Nunca fui grande fã de andar de avião.
Por norma escolho sempre os lugares junto à coxia, com o terço nas mãos e procuro ver se existem bébés de colo e crianças de tenra idade. É um alívio saber que se o avião cair, há-de haver sempre alguém que viveu menos que eu.
Ultimamente a coisa piorou. Nas últimas viagens tenho de ir sempre drogado, pelo que quando fui para Budapeste estava tão relaxado que não conseguia parar de me rir. As pessoas olhavam para mim, e eu com os olhos ganzados, cremalheira de fora (que é coisa que tenho muito), um ar de quem acabou de mandar uma linha de coca na casa de banho. Não foi o caso...dessa vez pelo menos.
O G., quase sempre o companheiro de viagem é um gajo que me acalma imenso. Mal abanca o rabo esquelético adormece imediatamente. Não tenho tempo sequer de dizer: MEU DEUS G., ESTOU QUASE A BORRAR-ME DE MEDO. A meio da frase, ele já está no sono REM.
Uma vez numa viagem de 16 horas de autocarro, de Montenegro para Belgrado (reparem, um autocarro dos anos 60, num país quase ainda em guerra, pelo meio do mato e a chover torrencialmente) o G. dormia profundamente, e eu gramava um montenegrino de 160 kilos sem poder sequer pousar o cotovelo no descanso, que estava partido.
Isto tudo para dizer que daqui a umas horas estarei num avião, tendo como única companhia o meu Xanax 0,5.
Antes de entrar, a primeira coisa que vou fazer é contar as crianças de colo na fila do check in.
domingo, março 21, 2010
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4 comentários:
Com medo, ou sem medo, tás com uma sorte do caraças! Pelo menos vais-te pirar daqui pra fora...
E desta vez o cansaço era tanto que AMBOS adormecemos antes sequer do avião levantar voo.
Vês como te fiz boa companhia...
No regresso tinhamos 3 padres no avião (que eu conhecesse). Ora se Deus não é tão incensível que deixe morrer criancinhas em acidentes de avião, muito menos se pode dar ao luxo de perder 3 dos seus mais directos servidores em iguais circunstâncias.
Não com a crise de vocações que por aí anda, pelo menos...
não curto muito do xanax.
já tentei e não me dei bem com isso (não que tenha medo de andar de avião) mas já que és o gajo da farmácia aproveito para partilhar contigo (que deves perceber mais disto que muitos) que deixei de ser amiga da sertralina, chateamo-nos. Em compensação arranjei dois amigos novos! O diazepam e fluoxetina.
Que tal?
Fixe é andar num avião onde vá alguém que já tenha tido um acidente de avião e sobrevivido... Porque, estatisticamente falando, qual a probabilidade de se ter dois acidentes de avião?
:)
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