Poderão vocês pensar que a parte mais stressante da minha viagem a Barcelona foi a apresentação no Congresso. Mas não foi. A parte mais stressante foi mesmo embarcar no avião.
É que eu viajei na RyanAir.
Embarcar num avião é já de si uma experiência traumatizante: temos de passar pelos controlos de segurança, onde uns polícias com uns raios x nos vasculham as malas. Tenho sempre medo de levar alguma coisa proibida e extremamente perigosa tipo uma sandes de fiambre ou desodorizante (Alguém que me explique como é que eu fabrico uma bomba a partir de uma lata de AXE de 150 ml e um garrafa de 150 ml de líquido Ciba para lentes de contacto hidrófilas).
Mas esta é a parte fácil.
Depois vem o embarque propriamente dito.
A RyanAir é uma companhia low cost. Não há lugares marcados no avião e só se pode levar uma pequena bagagem de mão que tem de obedecer a escrupulosas medidas (tipo 20 cm por 50 cm). Conseguir meter dois pares de calças e duas t-shirts numa mala do tamanho de uma folha A4 foi tarefa hercúlea.
Fui bastante cedo para o embarque. Como não há lugares marcados tinha de estar na linha da frente para correr para o avião e conseguir um lugar jeitoso e lugar para a minha mala. Para além disso gosto sempre de ficar na coxia para poder comprar aquelas raspadinhas maravilhosas que eles vendem a bordo. Quando o sinal de embarque apareceu, milhares de pessoas correram para a gate, incluindo eu, que mandei duas cotoveladas e vários pontapés para ser um dos primeiros a correr desvairado para o avião. Como além da mala de roupa minúscula levava também o poster comigo estava cheio de medo que não fosse passar na inspecção nazi de que somos alvo antes de embarcar. Meti o meu melhor sorriso mas os receios foram confirmados: tive de arrotar com 40 euros por levar uma mala extra. Para a próxima dobro a merda do poster e enfio-o na mala. Ou no cú, e mesmo assim acho que eles iam descobrir que levava alguma coisa extra.
Quando finalmente nos dão ordem para embarcar, uma multidão de gente corre para o avião. Uma mulher com ar franzino fica ao meu lado. Parece desconfortável e chama o hospedeiro de bordo.
Mulher: Eu sou claustrofóbica!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher: Pelo amor de Deus, eu tenho pânico!!!
Hospedeiro: Hum...
Mulher (já meio histérica): E se me der um ataque de pânico??! Quais são os procedimentos que têem?
Hospedeiro: Minha senhora, se tiver um ataque de pânico dou-lhe um chapadão para a adormecer, e outro para a acordar.
And that's what you get when you fly low cost.
segunda-feira, setembro 12, 2011
segunda-feira, setembro 05, 2011
Amigos para siempre
Vou a Barcelon apresentar um poster num congresso. Fosse o congresso em Varsóvia ou em Tallin ou numa dessas cidades deslavadas em que Setembro se assemelha a um mês de Janeiro em Portugal. Mas não, tinha de ser em Barcelona, onde estão alguns 30 graus à sombra.
Inspecciono detalhadamente o programa do congresso e apercebo-me que em três dia, tenho de estar no mínimo uma hora por dia no congresso. Vou seguir à risca este mínimo: levo um cronómetro e quando soar o último segundo para os 60 minutos meto-me a caminho da Sagrada Família. Ou das Ramblas, onde parece que se passa a acção toda.
O tema do meu poster centra-se na representação gráfica de terapia electroconvulsiva no cinema.
Durante um mês andei a ver cerca de 30 filmes para a minha pesquisa, e fui pago para isso. Não esperem portanto uma merda que mudará o futuro da ciência. Ainda assim parece que deu muito trabalho a fazer (mentira) e consegui dissertar umas 15 páginas sobre filmes de 1948. E surpresa: parece que ficou tão bom que vai ser publicado internacionalmente.
A minha vida está a correr tão bem que estou assustado.
Inspecciono detalhadamente o programa do congresso e apercebo-me que em três dia, tenho de estar no mínimo uma hora por dia no congresso. Vou seguir à risca este mínimo: levo um cronómetro e quando soar o último segundo para os 60 minutos meto-me a caminho da Sagrada Família. Ou das Ramblas, onde parece que se passa a acção toda.
O tema do meu poster centra-se na representação gráfica de terapia electroconvulsiva no cinema.
Durante um mês andei a ver cerca de 30 filmes para a minha pesquisa, e fui pago para isso. Não esperem portanto uma merda que mudará o futuro da ciência. Ainda assim parece que deu muito trabalho a fazer (mentira) e consegui dissertar umas 15 páginas sobre filmes de 1948. E surpresa: parece que ficou tão bom que vai ser publicado internacionalmente.
A minha vida está a correr tão bem que estou assustado.
sexta-feira, agosto 26, 2011
Land Rover Vs Toyota Yaris
O meu Yaris fofinho está no mecânico. Várias enfermidades assolaram o meu carrinho azul cueca: primeiro, a meio da auto estrada, a luz do óleo começou a bombar. Depois de 3 horas no corredor de óleos do continente (óleos de carro, entenda-se), opto pelo mais barato.
O Yaris não deve ter ficado muito contente com a escolha, porque começou nesse dia a pingar óleo.
De seguida um prego espeta-se no pneu. E dia 31 é dia de inspecção. Estas coisas acontecem sempre nas alturas certas.
Vai daí, deixo o Yaris no mecânico e fico com o carro do meu pai: Um jeepaço Land Rover.
Garanto que este Rover é maior que o meu quarto. Estou tentado a montar uma pequena cama, colocar cortinas e mudar-me para lá.
Mas as diferenças não se ficam por aqui: Um Land Rover é másculo. Ao contrário do apaneleirado Yaris, o Rover garante ao público feminino que eu sei dominar a máquina (ainda que tenha de encontrar pelo menos 90 metros quadrados para estacionar).
O que me leva à história do dia. São mais ou menos 11 horas da noite, e decido ir comprar tabaco ás bombas. No meu carrão gigante sigo altivo pela estrada. Estaciono mesmo em frente ás bombas para que toda a gente veja o tamanho do bólide. Saio com um ar confiante, cabelo desgrenhado mas sexy, camisa semi abotoada. Todo eu respiro um ar macho: pisco os olhos ás miúdas da fila que se riem, finjo-me desinteressado na mamalhuda que está a atender.
E volto de novo ao carro.
E o volante está trancado.
No meu Yaris a técnica de destrancar o volante é bastante simples, mas por mais que a aplique nesta merda de monstro com rodas não funciona. Começo a ficar nervoso. As pessoas das bombas começam a desconfiar...Para disfarçar, faço de conta que estou a falar ao telemóvel, enquanto mando murros no volante com os joelhos. Passam-se já dez minutos, e eu já suo por todos os lados, e atrás de mim está alguém a apitar para eu tirar o carro dali. As miúdas da bomba estão já com sorrisinhos, que desconfio sejam de gozo. Em desespero estou quase a sair do bólide e ir pedir ajuda, quando por milagre o volante destranca...e o alarme começa a soar.
