não há auto-caravanas envolvidas. Segundo porque não há dinheiro.
E assim ruma-se para a casa de férias dos pais, algures numa praia aveirense com águas gélidas de 2º C e muitos franciús ávidos de me verem os recém esculpidos abdominais.
Mas voltar ao seio dos papás, não é só maravilhas.
O meu pai é o cota que todos queriam. Estas férias ainda nem lhe pus as vistas em cima, visto que continua na terrinha a cuidar dos cães e da horta. Estar com os filhos portanto apenas nos intervalos de 5 minutos entre dar de comer ao Farrusco e ao Black e regar as couves.
A minha mãe é a mãe mais amorosa de todo o sempre.
Segue-se um pequeno diálogo de fim de semana.

Robene (após um fausto jantar de feijoada e duas talhadas de melancia): Bem, vou tomar banho.
Mãe do Robene: Vais quê? Ah isso é que não vais!! Dá-te uma congestão!!!
Robene: Mãe, congestões só dão...
Mãe: O filho da vizinha foram dar com ele de olhos arremelgados, porque foi tomar banho depois de comer uma sandes de leitão!! Pobre rapaz, estava a tirar Fisioterapia e...
Robene: Mãe, só se eles não tivessem água quente em casa porque...
Mãe: E o teu tio? Uma vez foi tomar banho depois de beber uma cerveja fresquinha e olha, esteve mais para lá que para cá, tivémos de chamar os bombeiros, foi um susto que a tua tia...
Robene: Mãe, concentra-te, não há problema nenhum...
Mãe: E já me estava a esquecer do teu antigo professor de Química, que foi tomar banho depois de uma sardinhada, e deu-lhe o badagaio, até bateu com a cabeça na borda da banheira e a tua prima diz que o foram encontrar ainda com um bocado de sardinha a sair da boca.
Robene: Pronto, eu tomo banho amanhã, em jejum!!

E eis o porquê de eu nunca na minha vida perspectivar um regresso a casa dos meus pais.



quarta-feira, agosto 03, 2011

PT

Após anos a ir ao ginásio por minha conta, constatei uma coisa: Eu não tenho motivação pessoal.
A minha jornada tri-semanal de uma hora pelo ginásio consistia em longas sonecas nos tapetes de abdominais (verdade), passeatas pelos balneários femininos (verdade) e a simulação de grunhidos que fizessem os outros pensar que eu estava a levantar bastante carga, quando na verdade estava com uns 5 kg na máquina (Mentira. Muitas vezes nem punha carga nenhuma).
Findo o chamado treino, ia alegre e sem uma gotinha de suor no sovaco comer um Big Mac, como recompensa pelo esforço árduo de ter encontrado estacionamento ao pé do ginásio ( que era a maior estafa do dia).

Tomado por uma vontade irresistível de quebrar a monotonia (leia-se, as calças começaram a não me servir) e como a lipoaspiração não invasiva ainda é cara como o caralho e eu tenho vergonha de ir fazê-la, dei o último passo possível : Tenho um Personal Trainer (doravante conhecido como PT).

O meu PT parece um animal. Creio que é capaz de matar pessoas com o seu esternocleidomastoideio desenvolvido, músculo que eu nem sabia ter no meu organismo (é no pescoço).
O esquema de treino é bastante peculiar: existem uns 5 exercícios diferentes, e cada um faz-se durante um minuto.
Ao fim do primeiro circuito pensei que aquilo era uma brincadeira de crianças, ao fim do quinto circuito pedia para me darem chapadas na cara (de preferência não dadas pelo PT) para me asegurar de que ainda estava vivo.
O rapaz ao meu lado vomitou ao fim do 6º circuito (verdade), ao que o PT exclamou: Assim é que é! Vê-se que foste até ao limite e tem de ser assim. Eu pensei ainda em borrar-me ou mijar-me todo só para acabar com aquele inferno, mas creio que nem para isso tinha força.

Qando o treino terminou eu estava zonzo, não sentia as mãos, tinhas marcas de suor a saírem-me do rabo e a molharem-me os calções e não conseguia falar. Demorei cerca de três horas para recuperar o folêgo e outras 2 a arranjar forças para destravar o carro.

Amanhã vou ligar para a clínica do tempo e perguntar se a lipoaspiração tem desconto de estudante.

quarta-feira, julho 20, 2011

Medo

Gostava muito de ir ver National e Interpol ao Sudoeste, mas confesso...estou borrado de medo de ser assaltado pelos fãs de Snoop Dogg, violado pelos fãs de Kanye West e atropelado por carros de tuning de fãs do David Guetta.

Super Bock, Super Pó

Ah, o Super Bock Super Rock.
Passaram-se já dois dias desde o fim de semana de concertos, e descobri hoje que ainda tinha restos de pó presos nos pelos do cú.
Nunca na minha vida vi tamanha confusão. E já estive numa discoteca gay a ouvir Lady Gaga.
Eram filas para tudo e mais alguma coisa. Comi pó aos quilos e não foi do branco.
No primeiro dia, só consegui sair de Coimbra pelas 7 da tarde. Por volta das onze ainda estávamos numa fila de trânsito com o concerto de Beirut a decorrer. Numa fúria pouco usual, abalámos do carro e desatamos a correr pela rua, frenéticos, para ainda vermos pelo menos metade do concerto.
Foi uma triste visão: 3 indíviduos perto dos 30 anos, a correr por uma estrada escura, desorientados e já bastante suados, com o pessoal dos carros e gritar coisas como: Run Forrest Run, ou Mexam esse cú badochas. Após o que me pareceu 3 horas de corrida (foram 10 minutos), ainda apanhámos Beirut a meio.

