Na semana passada fui reunir-me com a minha co-orientadora.
Estava com um bocado de medo: Primeiro porque uma vez levei uma reprimenda por ter usado demasiadas vírgulas num resumo. Segundo porque basicamente tenho andado a coçar a piça em vez de andar a trabalhar no doutoramento ( e isto é literal, ando com muita comichão).
Dois dias antes da reunião exilei-me na biblioteca geral da Universidade para tentar pelo menos apresentar alguma bibiografia que supostamente andaria a ler.
Para meu espanto só faltou a mulher nomear-me a oitava maravilha à superfície da Terra. Entre elogios ao meu novo penteado (verdade) e ao espectacular trabalho que ando a fazer («quem me dera que todos os alunos de doutoramento fossem como o Robene»), convidou-me para dar uma aula de mestrado...
Isso mesmo...Dentro de duas semanas, estarei eu e um auditório de alunos de mestrado a ouvir-me falar das maravilhas dos antipsicóticos (nomeadamente a maraviha de estar a ser pago para ficar em casa e ver muita pornografia).
Quando faltarem dois dias para a aula começo a trabalhar.
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
domingo, fevereiro 13, 2011
Dia dos namorados
Levado pelo espírito do dia dos namorados, decidi enumerar numa pequena lista, algumas pessoas que simplesmente não suporto:
#1: O Malato. O Malato consegue tornar o Quem quer ser milionário no programa mais chato de toda a televisão portuguesa. Basicamente num programa ele consegue perguntar a um concorrente porque é que gosta de cozinhar queijadas de Sintra, dá uns quantos laivos de piadas sexuais acerca da sua pessoa, ri-se, engasga-se, mete o público a gritar umas ladainhas e de vez em quando, muito de vez em quando, faz umas perguntas. Eu por mim nunca me ri tanto desde que o Rui Sinel de Cordes meteu um grupo de holandeses a gritar «We miss you Malato». E isso sim, devia ser pago pelo estado.
#2 O meu Vizinho de baixo. No outro dia deparo-me com um papel na entrada : «Por favor não dar sapatadas nas paredes. Obrigado por esse favor...zinho». O próprio tom sarcástico-filho-da-puta da mensagem quase que me deu ganas de bater à porta do homem e dar-lhe com o pau da aspiração central. Como bom vizinho que sou no entanto, vou queixar-me na próxima reunião de condóminos das plantas que o homem tem na entrada de casa. Acho que me têm feito alergia.
#3 Empregados do Pingo Doce. Toda a vez que vou ao Pingo Doce espero encontrar empregados sorridentes que me cantam músicas aos ouvidos e me levam pelos ombros ao longo do corredor das bolachas. Invariavelmente encontro umas mulas antipáticas que me dão restos secos de frango de churrasco.
#1: O Malato. O Malato consegue tornar o Quem quer ser milionário no programa mais chato de toda a televisão portuguesa. Basicamente num programa ele consegue perguntar a um concorrente porque é que gosta de cozinhar queijadas de Sintra, dá uns quantos laivos de piadas sexuais acerca da sua pessoa, ri-se, engasga-se, mete o público a gritar umas ladainhas e de vez em quando, muito de vez em quando, faz umas perguntas. Eu por mim nunca me ri tanto desde que o Rui Sinel de Cordes meteu um grupo de holandeses a gritar «We miss you Malato». E isso sim, devia ser pago pelo estado.
#2 O meu Vizinho de baixo. No outro dia deparo-me com um papel na entrada : «Por favor não dar sapatadas nas paredes. Obrigado por esse favor...zinho». O próprio tom sarcástico-filho-da-puta da mensagem quase que me deu ganas de bater à porta do homem e dar-lhe com o pau da aspiração central. Como bom vizinho que sou no entanto, vou queixar-me na próxima reunião de condóminos das plantas que o homem tem na entrada de casa. Acho que me têm feito alergia.
#3 Empregados do Pingo Doce. Toda a vez que vou ao Pingo Doce espero encontrar empregados sorridentes que me cantam músicas aos ouvidos e me levam pelos ombros ao longo do corredor das bolachas. Invariavelmente encontro umas mulas antipáticas que me dão restos secos de frango de churrasco.
quinta-feira, fevereiro 03, 2011
O vigia
Ontem fui vigiar um exame. Sim, um exame. Da Faculdade.
Surpreendidos? Então imaginem os alunos quando me viram entrar pela sala adentro a distribuir exames. Metade deles lembra-se de me ver a fazer figuras tristes na noite. A outra metade tentou ser engatada por mim.
Adiante... Ali estou eu, figura por demais autoritária, a mandar esconder telemóveis e a contar cabeças para distribuir exames.
Quando a tarefa acaba, sento-me na mesa do auditório e começo a ler um livro. Imediatamente toda a estudantada começa num frenesim a falar uns com os outros.
Eu grito um: CALOU!
Aviso desde já que gritar um calou para um auditório de alunos do quarto ano não é boa ideia. Tivesse antes gritado um: Não Falem! ou um Façam menos barulho! ou até um Não copiem! Gritar um Calou é simplesmente labrego, erro de principiante.
Depois do grito, os alunos olharam-me de esguelha e ouvi algumas risadas. Estava prestes a ser posta em causa a minha autoridade.