Sim, tive de ligar ao meu pai a perguntar como é que se cala a merda do alarme. Sim, foi uma sessão de riso nas bombas. Sim, o meu ego está neste momento algures abaixo da sarjeta.
Sim, tenho saudades do meu Yaris.
O Yaris não deve ter ficado muito contente com a escolha, porque começou nesse dia a pingar óleo.
De seguida um prego espeta-se no pneu. E dia 31 é dia de inspecção. Estas coisas acontecem sempre nas alturas certas.
Vai daí, deixo o Yaris no mecânico e fico com o carro do meu pai: Um jeepaço Land Rover.
Garanto que este Rover é maior que o meu quarto. Estou tentado a montar uma pequena cama, colocar cortinas e mudar-me para lá.
Mas as diferenças não se ficam por aqui: Um Land Rover é másculo. Ao contrário do apaneleirado Yaris, o Rover garante ao público feminino que eu sei dominar a máquina (ainda que tenha de encontrar pelo menos 90 metros quadrados para estacionar).
O que me leva à história do dia. São mais ou menos 11 horas da noite, e decido ir comprar tabaco ás bombas. No meu carrão gigante sigo altivo pela estrada. Estaciono mesmo em frente ás bombas para que toda a gente veja o tamanho do bólide. Saio com um ar confiante, cabelo desgrenhado mas sexy, camisa semi abotoada. Todo eu respiro um ar macho: pisco os olhos ás miúdas da fila que se riem, finjo-me desinteressado na mamalhuda que está a atender.
E volto de novo ao carro.
E o volante está trancado.
No meu Yaris a técnica de destrancar o volante é bastante simples, mas por mais que a aplique nesta merda de monstro com rodas não funciona. Começo a ficar nervoso. As pessoas das bombas começam a desconfiar...Para disfarçar, faço de conta que estou a falar ao telemóvel, enquanto mando murros no volante com os joelhos. Passam-se já dez minutos, e eu já suo por todos os lados, e atrás de mim está alguém a apitar para eu tirar o carro dali. As miúdas da bomba estão já com sorrisinhos, que desconfio sejam de gozo. Em desespero estou quase a sair do bólide e ir pedir ajuda, quando por milagre o volante destranca...e o alarme começa a soar.
Sim, tive de ligar ao meu pai a perguntar como é que se cala a merda do alarme. Sim, foi uma sessão de riso nas bombas. Sim, o meu ego está neste momento algures abaixo da sarjeta.
Sim, tenho saudades do meu Yaris.
sábado, agosto 20, 2011
E que merda é um Passe-partout?
Tirar fotografias tipo passe é algo que causa stresse nas pessoas, não tenho a menor dúvida.
Não nos podemos esquecer que estas são as fotos que vão ser mostradas nas mesas de cafés a todos os amigos, quando a inevitável conversa de «deixa-me ver a tua foto de BI!!» começar. De um momento para o outro todos sacam da carteira de documentos e começa um frenesim de BIs, cartas de condução e cartões do cidadão a rolar de mão em mão. Segue-se a inevitável risada colectiva quando nos apercebemos do quão parolos éramos há 5 anos atrás, com mullets e poupas que nos fazem saídos de alguma série de adolescentes circa 1995.
Por isso eu quero que em 2016, quando me virem a fronha no passaporte as pessoas exclamem de emoção: «Robene, já nesta altura eras o gajo mais atraente e estiloso em que pus as vistas em cima».
Todos os cuidados são poucos: na minha última foto de BI estava de ressaca, com uns óculos pretos fundo de garrafa e um decote na t-shirt que deixava antever os pêlos do peito. Quando for um gajo famoso não posso nunca deixar esta foto cair em mãos erradas.
Por isso desta vez penteei-me decentemente, coloquei as lentes de contacto e vesti uma camisa.
Resta-me dizer que por muito que treine olhares no espelho de casa, acabo sempre com um ar de quem acabou de ser sodomizado a frio por um cabo verdiano. Desta vez não foi excepção. Por muito que o gajo insiste: «Olhos abertos!», «olha para o lado esquerdo!», «Ri-te um bocado!», acabei com uma foto em que pareço o Tom Yorke por alturas do Creep: um olho mais aberto que o outro, metade do colarinho da camisa dobrado para dentro, lábios semi cerrados como se fosse escarrar a seguir.
Estou já a comprar o photoshop online.
Não nos podemos esquecer que estas são as fotos que vão ser mostradas nas mesas de cafés a todos os amigos, quando a inevitável conversa de «deixa-me ver a tua foto de BI!!» começar. De um momento para o outro todos sacam da carteira de documentos e começa um frenesim de BIs, cartas de condução e cartões do cidadão a rolar de mão em mão. Segue-se a inevitável risada colectiva quando nos apercebemos do quão parolos éramos há 5 anos atrás, com mullets e poupas que nos fazem saídos de alguma série de adolescentes circa 1995.
Por isso eu quero que em 2016, quando me virem a fronha no passaporte as pessoas exclamem de emoção: «Robene, já nesta altura eras o gajo mais atraente e estiloso em que pus as vistas em cima».
Todos os cuidados são poucos: na minha última foto de BI estava de ressaca, com uns óculos pretos fundo de garrafa e um decote na t-shirt que deixava antever os pêlos do peito. Quando for um gajo famoso não posso nunca deixar esta foto cair em mãos erradas.
Por isso desta vez penteei-me decentemente, coloquei as lentes de contacto e vesti uma camisa.
Resta-me dizer que por muito que treine olhares no espelho de casa, acabo sempre com um ar de quem acabou de ser sodomizado a frio por um cabo verdiano. Desta vez não foi excepção. Por muito que o gajo insiste: «Olhos abertos!», «olha para o lado esquerdo!», «Ri-te um bocado!», acabei com uma foto em que pareço o Tom Yorke por alturas do Creep: um olho mais aberto que o outro, metade do colarinho da camisa dobrado para dentro, lábios semi cerrados como se fosse escarrar a seguir.
Estou já a comprar o photoshop online.
sexta-feira, agosto 19, 2011
É desta que fico rico
Aparentemente a Google acha que o meu blogue tem tantas visitas que decidiu convidar-me a meter anúncios.
Primeiro não achei muita piada, depois vi que por cada clique ganhava dinheiro.
Primeiro não achei muita piada, depois vi que por cada clique ganhava dinheiro.
terça-feira, agosto 16, 2011
Congestão
Estas férias têm sido, ao contrário das do ano passado, bastante calmas.
Primeiro porque não há auto-caravanas envolvidas. Segundo porque não há dinheiro.