Mais pontos altos do festival:

1- Aquela merda era só espanhóis. Os Espanhóis na verdade não vão ver concertos. Vão socializar para os concertos, gritar bastante alto, e apalpar cús. Durante o concerto de Portishead houve até um espanhol que mijou para cima do casal homossexual que estava à minha frente e que se fartava de dar altos linguados durante a Roads. Por momentos aquilo parecia um filme porno gay com um golden shower pelo meio. Voltei a mim no concerto de Arcade Fire, para o qual não há nem haverá palavras possiveis para descrever. Ainda estou arrepiado de emoção.

2-A gaja dos Gift é altamente irritante.

3-Durante o concerto de Brandon Flowers parece-me que a população feminina deve ter tido vários orgasmos. A própria S., amiga de longa data a quem reconheço um certo nível de educação admitiu : «Este gajo podia-me fazer um filho», enquanto lambia os lábios e tirava umas 300 fotos com o zoom no máximo.

4- A gaja dos Gift é altamente irritante.

5- O Slash não tem um sixpack. Tem um onepack. E várias plásticas no focinho.

6- A gaja dos Gift é altamente irritante.

7- A S. apanhou uma intoxicação alimentar depois de duas horas na fila para comer um kebab que tinha uma molhenga verde a escorrer. A N. teve um ataque de diarreia explosiva no concerto de Strokes, mas aguentou-se estóicamente e até se abanou um bocado ao som do Whatever happened. De qualquer maneira se quisesse disfrutar de uma das 5 tói-tóis disponíveis no recinto, demoraria umas 3 horas a furar a multidão.

8- A gaja dos Gift é altamente irritante.

sábado, julho 09, 2011

Ajudem a língua do Robene

Caríssimos, tenho-vos a comunicar que os meus sisos já não se encontram dentro da minha boca.
Isso mesmo, fui finalmente operado!
E agora pensam vocês: «Ai que bom, tudo correu bem, ainda bem que o Robene manteve intacto aquele sorriso de modelo da Armani e a estrutura óssea de outro qualquer modelo paneleiro (mas famoso)
ERRADO.
Eu tenho de ter coisas para vir para aqui queixar-me. E para vocês lerem.
Lá estou eu na consulta pré operatória com o meu cirurgião (curiosamente tem uns dentes de merda, mas toda a gente me assegura que é o topo. Mesmo assim sinto-me uma gorda de 200 kg que vai a um nutricionista que pesa 180 kg).

Cirurgião: Robene, pá, quais as tuas principais preocupações?
Robene: Tenho de estar bom pelo menos dia 14 de Julho.
Cirurgião: Algum congresso?
Robene: Não. É o Super Bock Super Rock.


Risada aqui, risada ali e finalmente chega o dia da operação.
Estou borrado de medo, mas nem tenho tempo para pensar nisso, uma vez que me estão a tirar as calças de pijama na mesa de operações deixando-me completamente nú (para me tirarem os sisos têm de me despir por completo? Bem, já ouvi desculpas piores para me verem o mangalho). Depois disso só me lembro de acordar super bem disposto a rir-me imenso e com uma ideia fabulosa de fazer um colar com os 4 dentes que me tiraram. Mas aparentemente foram todos para o lixo.
Não tinha muitas dores, nem sequer estava muito inchado. No entanto a parte direita da minha língua estava completamente dormente.
Estava...e ESTÁ!
Faz hoje quase duas semanas que fui operado. Aparentemente tenho aquilo que se chama parestesia por lesão do nervo lingual. Embora Parestesia pareça um nome muito cool de uma música de Bjork, não é nada cool de se ter.
A ver:

-A comer trinco a língua. Como a tenho dormente não sinto nada. No outro dia estava a mastigar alegremente uma banana ao mesmo tempo que devorava metade da parte direita da língua. Felizmente as esguichadas de sangue que caíram no prato alertaram-me que alguma coisa não estava bem.

-Não tenho sabor. Comer um Big Mac ou um pedaço de cartão que fui buscar ao lixo sabe-me ao mesmo. Nunca estive em tão boa forma na minha vida.

-Não tenho sensibilidade a quente ou frio. No outro dia estava a beber um café a alguns 500º C e só depois de ter escaldado o esófago inteiro é que me apercebi do facto.

-Passei a ter uma deficiência de fala. Neste momento pareço um apresentador da SIC Radical a fazer a cobertura do Optimus Alive: Ninguém percebe um caralho do que digo.

-As minhas habilidades para o minete melhoraram substancialmente. Primeiro porque não tenho sabor. Depois porque a língua nunca se cansa.

-Há dias em que só tenho a língua dormente. Outros dias em que parece que está queimada. Outros em que seguramente pareço ter andado a lamber baterias de 2000 volts.

- Esta merda pode durar duas semanas a passar. Ou um ano.

