O meu Yaris fofinho está no mecânico. Várias enfermidades assolaram o meu carrinho azul cueca: primeiro, a meio da auto estrada, a luz do óleo começou a bombar. Depois de 3 horas no corredor de óleos do continente (óleos de carro, entenda-se), opto pelo mais barato.
O Yaris não deve ter ficado muito contente com a escolha, porque começou nesse dia a pingar óleo.
De seguida um prego espeta-se no pneu. E dia 31 é dia de inspecção. Estas coisas acontecem sempre nas alturas certas.
Vai daí, deixo o Yaris no mecânico e fico com o carro do meu pai: Um jeepaço Land Rover.
Garanto que este Rover é maior que o meu quarto. Estou tentado a montar uma pequena cama, colocar cortinas e mudar-me para lá.
Mas as diferenças não se ficam por aqui: Um Land Rover é másculo. Ao contrário do apaneleirado Yaris, o Rover garante ao público feminino que eu sei dominar a máquina (ainda que tenha de encontrar pelo menos 90 metros quadrados para estacionar).
O que me leva à história do dia. São mais ou menos 11 horas da noite, e decido ir comprar tabaco ás bombas. No meu carrão gigante sigo altivo pela estrada. Estaciono mesmo em frente ás bombas para que toda a gente veja o tamanho do bólide. Saio com um ar confiante, cabelo desgrenhado mas sexy, camisa semi abotoada. Todo eu respiro um ar macho: pisco os olhos ás miúdas da fila que se riem, finjo-me desinteressado na mamalhuda que está a atender.
E volto de novo ao carro.
E o volante está trancado.
No meu Yaris a técnica de destrancar o volante é bastante simples, mas por mais que a aplique nesta merda de monstro com rodas não funciona. Começo a ficar nervoso. As pessoas das bombas começam a desconfiar...Para disfarçar, faço de conta que estou a falar ao telemóvel, enquanto mando murros no volante com os joelhos. Passam-se já dez minutos, e eu já suo por todos os lados, e atrás de mim está alguém a apitar para eu tirar o carro dali. As miúdas da bomba estão já com sorrisinhos, que desconfio sejam de gozo. Em desespero estou quase a sair do bólide e ir pedir ajuda, quando por milagre o volante destranca...e o alarme começa a soar.
Sim, tive de ligar ao meu pai a perguntar como é que se cala a merda do alarme. Sim, foi uma sessão de riso nas bombas. Sim, o meu ego está neste momento algures abaixo da sarjeta.
Sim, tenho saudades do meu Yaris.
sexta-feira, agosto 26, 2011
sábado, agosto 20, 2011
E que merda é um Passe-partout?
Tirar fotografias tipo passe é algo que causa stresse nas pessoas, não tenho a menor dúvida.
Não nos podemos esquecer que estas são as fotos que vão ser mostradas nas mesas de cafés a todos os amigos, quando a inevitável conversa de «deixa-me ver a tua foto de BI!!» começar. De um momento para o outro todos sacam da carteira de documentos e começa um frenesim de BIs, cartas de condução e cartões do cidadão a rolar de mão em mão. Segue-se a inevitável risada colectiva quando nos apercebemos do quão parolos éramos há 5 anos atrás, com mullets e poupas que nos fazem saídos de alguma série de adolescentes circa 1995.
Por isso eu quero que em 2016, quando me virem a fronha no passaporte as pessoas exclamem de emoção: «Robene, já nesta altura eras o gajo mais atraente e estiloso em que pus as vistas em cima».
Todos os cuidados são poucos: na minha última foto de BI estava de ressaca, com uns óculos pretos fundo de garrafa e um decote na t-shirt que deixava antever os pêlos do peito. Quando for um gajo famoso não posso nunca deixar esta foto cair em mãos erradas.
Por isso desta vez penteei-me decentemente, coloquei as lentes de contacto e vesti uma camisa.
Resta-me dizer que por muito que treine olhares no espelho de casa, acabo sempre com um ar de quem acabou de ser sodomizado a frio por um cabo verdiano. Desta vez não foi excepção. Por muito que o gajo insiste: «Olhos abertos!», «olha para o lado esquerdo!», «Ri-te um bocado!», acabei com uma foto em que pareço o Tom Yorke por alturas do Creep: um olho mais aberto que o outro, metade do colarinho da camisa dobrado para dentro, lábios semi cerrados como se fosse escarrar a seguir.
Estou já a comprar o photoshop online.
Não nos podemos esquecer que estas são as fotos que vão ser mostradas nas mesas de cafés a todos os amigos, quando a inevitável conversa de «deixa-me ver a tua foto de BI!!» começar. De um momento para o outro todos sacam da carteira de documentos e começa um frenesim de BIs, cartas de condução e cartões do cidadão a rolar de mão em mão. Segue-se a inevitável risada colectiva quando nos apercebemos do quão parolos éramos há 5 anos atrás, com mullets e poupas que nos fazem saídos de alguma série de adolescentes circa 1995.