E assim ruma-se para a casa de férias dos pais, algures numa praia aveirense com águas gélidas de 2º C e muitos franciús ávidos de me verem os recém esculpidos abdominais.
Mas voltar ao seio dos papás, não é só maravilhas.
O meu pai é o cota que todos queriam. Estas férias ainda nem lhe pus as vistas em cima, visto que continua na terrinha a cuidar dos cães e da horta. Estar com os filhos portanto apenas nos intervalos de 5 minutos entre dar de comer ao Farrusco e ao Black e regar as couves.
A minha mãe é a mãe mais amorosa de todo o sempre.
Segue-se um pequeno diálogo de fim de semana.
Robene (após um fausto jantar de feijoada e duas talhadas de melancia): Bem, vou tomar banho.
Mãe do Robene: Vais quê? Ah isso é que não vais!! Dá-te uma congestão!!!
Robene: Mãe, congestões só dão...
Mãe: O filho da vizinha foram dar com ele de olhos arremelgados, porque foi tomar banho depois de comer uma sandes de leitão!! Pobre rapaz, estava a tirar Fisioterapia e...
Robene: Mãe, só se eles não tivessem água quente em casa porque...
Mãe: E o teu tio? Uma vez foi tomar banho depois de beber uma cerveja fresquinha e olha, esteve mais para lá que para cá, tivémos de chamar os bombeiros, foi um susto que a tua tia...
Robene: Mãe, concentra-te, não há problema nenhum...
Mãe: E já me estava a esquecer do teu antigo professor de Química, que foi tomar banho depois de uma sardinhada, e deu-lhe o badagaio, até bateu com a cabeça na borda da banheira e a tua prima diz que o foram encontrar ainda com um bocado de sardinha a sair da boca.
Robene: Pronto, eu tomo banho amanhã, em jejum!!
E eis o porquê de eu nunca na minha vida perspectivar um regresso a casa dos meus pais.
Primeiro porque não há auto-caravanas envolvidas. Segundo porque não há dinheiro.
E assim ruma-se para a casa de férias dos pais, algures numa praia aveirense com águas gélidas de 2º C e muitos franciús ávidos de me verem os recém esculpidos abdominais.
Mas voltar ao seio dos papás, não é só maravilhas.
O meu pai é o cota que todos queriam. Estas férias ainda nem lhe pus as vistas em cima, visto que continua na terrinha a cuidar dos cães e da horta. Estar com os filhos portanto apenas nos intervalos de 5 minutos entre dar de comer ao Farrusco e ao Black e regar as couves.
A minha mãe é a mãe mais amorosa de todo o sempre.
Segue-se um pequeno diálogo de fim de semana.
Robene (após um fausto jantar de feijoada e duas talhadas de melancia): Bem, vou tomar banho.
Mãe do Robene: Vais quê? Ah isso é que não vais!! Dá-te uma congestão!!!
Robene: Mãe, congestões só dão...
Mãe: O filho da vizinha foram dar com ele de olhos arremelgados, porque foi tomar banho depois de comer uma sandes de leitão!! Pobre rapaz, estava a tirar Fisioterapia e...
Robene: Mãe, só se eles não tivessem água quente em casa porque...
Mãe: E o teu tio? Uma vez foi tomar banho depois de beber uma cerveja fresquinha e olha, esteve mais para lá que para cá, tivémos de chamar os bombeiros, foi um susto que a tua tia...
Robene: Mãe, concentra-te, não há problema nenhum...
Mãe: E já me estava a esquecer do teu antigo professor de Química, que foi tomar banho depois de uma sardinhada, e deu-lhe o badagaio, até bateu com a cabeça na borda da banheira e a tua prima diz que o foram encontrar ainda com um bocado de sardinha a sair da boca.
Robene: Pronto, eu tomo banho amanhã, em jejum!!
E eis o porquê de eu nunca na minha vida perspectivar um regresso a casa dos meus pais.
quarta-feira, agosto 03, 2011
PT
Após anos a ir ao ginásio por minha conta, constatei uma coisa: Eu não tenho motivação pessoal.
A minha jornada tri-semanal de uma hora pelo ginásio consistia em longas sonecas nos tapetes de abdominais (verdade), passeatas pelos balneários femininos (verdade) e a simulação de grunhidos que fizessem os outros pensar que eu estava a levantar bastante carga, quando na verdade estava com uns 5 kg na máquina (Mentira. Muitas vezes nem punha carga nenhuma).
Findo o chamado treino, ia alegre e sem uma gotinha de suor no sovaco comer um Big Mac, como recompensa pelo esforço árduo de ter encontrado estacionamento ao pé do ginásio ( que era a maior estafa do dia).
Tomado por uma vontade irresistível de quebrar a monotonia (leia-se, as calças começaram a não me servir) e como a lipoaspiração não invasiva ainda é cara como o caralho e eu tenho vergonha de ir fazê-la, dei o último passo possível : Tenho um Personal Trainer (doravante conhecido como PT).
O meu PT parece um animal. Creio que é capaz de matar pessoas com o seu esternocleidomastoideio desenvolvido, músculo que eu nem sabia ter no meu organismo (é no pescoço).
O esquema de treino é bastante peculiar: existem uns 5 exercícios diferentes, e cada um faz-se durante um minuto.
Ao fim do primeiro circuito pensei que aquilo era uma brincadeira de crianças, ao fim do quinto circuito pedia para me darem chapadas na cara (de preferência não dadas pelo PT) para me asegurar de que ainda estava vivo.
O rapaz ao meu lado vomitou ao fim do 6º circuito (verdade), ao que o PT exclamou: Assim é que é! Vê-se que foste até ao limite e tem de ser assim. Eu pensei ainda em borrar-me ou mijar-me todo só para acabar com aquele inferno, mas creio que nem para isso tinha força.
Qando o treino terminou eu estava zonzo, não sentia as mãos, tinhas marcas de suor a saírem-me do rabo e a molharem-me os calções e não conseguia falar. Demorei cerca de três horas para recuperar o folêgo e outras 2 a arranjar forças para destravar o carro.
Amanhã vou ligar para a clínica do tempo e perguntar se a lipoaspiração tem desconto de estudante.
A minha jornada tri-semanal de uma hora pelo ginásio consistia em longas sonecas nos tapetes de abdominais (verdade), passeatas pelos balneários femininos (verdade) e a simulação de grunhidos que fizessem os outros pensar que eu estava a levantar bastante carga, quando na verdade estava com uns 5 kg na máquina (Mentira. Muitas vezes nem punha carga nenhuma).
Findo o chamado treino, ia alegre e sem uma gotinha de suor no sovaco comer um Big Mac, como recompensa pelo esforço árduo de ter encontrado estacionamento ao pé do ginásio ( que era a maior estafa do dia).
Tomado por uma vontade irresistível de quebrar a monotonia (leia-se, as calças começaram a não me servir) e como a lipoaspiração não invasiva ainda é cara como o caralho e eu tenho vergonha de ir fazê-la, dei o último passo possível : Tenho um Personal Trainer (doravante conhecido como PT).