Por isso será muito mais fácil identificarem-me no SBSR este ano. Serei não só o gajo a beber vinho tinto a copo, como o gajo que baba vinho tinto para a camisa.

quinta-feira, junho 09, 2011

Sugestões?

Desde que a tragédia de não poder beber cerveja caiu sobre a minha pessoa, sinto-me a entrar em depressão profunda. Comparado com isto, as queimaduras da Sónia Brazão são picadas de insecto. E aposto que quando o tubo digestivo cicatrizar ela pode enfardar umas bejecas fresquinhas numa esplanada. Com muito protector solar. E uma máscara. Numa cadeira de rodas. Mas pode beber cerveja, a cabra.
Hoje, com lágrimas nos olhos coloquei as mini super bock que tinha no frigorífico no lixo. Fiquei com 5 prateleiras vazias.
Hoje vou sair para a noite e ainda não me habituei ao sabor do vinho tinto. E duvido que pedir um copo de vinho no Noites Longas seja boa ideia. Possivelmente amanhã serei a vítima número 1 de uma nova estirpe de E. Coli assassina.
Vou portanto começar a dar nas drogas. Estou já em pesquisas profundas sobre a droga indicada para mim: Ecstasy, Coca e PCP estão a ocupar os lugares cimeiros.
Ketamina também me parece bem, até porque gosto do nome da coisa.
Enquanto isso preparei já um cocktail caseiro composto por anti histamínicos e tramadol, que me dará um ar de quem apanhou uma grande bebedeira.
Porque não há nada mais deprimente que alguém sóbrio numa discoteca.

Eu não sou do bloco de esquerda (mas já fui)

Afinal parece que o meu problema de coagulação (lembram-se?) foi a ponta de um fundo iceberg de problemas de saúde que me assolam. Após numerosas picadas e longas esperas em consultórios médicos rodeado de morte (a.k.a. velhadas prestes a quinar), descobriu-se porque raio demoro tanto tempo a coagular. Afinal de contas sou alérgico ao glúten! Não me perguntem como uma coisa tem a ver com a outra. Eu sei porquê, mas não me apetece explicar.
O ponto fulcral desta tragédia é o seguinte:

Médica: Robene, é alérgico ao glúten.
Robene: Hum...
Médica: Vai ter de deixar de comer certas coisas.
Robene: Hum...
Médica: Massas, Pão...
Robene: Hum...
Médica: Cereias, bolachas, bolos...
Robene: Hum...
Médica: Ah, e claro. Cerveja!
Robene: O QUÊ????!!! EU NÃO POSSO BEBER CERVEJA???
Médica: Pois, a cerveja vem da cevada e...
Robene (quase a chorar, mãos a tremer): Por favor Doutora, não posso simplesmente ser hemofílico? Tudo, tudo, eu deixo de comer carne, paro de enfardar oreos, mas cerveja pelo amor de Deus!!!!!!!!!!!!!!NÃÃÃÃÃÃOOOOOO (grito de horror).
Médica: Bem, pode beber vinho...
Robene: Hum...

Tenho neste momento em minha casa dez garrafas de vinho tinto, as mais caras do corredor de bebidas do Continente. Nem que seja à décima, vou aprender a gostar de vinho. Quando virem um gajo a beber vinho ao copo na discoteca mais próxima já sabem: sou eu ( ou alguém intolerante ao glúten. Ou do bloco de esquerda).

quinta-feira, maio 19, 2011

Óculos e lentes

Fui comprar lentes de contacto no outro dia. A empregada da óptica já me conhece, pelo que me recebe com um enorme sorriso e um trejeito de mamas provocador.
A meio da conversa ela pergunta-me se eu tenho óculos e eu digo que sim. Ela aponta para as lunetas que traz na cara e refere o facto de ter uns óculos de armação transparente que quase não se notam. «É como andar sem nada na cara!» exclama entre um riso descontrolado.
Pessoas que me lêem:

Ponto número 1: Uma gaja de óculos não é sexy. Podem até pensar que têm um ar de professora de liceu marota, mas isso só resulta se andarem a tentar engatar miúdos de 15 anos que acabaram de descobrir a sexualidade. Dizer que uma gaja de óculos é atraente é o mesmo que dizer que as amigas on line concorrentes do Peso Pesado são mesmo amigas. É mentira. São fufas.

Ponto número 2: Óculos transparentes que mal se notam na cara é um mito urbano. A não ser que estejamos a 2 km da pessoa, ou que sejamos extremamente míopes o facto é que temos uns óculos na cara. Por muito transparentes que sejam, há uns vidros à frente dos vossos olhos suspensos por uma armação. Se querem passar despercebidas comprem uns de massa. Não haverá alma masculina que olhe duas vezes para vocês.

Ponto número 3: A gaja deu-me a graduação errada de lentes e eu só reparei quando cheguei a casa e meti as lentes nos olhos. Estou agora com umas lentes uma dioptria abaixo do que efectivamente uso. É possível portanto que óculos transparentes me pareçam reflexos de uma cútis saudável. Ou não.

sexta-feira, maio 06, 2011

Sapatilhas...