Por isso eu quero que em 2016, quando me virem a fronha no passaporte as pessoas exclamem de emoção: «Robene, já nesta altura eras o gajo mais atraente e estiloso em que pus as vistas em cima».
Todos os cuidados são poucos: na minha última foto de BI estava de ressaca, com uns óculos pretos fundo de garrafa e um decote na t-shirt que deixava antever os pêlos do peito. Quando for um gajo famoso não posso nunca deixar esta foto cair em mãos erradas.
Por isso desta vez penteei-me decentemente, coloquei as lentes de contacto e vesti uma camisa.
Resta-me dizer que por muito que treine olhares no espelho de casa, acabo sempre com um ar de quem acabou de ser sodomizado a frio por um cabo verdiano. Desta vez não foi excepção. Por muito que o gajo insiste: «Olhos abertos!», «olha para o lado esquerdo!», «Ri-te um bocado!», acabei com uma foto em que pareço o Tom Yorke por alturas do Creep: um olho mais aberto que o outro, metade do colarinho da camisa dobrado para dentro, lábios semi cerrados como se fosse escarrar a seguir.
Estou já a comprar o photoshop online.
sexta-feira, agosto 19, 2011
É desta que fico rico
Aparentemente a Google acha que o meu blogue tem tantas visitas que decidiu convidar-me a meter anúncios.
Primeiro não achei muita piada, depois vi que por cada clique ganhava dinheiro.
Primeiro não achei muita piada, depois vi que por cada clique ganhava dinheiro.
terça-feira, agosto 16, 2011
Congestão
Estas férias têm sido, ao contrário das do ano passado, bastante calmas.
Primeiro porque não há auto-caravanas envolvidas. Segundo porque não há dinheiro.
E assim ruma-se para a casa de férias dos pais, algures numa praia aveirense com águas gélidas de 2º C e muitos franciús ávidos de me verem os recém esculpidos abdominais.
Mas voltar ao seio dos papás, não é só maravilhas.
O meu pai é o cota que todos queriam. Estas férias ainda nem lhe pus as vistas em cima, visto que continua na terrinha a cuidar dos cães e da horta. Estar com os filhos portanto apenas nos intervalos de 5 minutos entre dar de comer ao Farrusco e ao Black e regar as couves.
A minha mãe é a mãe mais amorosa de todo o sempre.
Segue-se um pequeno diálogo de fim de semana.
Robene (após um fausto jantar de feijoada e duas talhadas de melancia): Bem, vou tomar banho.
Mãe do Robene: Vais quê? Ah isso é que não vais!! Dá-te uma congestão!!!
Robene: Mãe, congestões só dão...
Mãe: O filho da vizinha foram dar com ele de olhos arremelgados, porque foi tomar banho depois de comer uma sandes de leitão!! Pobre rapaz, estava a tirar Fisioterapia e...
Robene: Mãe, só se eles não tivessem água quente em casa porque...
Mãe: E o teu tio? Uma vez foi tomar banho depois de beber uma cerveja fresquinha e olha, esteve mais para lá que para cá, tivémos de chamar os bombeiros, foi um susto que a tua tia...
Robene: Mãe, concentra-te, não há problema nenhum...
Mãe: E já me estava a esquecer do teu antigo professor de Química, que foi tomar banho depois de uma sardinhada, e deu-lhe o badagaio, até bateu com a cabeça na borda da banheira e a tua prima diz que o foram encontrar ainda com um bocado de sardinha a sair da boca.
Robene: Pronto, eu tomo banho amanhã, em jejum!!
E eis o porquê de eu nunca na minha vida perspectivar um regresso a casa dos meus pais.
Primeiro porque não há auto-caravanas envolvidas. Segundo porque não há dinheiro.
E assim ruma-se para a casa de férias dos pais, algures numa praia aveirense com águas gélidas de 2º C e muitos franciús ávidos de me verem os recém esculpidos abdominais.
Mas voltar ao seio dos papás, não é só maravilhas.
O meu pai é o cota que todos queriam. Estas férias ainda nem lhe pus as vistas em cima, visto que continua na terrinha a cuidar dos cães e da horta. Estar com os filhos portanto apenas nos intervalos de 5 minutos entre dar de comer ao Farrusco e ao Black e regar as couves.
A minha mãe é a mãe mais amorosa de todo o sempre.
Segue-se um pequeno diálogo de fim de semana.
Robene (após um fausto jantar de feijoada e duas talhadas de melancia): Bem, vou tomar banho.
Mãe do Robene: Vais quê? Ah isso é que não vais!! Dá-te uma congestão!!!
Robene: Mãe, congestões só dão...
Mãe: O filho da vizinha foram dar com ele de olhos arremelgados, porque foi tomar banho depois de comer uma sandes de leitão!! Pobre rapaz, estava a tirar Fisioterapia e...
Robene: Mãe, só se eles não tivessem água quente em casa porque...
Mãe: E o teu tio? Uma vez foi tomar banho depois de beber uma cerveja fresquinha e olha, esteve mais para lá que para cá, tivémos de chamar os bombeiros, foi um susto que a tua tia...