O meu PT parece um animal. Creio que é capaz de matar pessoas com o seu esternocleidomastoideio desenvolvido, músculo que eu nem sabia ter no meu organismo (é no pescoço).
O esquema de treino é bastante peculiar: existem uns 5 exercícios diferentes, e cada um faz-se durante um minuto.
Ao fim do primeiro circuito pensei que aquilo era uma brincadeira de crianças, ao fim do quinto circuito pedia para me darem chapadas na cara (de preferência não dadas pelo PT) para me asegurar de que ainda estava vivo.
O rapaz ao meu lado vomitou ao fim do 6º circuito (verdade), ao que o PT exclamou: Assim é que é! Vê-se que foste até ao limite e tem de ser assim. Eu pensei ainda em borrar-me ou mijar-me todo só para acabar com aquele inferno, mas creio que nem para isso tinha força.
Qando o treino terminou eu estava zonzo, não sentia as mãos, tinhas marcas de suor a saírem-me do rabo e a molharem-me os calções e não conseguia falar. Demorei cerca de três horas para recuperar o folêgo e outras 2 a arranjar forças para destravar o carro.
Amanhã vou ligar para a clínica do tempo e perguntar se a lipoaspiração tem desconto de estudante.
quarta-feira, julho 20, 2011
Medo
Gostava muito de ir ver National e Interpol ao Sudoeste, mas confesso...estou borrado de medo de ser assaltado pelos fãs de Snoop Dogg, violado pelos fãs de Kanye West e atropelado por carros de tuning de fãs do David Guetta.
Super Bock, Super Pó
Ah, o Super Bock Super Rock.
Passaram-se já dois dias desde o fim de semana de concertos, e descobri hoje que ainda tinha restos de pó presos nos pelos do cú.
Nunca na minha vida vi tamanha confusão. E já estive numa discoteca gay a ouvir Lady Gaga.
Eram filas para tudo e mais alguma coisa. Comi pó aos quilos e não foi do branco.
No primeiro dia, só consegui sair de Coimbra pelas 7 da tarde. Por volta das onze ainda estávamos numa fila de trânsito com o concerto de Beirut a decorrer. Numa fúria pouco usual, abalámos do carro e desatamos a correr pela rua, frenéticos, para ainda vermos pelo menos metade do concerto.
Foi uma triste visão: 3 indíviduos perto dos 30 anos, a correr por uma estrada escura, desorientados e já bastante suados, com o pessoal dos carros e gritar coisas como: Run Forrest Run, ou Mexam esse cú badochas. Após o que me pareceu 3 horas de corrida (foram 10 minutos), ainda apanhámos Beirut a meio.
Mais pontos altos do festival:
1- Aquela merda era só espanhóis. Os Espanhóis na verdade não vão ver concertos. Vão socializar para os concertos, gritar bastante alto, e apalpar cús. Durante o concerto de Portishead houve até um espanhol que mijou para cima do casal homossexual que estava à minha frente e que se fartava de dar altos linguados durante a Roads. Por momentos aquilo parecia um filme porno gay com um golden shower pelo meio. Voltei a mim no concerto de Arcade Fire, para o qual não há nem haverá palavras possiveis para descrever. Ainda estou arrepiado de emoção.
2-A gaja dos Gift é altamente irritante.
3-Durante o concerto de Brandon Flowers parece-me que a população feminina deve ter tido vários orgasmos. A própria S., amiga de longa data a quem reconheço um certo nível de educação admitiu : «Este gajo podia-me fazer um filho», enquanto lambia os lábios e tirava umas 300 fotos com o zoom no máximo.
4- A gaja dos Gift é altamente irritante.
5- O Slash não tem um sixpack. Tem um onepack. E várias plásticas no focinho.
6- A gaja dos Gift é altamente irritante.
7- A S. apanhou uma intoxicação alimentar depois de duas horas na fila para comer um kebab que tinha uma molhenga verde a escorrer. A N. teve um ataque de diarreia explosiva no concerto de Strokes, mas aguentou-se estóicamente e até se abanou um bocado ao som do Whatever happened. De qualquer maneira se quisesse disfrutar de uma das 5 tói-tóis disponíveis no recinto, demoraria umas 3 horas a furar a multidão.
8- A gaja dos Gift é altamente irritante.
Passaram-se já dois dias desde o fim de semana de concertos, e descobri hoje que ainda tinha restos de pó presos nos pelos do cú.
Nunca na minha vida vi tamanha confusão. E já estive numa discoteca gay a ouvir Lady Gaga.
Eram filas para tudo e mais alguma coisa. Comi pó aos quilos e não foi do branco.
No primeiro dia, só consegui sair de Coimbra pelas 7 da tarde. Por volta das onze ainda estávamos numa fila de trânsito com o concerto de Beirut a decorrer. Numa fúria pouco usual, abalámos do carro e desatamos a correr pela rua, frenéticos, para ainda vermos pelo menos metade do concerto.
Foi uma triste visão: 3 indíviduos perto dos 30 anos, a correr por uma estrada escura, desorientados e já bastante suados, com o pessoal dos carros e gritar coisas como: Run Forrest Run, ou Mexam esse cú badochas. Após o que me pareceu 3 horas de corrida (foram 10 minutos), ainda apanhámos Beirut a meio.
Mais pontos altos do festival:
1- Aquela merda era só espanhóis. Os Espanhóis na verdade não vão ver concertos. Vão socializar para os concertos, gritar bastante alto, e apalpar cús. Durante o concerto de Portishead houve até um espanhol que mijou para cima do casal homossexual que estava à minha frente e que se fartava de dar altos linguados durante a Roads. Por momentos aquilo parecia um filme porno gay com um golden shower pelo meio. Voltei a mim no concerto de Arcade Fire, para o qual não há nem haverá palavras possiveis para descrever. Ainda estou arrepiado de emoção.
2-A gaja dos Gift é altamente irritante.
3-Durante o concerto de Brandon Flowers parece-me que a população feminina deve ter tido vários orgasmos. A própria S., amiga de longa data a quem reconheço um certo nível de educação admitiu : «Este gajo podia-me fazer um filho», enquanto lambia os lábios e tirava umas 300 fotos com o zoom no máximo.
4- A gaja dos Gift é altamente irritante.
5- O Slash não tem um sixpack. Tem um onepack. E várias plásticas no focinho.
6- A gaja dos Gift é altamente irritante.
7- A S. apanhou uma intoxicação alimentar depois de duas horas na fila para comer um kebab que tinha uma molhenga verde a escorrer. A N. teve um ataque de diarreia explosiva no concerto de Strokes, mas aguentou-se estóicamente e até se abanou um bocado ao som do Whatever happened. De qualquer maneira se quisesse disfrutar de uma das 5 tói-tóis disponíveis no recinto, demoraria umas 3 horas a furar a multidão.