Fui a um congresso a semana passada.
O meu principal problema de ir a congressos não é a comunicação em si. É a roupa que levo vestida.
O ano passado fui a um congresso em Lisboa vestido como se fosse para um casamento da família real inglesa, exceptuando o chapéu.
Quando chego lá, está tudo de calças de ganga e t-shirt e um ar rebel-chick de quem foge às regras. Obviamente fora de tom, corro para a casa de banho, livro-me da gravata, despenteio o cabelo e desabotôo 5 botões da camisa. A apresentação foi um sucesso, com as pessoas quase a chorarem de emoção no final.
A partir daí nos congressos a que fui levei sempre sapatilhas e calças de ganga, e um ar de rebelde investigador com o charme dos fora-da-lei.
A história foi diferente a semana passada.
Estou na minha mesa de debate, depois de uma apresentação brilhante e dos elogios e cumprimentos de todos os psiquiatras presentes, incluindo uma psiquiatra mamalhuda e muito solícita.
A meio do debate, e depois de eu ter brilhado em respostas dúbias que deixaram toda a gente na mesma, vira-se um bronco qualquer (parece que regente de uma cadeira de Psiquiatria numa importante faculdade do país) e diz: «Robene, muitos parabéns pela apresentação brilhante. Não tarda estará a dar aulas na faculdade»
E eu rio-me imenso e estou quase a vir-me nas cuecas, quando o idiota acrescenta «Sem sapatilhas claro».
O Robene interessante e rockeiro torna-se em 2 segundos no maltrapilho vagabundo que veio dar uma palestra de sapatilhas. Toda a minha mística cool por água abaixo.
Cabisbaixo sussurro um: «custaram-me 80 euros», mas está toda a gente excitadíssima a olhar-me para as sapatilhas brancas com uma risca vermelha e outra azul.

Pelo sim pelo não, para a próxima volto ao fato.

sábado, abril 23, 2011

Pedras que não se fumam nem se apanham

Estou com uma pedra nos rins.
A malandra deu de si no Sábado passado, estava eu sozinho em casa.
Se já tiverem tido uma cólica renal, sei que estão neste momento com a mão nas costas, a rezar por mim. Se nunca tiveram uma, então experimentem pegar numa faca afiada e apunhalem-se repetidamente no flanco lombar, durante aproximadamente uma hora.
Portanto estou eu sozinho em casa, com uma cólica renal. Todo eu me contorço pelo chão da sala, vomito a casa de banho toda e estou a mijar pingas de sangue.


So not sexy.


Decido portanto ir ao hospital. Eventualmente o G. atende-me o telemóvel depois de 250 chamadas não atendidas e um grito de desespero no voice mail. Estava a foder, não podia atender- responde-me com um ar natural. Amigos da merda é o que é. Eu nem nos meus fins de semana de swing desligo o telemóvel.
O urologista diz-me que a melhor maneira de suportar uma cólica renal é enfiar-me numa banheira com água quente e enfardar dois copos de whisky. Mas use um colete salva vidas ahaha, acrescenta.
Apetece-me espetar-lhe duas sardas no focinho, mas peço-lhe apenas para me dar morfina nas veias. Quando a dor passar, vou ser mais eficiente a espetar-lhe as murraças no queixo.
O médico diz que eu devia fazer termas. Parece que na Curia há umas termas específicas para este tipo de maleita. Sim, estou já a imaginar-me numa banheira de água sulfatada e alcalina, com um bando de velhos à minha volta a falarem de como rasgaram a uretra a mijar uma pedra de 2 cm.
Pergunto ao médico se já teve uma pedra nos rins. Ele diz que sim. Eu pergunto se foi a fazer termas que tratou do assunto. Ele ri-se e diz que tratou do assunto numa tarde, com uma sessão de litotricia que durou 5 minutos. Eu finalmente enfio-lho um pontapé no cú.

Por milagre fico imediatamente sem dores.

quinta-feira, abril 21, 2011

Parabéns...atrasados

Estou muito chateado com todos vocês meus leitores.
Então o Xarope fez 5 anos no passado dia 3 e nem um chequezinho Fnac recebeu?

quinta-feira, abril 07, 2011

A saga continua...

Caros amigos, estou sensibilizado com a vossa preocupação para com o meu estado de saúde. Os sisos ainda cá andam. Estou eu no hospital, a rezar 20 Avés Marias e o topar as mamas da enfermeira boazuda que vinha ter comigo 20 vezes por dia para me medir tensão, quando recebo a notícia de que tenho um problema qualquer de coagulação. Antes de ser operado, tenho de ser investigado neste assunto. Eu, que me fartei de gozar com o puto hemofílico da turma, a meter-lhe pioneses na cadeira e a deixar lâminas afiadas nos livros enquanto lhe roubava o fornecimento de factores de coagulação. Estou neste momento a fumar três maços de tabaco por dia e a copular violentamente com todo o espécime feminino que me aparece à frente. Nunca se sabe quando me pode dar o badagaio.

COC

Reunião do meu grupo de investigadores...


Orientador do Robene: Robene, conhece o COC?


Robene: O quê? (ar incrédulo)


Orientador: O COC homem. Já me viu o COC?


Robene: Hum...eu...não sei...hum...


Orientador: Então pegue no COC, e trabalhe com ele. Dá imenso jeito.