Robene: Mãe, concentra-te, não há problema nenhum...
Mãe: E já me estava a esquecer do teu antigo professor de Química, que foi tomar banho depois de uma sardinhada, e deu-lhe o badagaio, até bateu com a cabeça na borda da banheira e a tua prima diz que o foram encontrar ainda com um bocado de sardinha a sair da boca.
Robene: Pronto, eu tomo banho amanhã, em jejum!!
E eis o porquê de eu nunca na minha vida perspectivar um regresso a casa dos meus pais.
quarta-feira, agosto 03, 2011
PT
Após anos a ir ao ginásio por minha conta, constatei uma coisa: Eu não tenho motivação pessoal.
A minha jornada tri-semanal de uma hora pelo ginásio consistia em longas sonecas nos tapetes de abdominais (verdade), passeatas pelos balneários femininos (verdade) e a simulação de grunhidos que fizessem os outros pensar que eu estava a levantar bastante carga, quando na verdade estava com uns 5 kg na máquina (Mentira. Muitas vezes nem punha carga nenhuma).
Findo o chamado treino, ia alegre e sem uma gotinha de suor no sovaco comer um Big Mac, como recompensa pelo esforço árduo de ter encontrado estacionamento ao pé do ginásio ( que era a maior estafa do dia).
Tomado por uma vontade irresistível de quebrar a monotonia (leia-se, as calças começaram a não me servir) e como a lipoaspiração não invasiva ainda é cara como o caralho e eu tenho vergonha de ir fazê-la, dei o último passo possível : Tenho um Personal Trainer (doravante conhecido como PT).
O meu PT parece um animal. Creio que é capaz de matar pessoas com o seu esternocleidomastoideio desenvolvido, músculo que eu nem sabia ter no meu organismo (é no pescoço).
O esquema de treino é bastante peculiar: existem uns 5 exercícios diferentes, e cada um faz-se durante um minuto.
Ao fim do primeiro circuito pensei que aquilo era uma brincadeira de crianças, ao fim do quinto circuito pedia para me darem chapadas na cara (de preferência não dadas pelo PT) para me asegurar de que ainda estava vivo.
O rapaz ao meu lado vomitou ao fim do 6º circuito (verdade), ao que o PT exclamou: Assim é que é! Vê-se que foste até ao limite e tem de ser assim. Eu pensei ainda em borrar-me ou mijar-me todo só para acabar com aquele inferno, mas creio que nem para isso tinha força.
Qando o treino terminou eu estava zonzo, não sentia as mãos, tinhas marcas de suor a saírem-me do rabo e a molharem-me os calções e não conseguia falar. Demorei cerca de três horas para recuperar o folêgo e outras 2 a arranjar forças para destravar o carro.
Amanhã vou ligar para a clínica do tempo e perguntar se a lipoaspiração tem desconto de estudante.
A minha jornada tri-semanal de uma hora pelo ginásio consistia em longas sonecas nos tapetes de abdominais (verdade), passeatas pelos balneários femininos (verdade) e a simulação de grunhidos que fizessem os outros pensar que eu estava a levantar bastante carga, quando na verdade estava com uns 5 kg na máquina (Mentira. Muitas vezes nem punha carga nenhuma).
Findo o chamado treino, ia alegre e sem uma gotinha de suor no sovaco comer um Big Mac, como recompensa pelo esforço árduo de ter encontrado estacionamento ao pé do ginásio ( que era a maior estafa do dia).
Tomado por uma vontade irresistível de quebrar a monotonia (leia-se, as calças começaram a não me servir) e como a lipoaspiração não invasiva ainda é cara como o caralho e eu tenho vergonha de ir fazê-la, dei o último passo possível : Tenho um Personal Trainer (doravante conhecido como PT).
O meu PT parece um animal. Creio que é capaz de matar pessoas com o seu esternocleidomastoideio desenvolvido, músculo que eu nem sabia ter no meu organismo (é no pescoço).
O esquema de treino é bastante peculiar: existem uns 5 exercícios diferentes, e cada um faz-se durante um minuto.
Ao fim do primeiro circuito pensei que aquilo era uma brincadeira de crianças, ao fim do quinto circuito pedia para me darem chapadas na cara (de preferência não dadas pelo PT) para me asegurar de que ainda estava vivo.
O rapaz ao meu lado vomitou ao fim do 6º circuito (verdade), ao que o PT exclamou: Assim é que é! Vê-se que foste até ao limite e tem de ser assim. Eu pensei ainda em borrar-me ou mijar-me todo só para acabar com aquele inferno, mas creio que nem para isso tinha força.
Qando o treino terminou eu estava zonzo, não sentia as mãos, tinhas marcas de suor a saírem-me do rabo e a molharem-me os calções e não conseguia falar. Demorei cerca de três horas para recuperar o folêgo e outras 2 a arranjar forças para destravar o carro.
Amanhã vou ligar para a clínica do tempo e perguntar se a lipoaspiração tem desconto de estudante.
Subscrever:
Mensagens (Atom)