8- A gaja dos Gift é altamente irritante.
sábado, julho 09, 2011
Ajudem a língua do Robene
Caríssimos, tenho-vos a comunicar que os meus sisos já não se encontram dentro da minha boca.
Isso mesmo, fui finalmente operado!
E agora pensam vocês: «Ai que bom, tudo correu bem, ainda bem que o Robene manteve intacto aquele sorriso de modelo da Armani e a estrutura óssea de outro qualquer modelo paneleiro (mas famoso).»
ERRADO.
Eu tenho de ter coisas para vir para aqui queixar-me. E para vocês lerem.
Lá estou eu na consulta pré operatória com o meu cirurgião (curiosamente tem uns dentes de merda, mas toda a gente me assegura que é o topo. Mesmo assim sinto-me uma gorda de 200 kg que vai a um nutricionista que pesa 180 kg).
Cirurgião: Robene, pá, quais as tuas principais preocupações?
Robene: Tenho de estar bom pelo menos dia 14 de Julho.
Cirurgião: Algum congresso?
Robene: Não. É o Super Bock Super Rock.
Risada aqui, risada ali e finalmente chega o dia da operação.
Estou borrado de medo, mas nem tenho tempo para pensar nisso, uma vez que me estão a tirar as calças de pijama na mesa de operações deixando-me completamente nú (para me tirarem os sisos têm de me despir por completo? Bem, já ouvi desculpas piores para me verem o mangalho). Depois disso só me lembro de acordar super bem disposto a rir-me imenso e com uma ideia fabulosa de fazer um colar com os 4 dentes que me tiraram. Mas aparentemente foram todos para o lixo.
Não tinha muitas dores, nem sequer estava muito inchado. No entanto a parte direita da minha língua estava completamente dormente.
Estava...e ESTÁ!
Faz hoje quase duas semanas que fui operado. Aparentemente tenho aquilo que se chama parestesia por lesão do nervo lingual. Embora Parestesia pareça um nome muito cool de uma música de Bjork, não é nada cool de se ter.
A ver:
-A comer trinco a língua. Como a tenho dormente não sinto nada. No outro dia estava a mastigar alegremente uma banana ao mesmo tempo que devorava metade da parte direita da língua. Felizmente as esguichadas de sangue que caíram no prato alertaram-me que alguma coisa não estava bem.
-Não tenho sabor. Comer um Big Mac ou um pedaço de cartão que fui buscar ao lixo sabe-me ao mesmo. Nunca estive em tão boa forma na minha vida.
-Não tenho sensibilidade a quente ou frio. No outro dia estava a beber um café a alguns 500º C e só depois de ter escaldado o esófago inteiro é que me apercebi do facto.
-Passei a ter uma deficiência de fala. Neste momento pareço um apresentador da SIC Radical a fazer a cobertura do Optimus Alive: Ninguém percebe um caralho do que digo.
-As minhas habilidades para o minete melhoraram substancialmente. Primeiro porque não tenho sabor. Depois porque a língua nunca se cansa.
-Há dias em que só tenho a língua dormente. Outros dias em que parece que está queimada. Outros em que seguramente pareço ter andado a lamber baterias de 2000 volts.
- Esta merda pode durar duas semanas a passar. Ou um ano.
Por isso será muito mais fácil identificarem-me no SBSR este ano. Serei não só o gajo a beber vinho tinto a copo, como o gajo que baba vinho tinto para a camisa.
Isso mesmo, fui finalmente operado!
E agora pensam vocês: «Ai que bom, tudo correu bem, ainda bem que o Robene manteve intacto aquele sorriso de modelo da Armani e a estrutura óssea de outro qualquer modelo paneleiro (mas famoso).»
ERRADO.
Eu tenho de ter coisas para vir para aqui queixar-me. E para vocês lerem.
Lá estou eu na consulta pré operatória com o meu cirurgião (curiosamente tem uns dentes de merda, mas toda a gente me assegura que é o topo. Mesmo assim sinto-me uma gorda de 200 kg que vai a um nutricionista que pesa 180 kg).
Cirurgião: Robene, pá, quais as tuas principais preocupações?
Robene: Tenho de estar bom pelo menos dia 14 de Julho.
Cirurgião: Algum congresso?
Robene: Não. É o Super Bock Super Rock.
Risada aqui, risada ali e finalmente chega o dia da operação.
Estou borrado de medo, mas nem tenho tempo para pensar nisso, uma vez que me estão a tirar as calças de pijama na mesa de operações deixando-me completamente nú (para me tirarem os sisos têm de me despir por completo? Bem, já ouvi desculpas piores para me verem o mangalho). Depois disso só me lembro de acordar super bem disposto a rir-me imenso e com uma ideia fabulosa de fazer um colar com os 4 dentes que me tiraram. Mas aparentemente foram todos para o lixo.
Não tinha muitas dores, nem sequer estava muito inchado. No entanto a parte direita da minha língua estava completamente dormente.
Estava...e ESTÁ!
Faz hoje quase duas semanas que fui operado. Aparentemente tenho aquilo que se chama parestesia por lesão do nervo lingual. Embora Parestesia pareça um nome muito cool de uma música de Bjork, não é nada cool de se ter.
A ver:
-A comer trinco a língua. Como a tenho dormente não sinto nada. No outro dia estava a mastigar alegremente uma banana ao mesmo tempo que devorava metade da parte direita da língua. Felizmente as esguichadas de sangue que caíram no prato alertaram-me que alguma coisa não estava bem.
-Não tenho sabor. Comer um Big Mac ou um pedaço de cartão que fui buscar ao lixo sabe-me ao mesmo. Nunca estive em tão boa forma na minha vida.
-Não tenho sensibilidade a quente ou frio. No outro dia estava a beber um café a alguns 500º C e só depois de ter escaldado o esófago inteiro é que me apercebi do facto.
-Passei a ter uma deficiência de fala. Neste momento pareço um apresentador da SIC Radical a fazer a cobertura do Optimus Alive: Ninguém percebe um caralho do que digo.
-As minhas habilidades para o minete melhoraram substancialmente. Primeiro porque não tenho sabor. Depois porque a língua nunca se cansa.
-Há dias em que só tenho a língua dormente. Outros dias em que parece que está queimada. Outros em que seguramente pareço ter andado a lamber baterias de 2000 volts.
- Esta merda pode durar duas semanas a passar. Ou um ano.
Por isso será muito mais fácil identificarem-me no SBSR este ano. Serei não só o gajo a beber vinho tinto a copo, como o gajo que baba vinho tinto para a camisa.
quinta-feira, junho 09, 2011
Sugestões?