COC-Site da Casa Oswaldo Cruz


Estou mais aliviado. Por momentos pensei que o meu doutoramento incluía trabalho de joelhos.

domingo, abril 03, 2011

Março caveado

Março Marçagão, manhãs de Inverno tardes de Verão. Creio que os portugueses levam este ditado demasiado à letra. Chegam os primeiros raios de sol com temperaturas acima dos 10ºC e é ver o pessoal de havaianas no dedo e calções de praia a passear pela rua. Por muito que goste de pensar que vivo no Rio de Janeiro, não é o caso. Estou calmamente na fila do Continente para pagar uns artigos e de repente levo com um cheiro a sovaco que me deixa por momentos inconsciente. Olho para a frente e tenho um gajo de cavas. Concerteza este jovem urbano acha muito cool andar de cavas em meados de Março, mas eu achava mais cool ainda se ele usasse desodorizante. Nada contra o uso de cavas. Eu próprio usei umas no longíquo Sudoeste de 2006, mas rapidamente me apercebi do erro por várias razões: A) Só os pedreiso usam cavas. B) Se não fores pedreiro e usares cavas, concerteza tens a anilha do rabo alargada. C) Cavas não ficam bem em verdadeiramente ninguém que interesse para a sociedade. D) Se Deus quisesse que os homens usassem cavas, não nos tinha fornecido glândulas sudoríparas com pêlos a ajudar ao cheiro na sovaqueira. Eu por mim ainda saio à rua com casaco vestido. E uso desodorizante.

quinta-feira, março 24, 2011

Censos 2011

Estou bastante desconfiado deste Censos 2011.
Tenho para mim que o questionário foi feito por alguma das minhas ex-namoradas...
Mas que raio de perguntas são estas?

Pergunta: Estava em casa à meia noite do dia 21 Março?

(O quê? Que raio de estatística é esta?)

E continua:
Se responder afirmativamente, diga-nos: estava com homens ou mulheres? E quantos/as?

Ora, se eu organizo bacanais em minha casa, à meia noite do primeiro dia de Primavera, parece-me que é apenas da minha conta. E não estou ali a ver a categoria de Transexuais, o que me dificulta bastante a resposta.

O questionário prossegue... Há perguntas sobre a minha retrete (não é sanita, é retrete!), prestação da casa e número de pessoas que vivem comigo.
Não estou bem a ver a linha orientadora deste questionário, mas cheira-me que as estatísticas vão aparecer na revista Caras.

terça-feira, março 22, 2011

Roy Bon

Quero uns Ray Ban. Quero desesperadamente uns óculos Ray Ban daqueles estilosos, que me farão igualzinho ao James Dean, de cigarro (electrónico) na boca e olhar perdido (mas sem a morte aos 24 anos e os rumores de homossexualidade).
Seja como for não estou para desembolsar com 135 euros pelos ditos cujos, pelo que me fui aventurar pelo excelente mercado de leilões da net.
Aparentemente tudo pode ser adquirido na net em leilões, por metade do preço. Ele há relógios Fossil, iPods, pólos Fred Perry, calças Levi's, e uma quantidade inacreditável de óculos Rayban...Por 30 euros.
Escolho lá o belo do óculo e tento determinar pela fotografia meio escura e desfocada se o produto é de confiança: Parece-me que os óculos dizem Roy Bon e são feitos de papel, mas por 30 euros estou disposto a arriscar. Quando confrontado com as minhas observações o próprio vendedor descansa-me dizendo que o produto foi roubado de uma carrinha em Espanha, e que vem na caixa original. Ora se foi roubado então a mim parece-me bem!

Se tudo correr bem, passarei a comprar toda a minha roupa e recheio de casa pelos leilões da net.

quarta-feira, março 09, 2011

Apaixonado

O meu iPod foi com o caralho.
História trágica: o meu colega de casa acaba de fumar um cigarro, apaga-o (mal), deixa-o à beira do cinzeiro. Seguidamente o cigarro rola para cima do visor do meu iPod, e enquanto queima o meu belo leitor de mp3 eu rio-me à boca aberta na sala enquanto enfardo um Chocapic com leite sem dar por nada.
Quando dou conta do acontecimento tenho vários sentimentos em mim: por um lado apertar o pescoço ao D. Por outro lado dar-lhe um grande abraço, porque finalmente tenho desculpa para comprar um iPod touch.
O iPod touch é uma coisa maravilhosa. Reformulo: o iPod touch é a melhor coisa do mundo. Já tive sexo que me deu menos prazer que este belo quadradinho multimédia.
Basicamente agora não faço mais nada senão downloads de apps, especialmente desde que o M. me crackou o aparelho e agora tenho tudo à borla. Por outro lado vivo no medo que mo roubem ou que algum cigarro malandro rebole para cima do meu mais que tudo. Durmo com ele ao lado da cabeceira, de manhã quando acordo olho delicadamente para ele, dou-lhe um beijo de bons dias, e meto os phones nos ouvidos, depois de uma leve carícia no metal frio e ao mesmo tempo caloroso.
Confesso, acho que estou apaixonado.

segunda-feira, março 07, 2011

um siso, dois sisos, três sisos, quatro sisos

Lembram-se do meu siso de há uns posts atrás? Bem, a história continua...
Há um mês atrás fui a uma consulta aos HUC:

Médico: Robene, essas dentuças estão complicadas. Tens os sisos todos fodidos. (O palavreado não foi exactamente este, mas no fundo era o que queria dizer).
Robene: E agora?
Médico: Agora tenho de te tirar o dente, mas por cirurgia.
Robene: Mas por cirurgia mesmo? Não dá simplesmente para o arrancar?
Médico: Não. Corremos o risco de te lesionar o nervo. Nesse caso ias ficar sem sensibilidade no lábio.

