Quando eu tinha 18 anos, a uma semana de entrar para a faculdade, a minha mãe lembrou-se de me dar um curso intensivo de culinária, para impedir a minha morte por inanição nos anos vindouros.
Quando chegou a altura de cozinhar arroz, perguntei que tipo de arroz era aquele. A minha mãe respondeu: de nada.
E assim fui eu, contente para a faculdade, com o meu livro de receitas, pensando realmente que o arroz branco se chamava arroz de nada.
Algures no meu segundo ano, alguém me descobriu o livro de receitas, e durante muito tempo, a história do arroz de nada perseguiu-me. Era contada em festas de amigos, jantares, casamentos e funerais. As pessoas apontavam o dedo e gritavam: lá vai o gajo do arroz de nada. E toda a gente se ria.
A verdade é que hoje, sete anos depois, continuo sem saber cozinhar grande merda além do famoso arroz de nada. O que explica o facto de nos últimos anos me ter alimentado à base de atum. Algures na sede da Bom Petisco há um quadro em minha honra.
E apesar dos meus pais me terem dado a única educação que hoje em dia está certa, a misógina, a verdade é que é graças a ela que hoje quando vou às compras, em vez de comprar rebentos de bambú e tomatinhos cherry para fazer nouvelle cuisine abichanada, atafulho a despensa de tortas dan cake e chocapic.
Mãe, tenho fome.
quarta-feira, maio 07, 2008
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4 comentários:
Arroz de nada?!!! E eu aki a pensar que tu até tinhas jeito para a coisa...hehehe
arroz de puta, conheces?
Então e a Bimby?
Se calhar vai sendo tempo de considerares essa hipótese mais a sério...
Ias resolver uma série de problemas ( e provavelmente perder o teu espaço na Sede da Bom Petisco)
Realmente, o Micose tem razão... e a merda da Bimby?... é q eu fui um dos ignorantes q teve q perguntar o q era a Bimby...
Ah, os teus posts por aí acima tão demais, mas tou preguiçoso para te idolatrar post a post!!
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