Desde que a tragédia de não poder beber cerveja caiu sobre a minha pessoa, sinto-me a entrar em depressão profunda. Comparado com isto, as queimaduras da Sónia Brazão são picadas de insecto. E aposto que quando o tubo digestivo cicatrizar ela pode enfardar umas bejecas fresquinhas numa esplanada. Com muito protector solar. E uma máscara. Numa cadeira de rodas. Mas pode beber cerveja, a cabra.
Hoje, com lágrimas nos olhos coloquei as mini super bock que tinha no frigorífico no lixo. Fiquei com 5 prateleiras vazias.
Hoje vou sair para a noite e ainda não me habituei ao sabor do vinho tinto. E duvido que pedir um copo de vinho no Noites Longas seja boa ideia. Possivelmente amanhã serei a vítima número 1 de uma nova estirpe de E. Coli assassina.
Vou portanto começar a dar nas drogas. Estou já em pesquisas profundas sobre a droga indicada para mim: Ecstasy, Coca e PCP estão a ocupar os lugares cimeiros.
Ketamina também me parece bem, até porque gosto do nome da coisa.
Enquanto isso preparei já um cocktail caseiro composto por anti histamínicos e tramadol, que me dará um ar de quem apanhou uma grande bebedeira.
Porque não há nada mais deprimente que alguém sóbrio numa discoteca.
Hoje, com lágrimas nos olhos coloquei as mini super bock que tinha no frigorífico no lixo. Fiquei com 5 prateleiras vazias.
Hoje vou sair para a noite e ainda não me habituei ao sabor do vinho tinto. E duvido que pedir um copo de vinho no Noites Longas seja boa ideia. Possivelmente amanhã serei a vítima número 1 de uma nova estirpe de E. Coli assassina.
Vou portanto começar a dar nas drogas. Estou já em pesquisas profundas sobre a droga indicada para mim: Ecstasy, Coca e PCP estão a ocupar os lugares cimeiros.
Ketamina também me parece bem, até porque gosto do nome da coisa.
Enquanto isso preparei já um cocktail caseiro composto por anti histamínicos e tramadol, que me dará um ar de quem apanhou uma grande bebedeira.
Porque não há nada mais deprimente que alguém sóbrio numa discoteca.
Eu não sou do bloco de esquerda (mas já fui)
Afinal parece que o meu problema de coagulação (lembram-se?) foi a ponta de um fundo iceberg de problemas de saúde que me assolam. Após numerosas picadas e longas esperas em consultórios médicos rodeado de morte (a.k.a. velhadas prestes a quinar), descobriu-se porque raio demoro tanto tempo a coagular. Afinal de contas sou alérgico ao glúten! Não me perguntem como uma coisa tem a ver com a outra. Eu sei porquê, mas não me apetece explicar.
O ponto fulcral desta tragédia é o seguinte:
Médica: Robene, é alérgico ao glúten.
Robene: Hum...
Médica: Vai ter de deixar de comer certas coisas.
Robene: Hum...
Médica: Massas, Pão...
Robene: Hum...
Médica: Cereias, bolachas, bolos...
Robene: Hum...
Médica: Ah, e claro. Cerveja!
Robene: O QUÊ????!!! EU NÃO POSSO BEBER CERVEJA???
Médica: Pois, a cerveja vem da cevada e...
Robene (quase a chorar, mãos a tremer): Por favor Doutora, não posso simplesmente ser hemofílico? Tudo, tudo, eu deixo de comer carne, paro de enfardar oreos, mas cerveja pelo amor de Deus!!!!!!!!!!!!!!NÃÃÃÃÃÃOOOOOO (grito de horror).
Médica: Bem, pode beber vinho...
Robene: Hum...
Tenho neste momento em minha casa dez garrafas de vinho tinto, as mais caras do corredor de bebidas do Continente. Nem que seja à décima, vou aprender a gostar de vinho. Quando virem um gajo a beber vinho ao copo na discoteca mais próxima já sabem: sou eu ( ou alguém intolerante ao glúten. Ou do bloco de esquerda).
O ponto fulcral desta tragédia é o seguinte:
Médica: Robene, é alérgico ao glúten.
Robene: Hum...
Médica: Vai ter de deixar de comer certas coisas.
Robene: Hum...
Médica: Massas, Pão...
Robene: Hum...
Médica: Cereias, bolachas, bolos...
Robene: Hum...
Médica: Ah, e claro. Cerveja!
Robene: O QUÊ????!!! EU NÃO POSSO BEBER CERVEJA???
Médica: Pois, a cerveja vem da cevada e...
Robene (quase a chorar, mãos a tremer): Por favor Doutora, não posso simplesmente ser hemofílico? Tudo, tudo, eu deixo de comer carne, paro de enfardar oreos, mas cerveja pelo amor de Deus!!!!!!!!!!!!!!NÃÃÃÃÃÃOOOOOO (grito de horror).
Médica: Bem, pode beber vinho...
Robene: Hum...
Tenho neste momento em minha casa dez garrafas de vinho tinto, as mais caras do corredor de bebidas do Continente. Nem que seja à décima, vou aprender a gostar de vinho. Quando virem um gajo a beber vinho ao copo na discoteca mais próxima já sabem: sou eu ( ou alguém intolerante ao glúten. Ou do bloco de esquerda).
quinta-feira, maio 19, 2011
Óculos e lentes
Fui comprar lentes de contacto no outro dia. A empregada da óptica já me conhece, pelo que me recebe com um enorme sorriso e um trejeito de mamas provocador.
A meio da conversa ela pergunta-me se eu tenho óculos e eu digo que sim. Ela aponta para as lunetas que traz na cara e refere o facto de ter uns óculos de armação transparente que quase não se notam. «É como andar sem nada na cara!» exclama entre um riso descontrolado.
Pessoas que me lêem:
Ponto número 1: Uma gaja de óculos não é sexy. Podem até pensar que têm um ar de professora de liceu marota, mas isso só resulta se andarem a tentar engatar miúdos de 15 anos que acabaram de descobrir a sexualidade. Dizer que uma gaja de óculos é atraente é o mesmo que dizer que as amigas on line concorrentes do Peso Pesado são mesmo amigas. É mentira. São fufas.
Ponto número 2: Óculos transparentes que mal se notam na cara é um mito urbano. A não ser que estejamos a 2 km da pessoa, ou que sejamos extremamente míopes o facto é que temos uns óculos na cara. Por muito transparentes que sejam, há uns vidros à frente dos vossos olhos suspensos por uma armação. Se querem passar despercebidas comprem uns de massa. Não haverá alma masculina que olhe duas vezes para vocês.
Ponto número 3: A gaja deu-me a graduação errada de lentes e eu só reparei quando cheguei a casa e meti as lentes nos olhos. Estou agora com umas lentes uma dioptria abaixo do que efectivamente uso. É possível portanto que óculos transparentes me pareçam reflexos de uma cútis saudável. Ou não.