(Robene já a imaginar cenas de terror: a beber cerveja que imediatamente escorre pelo lábio fora ou a beijar uma boazona com o lábio a pingar baba. E também não deve dar muito jeito para comer.)

Robene: Ok, ok convenceu-me Doc. Não quero parecer o meu vizinho do lado depois de ter tido um AVC.
Médico: Vai ser anestesia geral. E tratamos já dos 4 sisos.

Tenho medo. Tenho muito medo.
Primeiro que me apalpem enquanto esteja sedado na mesa de operações. É um medo que tenho desde que vi um documentário de um dentista que fornicava (nota mental: usar a palavra fornicar mais vezes) as doentes enquanto elas estavam anestesiadas. Se me doer o rabo quando acordar da operação processo o hospital.
Segundo, porque vou passar 15 dias a comer papinhas Nestum com dores excruciantes, a cuspir sangue e com a minha bela fronha inchada. Logo em Março, que o calor volta e eu gosto de me ir passear para os corredores do Continente, engatar gajas na secção de produtos Gourmet.

Há por aí algum dentista que me ajude?

terça-feira, março 01, 2011

Cigarro Electrónico

Depois do Butterfly Abs, o aspirador que aspira sozinho, a máquina de descascar batatas e o extensor peniano, decidi comprar outra maquineta que apesar de todos os testemunhos abonatórios não serve para absolutamente nada.
Sim, decidi arrotar com 60 euros e comprar o cigarro electrónico.
Isto depois de ver um Johnny Depp muito cool no «Turista» a fumar o dito cujo, com a Angelina Jolie obviamente mesmerizada com o gadget tecnológico.
O cigarro electrónico (vulgo e-cigar) consiste numa bateria e nuns cartuchos, que têm a forma de um cigarro. A semelhança com o cigarro acaba aqui, uma vez que o E-cigar pesa para aí um quilo e tem de se puxar o fumo (perdão o vapor de água) até ficar com a jugular a pulular no pescoço. No entanto tem um LED que fica vermelho cada vez que se trava o vapor, e estou já a pensar oferecê-lo à minha sobrinha de 7 anos como prenda de aniversário. Os miúdos adoram coisas que acendem e apagam.
As dosagens de nicotina variam entre baixas a altas, sendo que quer a baixa quer a alta me deixam com vontade de fumar um maço de Camel de assentada.
No café faço um verdadeiro sucesso. Primeiro as pessoas pensam que estou mesmo a fumar um cigarro. Depois de uma observação mais cuidada, pensam que acabei de sair do Júlio Matos, e que a seguir vou snifar uma linha de farinha Maizena.
Na verdade, lembro-me de há uns anos atrás ter ficado sem tabaco e improvisar um cigarro feito de papel higiénico e folhas de chá de hortelã.
Acho que sabia melhor que este cigarro electrónico.

Óscares 2011

Durante muitos anos fui um fiel seguidor dos Óscares. Fiquei os últimos 7 anos acordado até horas indescritíveis para ver o que podia ler passado 5 horas.
Ontem não foi excepção.
Arrependido?
Bem, tivemos um apresentador janado (James Franco), que basicamente só faltou snifar uma linha de coca em cima da estatueta do Óscar, uma apresentadora (anne Hathaway)que só faltou fazer malabarismos com bolas de circo, um Kirk Douglas que por pouco não apresentou um Óscar e apareceu na parte do In memoriam (já agora umas legendas para entender o que dizia o homem não era nada mau) e a Celine Dion a cantar. Ah, e ganha-me o Discurso do Rei.
Para o ano, cheira-me que a minha figura não vai dar audiência.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Sr Professor

Na semana passada fui reunir-me com a minha co-orientadora.
Estava com um bocado de medo: Primeiro porque uma vez levei uma reprimenda por ter usado demasiadas vírgulas num resumo. Segundo porque basicamente tenho andado a coçar a piça em vez de andar a trabalhar no doutoramento ( e isto é literal, ando com muita comichão).
Dois dias antes da reunião exilei-me na biblioteca geral da Universidade para tentar pelo menos apresentar alguma bibiografia que supostamente andaria a ler.
Para meu espanto só faltou a mulher nomear-me a oitava maravilha à superfície da Terra. Entre elogios ao meu novo penteado (verdade) e ao espectacular trabalho que ando a fazer («quem me dera que todos os alunos de doutoramento fossem como o Robene»), convidou-me para dar uma aula de mestrado...
Isso mesmo...Dentro de duas semanas, estarei eu e um auditório de alunos de mestrado a ouvir-me falar das maravilhas dos antipsicóticos (nomeadamente a maraviha de estar a ser pago para ficar em casa e ver muita pornografia).

