Poderão vocês pensar que a parte mais stressante da minha viagem a Barcelona foi a apresentação no Congresso. Mas não foi. A parte mais stressante foi mesmo embarcar no avião.
É que eu viajei na RyanAir.
Embarcar num avião é já de si uma experiência traumatizante: temos de passar pelos controlos de segurança, onde uns polícias com uns raios x nos vasculham as malas. Tenho sempre medo de levar alguma coisa proibida e extremamente perigosa tipo uma sandes de fiambre ou desodorizante (Alguém que me explique como é que eu fabrico uma bomba a partir de uma lata de AXE de 150 ml e um garrafa de 150 ml de líquido Ciba para lentes de contacto hidrófilas).
Mas esta é a parte fácil.
Depois vem o embarque propriamente dito.
A RyanAir é uma companhia low cost. Não há lugares marcados no avião e só se pode levar uma pequena bagagem de mão que tem de obedecer a escrupulosas medidas (tipo 20 cm por 50 cm). Conseguir meter dois pares de calças e duas t-shirts numa mala do tamanho de uma folha A4 foi tarefa hercúlea.
Fui bastante cedo para o embarque. Como não há lugares marcados tinha de estar na linha da frente para correr para o avião e conseguir um lugar jeitoso e lugar para a minha mala. Para além disso gosto sempre de ficar na coxia para poder comprar aquelas raspadinhas maravilhosas que eles vendem a bordo. Quando o sinal de embarque apareceu, milhares de pessoas correram para a gate, incluindo eu, que mandei duas cotoveladas e vários pontapés para ser um dos primeiros a correr desvairado para o avião. Como além da mala de roupa minúscula levava também o poster comigo estava cheio de medo que não fosse passar na inspecção nazi de que somos alvo antes de embarcar. Meti o meu melhor sorriso mas os receios foram confirmados: tive de arrotar com 40 euros por levar uma mala extra. Para a próxima dobro a merda do poster e enfio-o na mala. Ou no cú, e mesmo assim acho que eles iam descobrir que levava alguma coisa extra.
Quando finalmente nos dão ordem para embarcar, uma multidão de gente corre para o avião. Uma mulher com ar franzino fica ao meu lado. Parece desconfortável e chama o hospedeiro de bordo.
Mulher: Eu sou claustrofóbica!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher: Pelo amor de Deus, eu tenho pânico!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher (já meio histérica): E se me der um ataque de pânico??! Quais são os procedimentos que têem?
Hospedeiro: Minha senhora, se tiver um ataque de pânico dou-lhe um chapadão para a adormecer, e outro para a acordar.
And that's what you get when you fly low cost.
segunda-feira, setembro 12, 2011
segunda-feira, setembro 05, 2011
Amigos para siempre
Vou a Barcelon apresentar um poster num congresso. Fosse o congresso em Varsóvia ou em Tallin ou numa dessas cidades deslavadas em que Setembro se assemelha a um mês de Janeiro em Portugal. Mas não, tinha de ser em Barcelona, onde estão alguns 30 graus à sombra.
Inspecciono detalhadamente o programa do congresso e apercebo-me que em três dia, tenho de estar no mínimo uma hora por dia no congresso. Vou seguir à risca este mínimo: levo um cronómetro e quando soar o último segundo para os 60 minutos meto-me a caminho da Sagrada Família. Ou das Ramblas, onde parece que se passa a acção toda.
O tema do meu poster centra-se na representação gráfica de terapia electroconvulsiva no cinema.
Durante um mês andei a ver cerca de 30 filmes para a minha pesquisa, e fui pago para isso. Não esperem portanto uma merda que mudará o futuro da ciência. Ainda assim parece que deu muito trabalho a fazer (mentira) e consegui dissertar umas 15 páginas sobre filmes de 1948. E surpresa: parece que ficou tão bom que vai ser publicado internacionalmente.
A minha vida está a correr tão bem que estou assustado.
Inspecciono detalhadamente o programa do congresso e apercebo-me que em três dia, tenho de estar no mínimo uma hora por dia no congresso. Vou seguir à risca este mínimo: levo um cronómetro e quando soar o último segundo para os 60 minutos meto-me a caminho da Sagrada Família. Ou das Ramblas, onde parece que se passa a acção toda.
O tema do meu poster centra-se na representação gráfica de terapia electroconvulsiva no cinema.
Durante um mês andei a ver cerca de 30 filmes para a minha pesquisa, e fui pago para isso. Não esperem portanto uma merda que mudará o futuro da ciência. Ainda assim parece que deu muito trabalho a fazer (mentira) e consegui dissertar umas 15 páginas sobre filmes de 1948. E surpresa: parece que ficou tão bom que vai ser publicado internacionalmente.
A minha vida está a correr tão bem que estou assustado.
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