A meio da conversa ela pergunta-me se eu tenho óculos e eu digo que sim. Ela aponta para as lunetas que traz na cara e refere o facto de ter uns óculos de armação transparente que quase não se notam. «É como andar sem nada na cara!» exclama entre um riso descontrolado.
Pessoas que me lêem:
Ponto número 1: Uma gaja de óculos não é sexy. Podem até pensar que têm um ar de professora de liceu marota, mas isso só resulta se andarem a tentar engatar miúdos de 15 anos que acabaram de descobrir a sexualidade. Dizer que uma gaja de óculos é atraente é o mesmo que dizer que as amigas on line concorrentes do Peso Pesado são mesmo amigas. É mentira. São fufas.
Ponto número 2: Óculos transparentes que mal se notam na cara é um mito urbano. A não ser que estejamos a 2 km da pessoa, ou que sejamos extremamente míopes o facto é que temos uns óculos na cara. Por muito transparentes que sejam, há uns vidros à frente dos vossos olhos suspensos por uma armação. Se querem passar despercebidas comprem uns de massa. Não haverá alma masculina que olhe duas vezes para vocês.
Ponto número 3: A gaja deu-me a graduação errada de lentes e eu só reparei quando cheguei a casa e meti as lentes nos olhos. Estou agora com umas lentes uma dioptria abaixo do que efectivamente uso. É possível portanto que óculos transparentes me pareçam reflexos de uma cútis saudável. Ou não.
sexta-feira, maio 06, 2011
Sapatilhas...
Fui a um congresso a semana passada.
O meu principal problema de ir a congressos não é a comunicação em si. É a roupa que levo vestida.
O ano passado fui a um congresso em Lisboa vestido como se fosse para um casamento da família real inglesa, exceptuando o chapéu.
Quando chego lá, está tudo de calças de ganga e t-shirt e um ar rebel-chick de quem foge às regras. Obviamente fora de tom, corro para a casa de banho, livro-me da gravata, despenteio o cabelo e desabotôo 5 botões da camisa. A apresentação foi um sucesso, com as pessoas quase a chorarem de emoção no final.
A partir daí nos congressos a que fui levei sempre sapatilhas e calças de ganga, e um ar de rebelde investigador com o charme dos fora-da-lei.
A história foi diferente a semana passada.
Estou na minha mesa de debate, depois de uma apresentação brilhante e dos elogios e cumprimentos de todos os psiquiatras presentes, incluindo uma psiquiatra mamalhuda e muito solícita.
A meio do debate, e depois de eu ter brilhado em respostas dúbias que deixaram toda a gente na mesma, vira-se um bronco qualquer (parece que regente de uma cadeira de Psiquiatria numa importante faculdade do país) e diz: «Robene, muitos parabéns pela apresentação brilhante. Não tarda estará a dar aulas na faculdade»
E eu rio-me imenso e estou quase a vir-me nas cuecas, quando o idiota acrescenta «Sem sapatilhas claro».
O Robene interessante e rockeiro torna-se em 2 segundos no maltrapilho vagabundo que veio dar uma palestra de sapatilhas. Toda a minha mística cool por água abaixo.
Cabisbaixo sussurro um: «custaram-me 80 euros», mas está toda a gente excitadíssima a olhar-me para as sapatilhas brancas com uma risca vermelha e outra azul.
Pelo sim pelo não, para a próxima volto ao fato.
O meu principal problema de ir a congressos não é a comunicação em si. É a roupa que levo vestida.
O ano passado fui a um congresso em Lisboa vestido como se fosse para um casamento da família real inglesa, exceptuando o chapéu.
Quando chego lá, está tudo de calças de ganga e t-shirt e um ar rebel-chick de quem foge às regras. Obviamente fora de tom, corro para a casa de banho, livro-me da gravata, despenteio o cabelo e desabotôo 5 botões da camisa. A apresentação foi um sucesso, com as pessoas quase a chorarem de emoção no final.
A partir daí nos congressos a que fui levei sempre sapatilhas e calças de ganga, e um ar de rebelde investigador com o charme dos fora-da-lei.
A história foi diferente a semana passada.
Estou na minha mesa de debate, depois de uma apresentação brilhante e dos elogios e cumprimentos de todos os psiquiatras presentes, incluindo uma psiquiatra mamalhuda e muito solícita.
A meio do debate, e depois de eu ter brilhado em respostas dúbias que deixaram toda a gente na mesma, vira-se um bronco qualquer (parece que regente de uma cadeira de Psiquiatria numa importante faculdade do país) e diz: «Robene, muitos parabéns pela apresentação brilhante. Não tarda estará a dar aulas na faculdade»
E eu rio-me imenso e estou quase a vir-me nas cuecas, quando o idiota acrescenta «Sem sapatilhas claro».
O Robene interessante e rockeiro torna-se em 2 segundos no maltrapilho vagabundo que veio dar uma palestra de sapatilhas. Toda a minha mística cool por água abaixo.
Cabisbaixo sussurro um: «custaram-me 80 euros», mas está toda a gente excitadíssima a olhar-me para as sapatilhas brancas com uma risca vermelha e outra azul.
Pelo sim pelo não, para a próxima volto ao fato.
sábado, abril 23, 2011
Pedras que não se fumam nem se apanham
Estou com uma pedra nos rins.
A malandra deu de si no Sábado passado, estava eu sozinho em casa.
Se já tiverem tido uma cólica renal, sei que estão neste momento com a mão nas costas, a rezar por mim. Se nunca tiveram uma, então experimentem pegar numa faca afiada e apunhalem-se repetidamente no flanco lombar, durante aproximadamente uma hora.
Portanto estou eu sozinho em casa, com uma cólica renal. Todo eu me contorço pelo chão da sala, vomito a casa de banho toda e estou a mijar pingas de sangue.
So not sexy.
Decido portanto ir ao hospital. Eventualmente o G. atende-me o telemóvel depois de 250 chamadas não atendidas e um grito de desespero no voice mail. Estava a foder, não podia atender- responde-me com um ar natural. Amigos da merda é o que é. Eu nem nos meus fins de semana de swing desligo o telemóvel.
O urologista diz-me que a melhor maneira de suportar uma cólica renal é enfiar-me numa banheira com água quente e enfardar dois copos de whisky. Mas use um colete salva vidas ahaha, acrescenta.
Apetece-me espetar-lhe duas sardas no focinho, mas peço-lhe apenas para me dar morfina nas veias. Quando a dor passar, vou ser mais eficiente a espetar-lhe as murraças no queixo.
O médico diz que eu devia fazer termas. Parece que na Curia há umas termas específicas para este tipo de maleita. Sim, estou já a imaginar-me numa banheira de água sulfatada e alcalina, com um bando de velhos à minha volta a falarem de como rasgaram a uretra a mijar uma pedra de 2 cm.
Pergunto ao médico se já teve uma pedra nos rins. Ele diz que sim. Eu pergunto se foi a fazer termas que tratou do assunto. Ele ri-se e diz que tratou do assunto numa tarde, com uma sessão de litotricia que durou 5 minutos. Eu finalmente enfio-lho um pontapé no cú.