Quando faltarem dois dias para a aula começo a trabalhar.

domingo, fevereiro 13, 2011

Dia dos namorados

Levado pelo espírito do dia dos namorados, decidi enumerar numa pequena lista, algumas pessoas que simplesmente não suporto:

#1: O Malato. O Malato consegue tornar o Quem quer ser milionário no programa mais chato de toda a televisão portuguesa. Basicamente num programa ele consegue perguntar a um concorrente porque é que gosta de cozinhar queijadas de Sintra, dá uns quantos laivos de piadas sexuais acerca da sua pessoa, ri-se, engasga-se, mete o público a gritar umas ladainhas e de vez em quando, muito de vez em quando, faz umas perguntas. Eu por mim nunca me ri tanto desde que o Rui Sinel de Cordes meteu um grupo de holandeses a gritar «We miss you Malato». E isso sim, devia ser pago pelo estado.

#2 O meu Vizinho de baixo. No outro dia deparo-me com um papel na entrada : «Por favor não dar sapatadas nas paredes. Obrigado por esse favor...zinho». O próprio tom sarcástico-filho-da-puta da mensagem quase que me deu ganas de bater à porta do homem e dar-lhe com o pau da aspiração central. Como bom vizinho que sou no entanto, vou queixar-me na próxima reunião de condóminos das plantas que o homem tem na entrada de casa. Acho que me têm feito alergia.

#3 Empregados do Pingo Doce. Toda a vez que vou ao Pingo Doce espero encontrar empregados sorridentes que me cantam músicas aos ouvidos e me levam pelos ombros ao longo do corredor das bolachas. Invariavelmente encontro umas mulas antipáticas que me dão restos secos de frango de churrasco.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

O vigia

Ontem fui vigiar um exame. Sim, um exame. Da Faculdade.
Surpreendidos? Então imaginem os alunos quando me viram entrar pela sala adentro a distribuir exames. Metade deles lembra-se de me ver a fazer figuras tristes na noite. A outra metade tentou ser engatada por mim.
Adiante... Ali estou eu, figura por demais autoritária, a mandar esconder telemóveis e a contar cabeças para distribuir exames.
Quando a tarefa acaba, sento-me na mesa do auditório e começo a ler um livro. Imediatamente toda a estudantada começa num frenesim a falar uns com os outros.
Eu grito um: CALOU!
Aviso desde já que gritar um calou para um auditório de alunos do quarto ano não é boa ideia. Tivesse antes gritado um: Não Falem! ou um Façam menos barulho! ou até um Não copiem! Gritar um Calou é simplesmente labrego, erro de principiante.
Depois do grito, os alunos olharam-me de esguelha e ouvi algumas risadas. Estava prestes a ser posta em causa a minha autoridade.
Fechei o livro e olhei o resto do tempo para eles. Muitos deles olhavam também para mim, creio até que reconheci uma ou outra cara da discoteca da noite anterior, onde estive a dançar kuduro e a fazer palhaçadas com o M. e a T. que incluíram uma simulação de sexo e várias coreografias do tempo da Macarena.
As velhas técnicas do copianço (muitas inventadas por mim) estavam todas lá: meter o exame de lado, levantar o exame simulando uma cara de concentração, cabeças baixas a olhar para o meio das pernas, linguagem gestual para o colega do lado.
A meio do exame tive de gritar para uma aluna: Ó menina, daqui a pouco está a fazer o exame deitada, tal era o estado de contorção do miúda.
O resto incluiu telemóveis a tocar no meio do exame, dúvidas que não soube responder e olhares lânguidos de alunas da primeira fila.

Saí de lá com a clara noção que foi um fartote de copiar. Os alunos de certeza que me adoraram.

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Fato de treino

No outro dia estava a ver um episódio de How I met your mother na Fox Life. Uma das personagens, o Marshal, ficou desempregado e então vagueava por casa sem nada para fazer, vestido apenas com uns boxers e tshirt.

Rio-me bastante da situação, e depois olhos para mim.

Desde que descobri que basicamente posso fazer todo o meu trabalho a partir de casa, não tenho feito mais nada senão andar de fato de treino. Tento lembrar-me da última vez que me vesti decentemente...e não me consigo lembrar.

Sim, tornei-me uma dessas pessoas que vai comprar ovos e bifes de perú ao Pingo Doce de fato de treino. Sim, no outro dia fui de fato de treino ao shopping comprar uns tinteiros para a impressora.

Sou dono neste momento de 5 calças diferentes desse tecido fofinho e confortável a que chamam de fato de treino.

Pior...Já não me penteio há seguramente 2 semanas, tenho preguiça de usar lentes de contacto pelo que voltei a andar com os meus óculos à lá Harry Potter, e ando a cozinhar bolos quase todos os dias na Bimby, os quais devoro em menos de dez minutos enquanto leio um artigo sobre a vida nos asilos.

Ou muito me engano, ou quando tiver uma apresentação não vou ter calças que me sirvam...a não ser calças de fato de treino.

terça-feira, janeiro 18, 2011

Xarope Update. Nada de muito engraçado...

Pessoal amigo, que me acompanha aí desse lado:

Primeiro: 100 mil visitas! Até tenho de escrever por extenso que nem sei quantos zeros cem mil leva. Obrigado!!
Segundo: Obrigado pelo apoio no Facebook! Quem criou aquilo tem um lugarzinho no céu, entre o Carlos Castro e a Princesa Diana.
Terceiro: Parece que andam a circular aí uns post meus pelos mails de muita malta. Identifiquem a fonte por favor! Nunca se sabe quando chega ao mail de algum editor!