Fechei o livro e olhei o resto do tempo para eles. Muitos deles olhavam também para mim, creio até que reconheci uma ou outra cara da discoteca da noite anterior, onde estive a dançar kuduro e a fazer palhaçadas com o M. e a T. que incluíram uma simulação de sexo e várias coreografias do tempo da Macarena.
As velhas técnicas do copianço (muitas inventadas por mim) estavam todas lá: meter o exame de lado, levantar o exame simulando uma cara de concentração, cabeças baixas a olhar para o meio das pernas, linguagem gestual para o colega do lado.
A meio do exame tive de gritar para uma aluna: Ó menina, daqui a pouco está a fazer o exame deitada, tal era o estado de contorção do miúda.
O resto incluiu telemóveis a tocar no meio do exame, dúvidas que não soube responder e olhares lânguidos de alunas da primeira fila.
Saí de lá com a clara noção que foi um fartote de copiar. Os alunos de certeza que me adoraram.
Surpreendidos? Então imaginem os alunos quando me viram entrar pela sala adentro a distribuir exames. Metade deles lembra-se de me ver a fazer figuras tristes na noite. A outra metade tentou ser engatada por mim.
Adiante... Ali estou eu, figura por demais autoritária, a mandar esconder telemóveis e a contar cabeças para distribuir exames.
Quando a tarefa acaba, sento-me na mesa do auditório e começo a ler um livro. Imediatamente toda a estudantada começa num frenesim a falar uns com os outros.
Eu grito um: CALOU!
Aviso desde já que gritar um calou para um auditório de alunos do quarto ano não é boa ideia. Tivesse antes gritado um: Não Falem! ou um Façam menos barulho! ou até um Não copiem! Gritar um Calou é simplesmente labrego, erro de principiante.
Depois do grito, os alunos olharam-me de esguelha e ouvi algumas risadas. Estava prestes a ser posta em causa a minha autoridade.
Fechei o livro e olhei o resto do tempo para eles. Muitos deles olhavam também para mim, creio até que reconheci uma ou outra cara da discoteca da noite anterior, onde estive a dançar kuduro e a fazer palhaçadas com o M. e a T. que incluíram uma simulação de sexo e várias coreografias do tempo da Macarena.
As velhas técnicas do copianço (muitas inventadas por mim) estavam todas lá: meter o exame de lado, levantar o exame simulando uma cara de concentração, cabeças baixas a olhar para o meio das pernas, linguagem gestual para o colega do lado.
A meio do exame tive de gritar para uma aluna: Ó menina, daqui a pouco está a fazer o exame deitada, tal era o estado de contorção do miúda.
O resto incluiu telemóveis a tocar no meio do exame, dúvidas que não soube responder e olhares lânguidos de alunas da primeira fila.
Saí de lá com a clara noção que foi um fartote de copiar. Os alunos de certeza que me adoraram.
terça-feira, fevereiro 01, 2011
Fato de treino
No outro dia estava a ver um episódio de How I met your mother na Fox Life. Uma das personagens, o Marshal, ficou desempregado e então vagueava por casa sem nada para fazer, vestido apenas com uns boxers e tshirt.
Rio-me bastante da situação, e depois olhos para mim.
Desde que descobri que basicamente posso fazer todo o meu trabalho a partir de casa, não tenho feito mais nada senão andar de fato de treino. Tento lembrar-me da última vez que me vesti decentemente...e não me consigo lembrar.
Sim, tornei-me uma dessas pessoas que vai comprar ovos e bifes de perú ao Pingo Doce de fato de treino. Sim, no outro dia fui de fato de treino ao shopping comprar uns tinteiros para a impressora.
Sou dono neste momento de 5 calças diferentes desse tecido fofinho e confortável a que chamam de fato de treino.
Pior...Já não me penteio há seguramente 2 semanas, tenho preguiça de usar lentes de contacto pelo que voltei a andar com os meus óculos à lá Harry Potter, e ando a cozinhar bolos quase todos os dias na Bimby, os quais devoro em menos de dez minutos enquanto leio um artigo sobre a vida nos asilos.
Ou muito me engano, ou quando tiver uma apresentação não vou ter calças que me sirvam...a não ser calças de fato de treino.
Rio-me bastante da situação, e depois olhos para mim.
Desde que descobri que basicamente posso fazer todo o meu trabalho a partir de casa, não tenho feito mais nada senão andar de fato de treino. Tento lembrar-me da última vez que me vesti decentemente...e não me consigo lembrar.
Sim, tornei-me uma dessas pessoas que vai comprar ovos e bifes de perú ao Pingo Doce de fato de treino. Sim, no outro dia fui de fato de treino ao shopping comprar uns tinteiros para a impressora.
Sou dono neste momento de 5 calças diferentes desse tecido fofinho e confortável a que chamam de fato de treino.
Pior...Já não me penteio há seguramente 2 semanas, tenho preguiça de usar lentes de contacto pelo que voltei a andar com os meus óculos à lá Harry Potter, e ando a cozinhar bolos quase todos os dias na Bimby, os quais devoro em menos de dez minutos enquanto leio um artigo sobre a vida nos asilos.
Ou muito me engano, ou quando tiver uma apresentação não vou ter calças que me sirvam...a não ser calças de fato de treino.
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