Por milagre fico imediatamente sem dores.
A malandra deu de si no Sábado passado, estava eu sozinho em casa.
Se já tiverem tido uma cólica renal, sei que estão neste momento com a mão nas costas, a rezar por mim. Se nunca tiveram uma, então experimentem pegar numa faca afiada e apunhalem-se repetidamente no flanco lombar, durante aproximadamente uma hora.
Portanto estou eu sozinho em casa, com uma cólica renal. Todo eu me contorço pelo chão da sala, vomito a casa de banho toda e estou a mijar pingas de sangue.
So not sexy.
Decido portanto ir ao hospital. Eventualmente o G. atende-me o telemóvel depois de 250 chamadas não atendidas e um grito de desespero no voice mail. Estava a foder, não podia atender- responde-me com um ar natural. Amigos da merda é o que é. Eu nem nos meus fins de semana de swing desligo o telemóvel.
O urologista diz-me que a melhor maneira de suportar uma cólica renal é enfiar-me numa banheira com água quente e enfardar dois copos de whisky. Mas use um colete salva vidas ahaha, acrescenta.
Apetece-me espetar-lhe duas sardas no focinho, mas peço-lhe apenas para me dar morfina nas veias. Quando a dor passar, vou ser mais eficiente a espetar-lhe as murraças no queixo.
O médico diz que eu devia fazer termas. Parece que na Curia há umas termas específicas para este tipo de maleita. Sim, estou já a imaginar-me numa banheira de água sulfatada e alcalina, com um bando de velhos à minha volta a falarem de como rasgaram a uretra a mijar uma pedra de 2 cm.
Pergunto ao médico se já teve uma pedra nos rins. Ele diz que sim. Eu pergunto se foi a fazer termas que tratou do assunto. Ele ri-se e diz que tratou do assunto numa tarde, com uma sessão de litotricia que durou 5 minutos. Eu finalmente enfio-lho um pontapé no cú.
Por milagre fico imediatamente sem dores.
quinta-feira, abril 21, 2011
Parabéns...atrasados
Estou muito chateado com todos vocês meus leitores.
Então o Xarope fez 5 anos no passado dia 3 e nem um chequezinho Fnac recebeu?
Então o Xarope fez 5 anos no passado dia 3 e nem um chequezinho Fnac recebeu?
quinta-feira, abril 07, 2011
A saga continua...
Caros amigos, estou sensibilizado com a vossa preocupação para com o meu estado de saúde. Os sisos ainda cá andam. Estou eu no hospital, a rezar 20 Avés Marias e o topar as mamas da enfermeira boazuda que vinha ter comigo 20 vezes por dia para me medir tensão, quando recebo a notícia de que tenho um problema qualquer de coagulação. Antes de ser operado, tenho de ser investigado neste assunto. Eu, que me fartei de gozar com o puto hemofílico da turma, a meter-lhe pioneses na cadeira e a deixar lâminas afiadas nos livros enquanto lhe roubava o fornecimento de factores de coagulação. Estou neste momento a fumar três maços de tabaco por dia e a copular violentamente com todo o espécime feminino que me aparece à frente. Nunca se sabe quando me pode dar o badagaio.
COC
Reunião do meu grupo de investigadores...
Orientador do Robene: Robene, conhece o COC?
Robene: O quê? (ar incrédulo)
Orientador: O COC homem. Já me viu o COC?
Robene: Hum...eu...não sei...hum...
Orientador: Então pegue no COC, e trabalhe com ele. Dá imenso jeito.
COC-Site da Casa Oswaldo Cruz
Estou mais aliviado. Por momentos pensei que o meu doutoramento incluía trabalho de joelhos.
domingo, abril 03, 2011
Março caveado
Março Marçagão, manhãs de Inverno tardes de Verão. Creio que os portugueses levam este ditado demasiado à letra. Chegam os primeiros raios de sol com temperaturas acima dos 10ºC e é ver o pessoal de havaianas no dedo e calções de praia a passear pela rua. Por muito que goste de pensar que vivo no Rio de Janeiro, não é o caso. Estou calmamente na fila do Continente para pagar uns artigos e de repente levo com um cheiro a sovaco que me deixa por momentos inconsciente. Olho para a frente e tenho um gajo de cavas. Concerteza este jovem urbano acha muito cool andar de cavas em meados de Março, mas eu achava mais cool ainda se ele usasse desodorizante. Nada contra o uso de cavas. Eu próprio usei umas no longíquo Sudoeste de 2006, mas rapidamente me apercebi do erro por várias razões: A) Só os pedreiso usam cavas. B) Se não fores pedreiro e usares cavas, concerteza tens a anilha do rabo alargada. C) Cavas não ficam bem em verdadeiramente ninguém que interesse para a sociedade. D) Se Deus quisesse que os homens usassem cavas, não nos tinha fornecido glândulas sudoríparas com pêlos a ajudar ao cheiro na sovaqueira. Eu por mim ainda saio à rua com casaco vestido. E uso desodorizante.
quinta-feira, março 24, 2011
Censos 2011
Estou bastante desconfiado deste Censos 2011.
Tenho para mim que o questionário foi feito por alguma das minhas ex-namoradas...
Mas que raio de perguntas são estas?
Pergunta: Estava em casa à meia noite do dia 21 Março?
(O quê? Que raio de estatística é esta?)
E continua:
Se responder afirmativamente, diga-nos: estava com homens ou mulheres? E quantos/as?
Ora, se eu organizo bacanais em minha casa, à meia noite do primeiro dia de Primavera, parece-me que é apenas da minha conta. E não estou ali a ver a categoria de Transexuais, o que me dificulta bastante a resposta.
O questionário prossegue... Há perguntas sobre a minha retrete (não é sanita, é retrete!), prestação da casa e número de pessoas que vivem comigo.
Não estou bem a ver a linha orientadora deste questionário, mas cheira-me que as estatísticas vão aparecer na revista Caras.
Tenho para mim que o questionário foi feito por alguma das minhas ex-namoradas...
Mas que raio de perguntas são estas?
Pergunta: Estava em casa à meia noite do dia 21 Março?
(O quê? Que raio de estatística é esta?)
E continua:
Se responder afirmativamente, diga-nos: estava com homens ou mulheres? E quantos/as?
Ora, se eu organizo bacanais em minha casa, à meia noite do primeiro dia de Primavera, parece-me que é apenas da minha conta. E não estou ali a ver a categoria de Transexuais, o que me dificulta bastante a resposta.
O questionário prossegue... Há perguntas sobre a minha retrete (não é sanita, é retrete!), prestação da casa e número de pessoas que vivem comigo.
Não estou bem a ver a linha orientadora deste questionário, mas cheira-me que as estatísticas vão aparecer na revista Caras.
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