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Apocalipse Please

Milhares de peixes e pássaros mortos sem explicação. Tornados em Tomar e na Figueira da Foz. O Carlos Castro andava a comer um miúdo de 21 anos que por sua vez o matou e cortou-lhe os tomates.

Hoje no meio da fruta e legumes que a minha mãe me mandou, encontrei uma Bíblia.
Quando lhe telefonei a perguntar que raio era aquilo, ela explicou-me que o fim do mundo está próximo.

sábado, janeiro 08, 2011

Ya ba da Badoo!

Ontem à tarde, estava em casa com a G.
Eu a ler uns artigos complicadíssimos, ela a ler a Caras.
A G. é uma amiga de longa data. Uma miúda impecável: arrota sonoramente, diz caralho e foda-se entre cada duas palavras e precisa de uma casa de banho de dez em dez minutos. Uma lady portanto.
Obviamente que a tarde estava a ser calma demais...
G.: Robene, tenho uma ideia!
Robene: Hum?
G.:Vamos criar um perfil fictício no Badoo!
Robene: Badoo? Que é isso?
G.: Um site de encontros para as pessoas que são demasiado feias e não conseguem encontrar sexo da forma que as pessoas normais fazem: através de amigos de amigos.
Robene: Hum...Ok!

E em menos de 10 minutos tínhamos dois perfis criados: O João, cuja foto de cara foi tirada do Google Images (após uma inspecção detalhada descobrimos que é um designer informático de Ovar) e a Filipa, uma morena tesuda, cuja imagem nos surgiu no Google Images após pesquisarmos com as palavras Ana e Boazuda.
Os dois sedentos de sexo, como é óbvio.
Sim, é verdade. Criar uma identidade falsa e destruir o ambiente familiar de alguém é assim tão fácil, mas ninguém os manda meter as fotos no Facebook, ficando acessíveis a qualquer um sem ética pessoal (Robene e amiga).
O dito Badoo é em si um site de chorar a rir.
Há milhares de perfis, mas destaco os seguintes:
-O do Armando, que procura garota entre os 18 e os 25 e que ostenta uma enorme aliança de casamento no dedo.
-O do José, que escolheu como foto de perfil ele próprio...empunhando uma motosserra. Sim, é isso mesmo. O José pensa que vai atrair mulheres, mostrando como sabe manejar uma motosserra.
-O da Susana. Que procura um homem até aos 35. E está grávida de 8 meses. O sonho de qualquer gajo, portanto.
-O de vários homens que tiram fotos...com os filhos. Incluindo com o filho na maternidade e a mãe ao lado.

Isto explica muito do porquê estas pessoas continuarem solteiras.

Deste interessante estudo sociológico conclui-se ainda outra coisa. Em meia hora a Filipa tinha a caixa de mensagens entupida, com pérolas como : «Oi morenita, nem sabes o que fazia contigo». O João tinha duas mensagens...de outros homens.
Não creio que hajam mulheres verdadeiras no Badoo. Excepto a Susana. Mas essa anda à procura de pai para o filho.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Underground

Hoje peguei em alguns livros da Biblioteca da UC e fui ao centro de cópias ao lado de minha casa.
Cheguei lá, aquilo cheio de gente, e eu viro-me para a empregada e digo: «queria que me fotocopiasse estes livros».
A empregada olha com ar chocado para mim. Pelo menos mais três dezenas de olhos estão colados em mim. Discretamente tento ver se apertei a braguilha ou se a minha camisola não tem nódoas. Parece-me tudo bem. A empregada limita-se a apontar para um anúncio na parede que diz: Não se fotocopiam livros, nem partes de livros.
Meio abananado, saio e dirijo-me a outro centro de cópias.
A conversa é a mesma. Sou olhado como se fosse um criminoso e tivesse acabado de violar algum petiz que tivesse saído da primária.
Vou ao terceiro centro de cópias, já com suores frios. A medo pergunto: «Fotocopiam livros? »
O senhor responde-me que não. Ao que parece, fotocopiar livros é ilegal! Acaba a conversa com um: »e esses até têm o selo da biblioteca da UC onde é que já se viu? Sabe que pode ser multado
Sinto-me como o Carlos Cruz no caso Casa Pia. Obviamente culpado, mas sempre pensei que toda a gente fazia o mesmo.
Desesperado telefono a um amigo bolseiro que me dá uma morada.
Este centro de cópias fica numa cave. Para lá chegar tive de perguntar a vários arrumnadores de carros e prostitutas, sendo que nenhum deles sabia a exacta localização do dito centro, mas já tinham ouvido falar dele.
Quando finalmente dou com ele, atende-me uma velha com uma verruga. Olho em volta. Tudo é velho e sujo, vislumbro bolor e humidade em todos os cantos e eu penso que me vão drogar e roubar um rim.
Quase borrado pergunto: «Tiram fotocópias de livros
Velha da verruga: «Para quando quer?»

Eu vou é cagar no doutoramento e começar um negócio underground de cópias de livros. Está mais que visto que vou ganhar mais e ter menos trabalho.
Entretanto rezo para que os meus livros saiam intactos da experiência.