quarta-feira, abril 25, 2007

A cagada

A ocasião é preparada com pompa e circunstância. Faço um café, tiro um cigarro, levo o laptop, um livro e invariavelmente o leitor de mp3. Pensarão que me preparo para ir de férias, mas não. Vou é cagar. Para mim cagar é um ritual que demora sempre pelo menos meia hora. Sou incapaz de ser como aquelas pessoas que cagam em 2 minutos. Para mim, cagar é um momento de relaxe, sem ninguém a chatear-me ou o gritar por mim. Infelizmente para mim, cagar é também imperativo. Quando chega a vontade súbita tenho de cagar...Esteja onde estiver. Infelizmente as vontades súbitas dão invariavelmente em sítios em que:
a)Não há casa de banho;
b)A casa de banho parece ter sido usado por estudantes que foram de viagem de finalistas a Lloret (vomitada, borrada nas paredes, com preservativos a entupirem a sanita e com gajas a gritarem que foram violadas só para chamarem a atenção).

Decidi portanto, para deleite de todos, partilhar as minhas melhores histórias de borras súbitas, tema que sei interessa sobremaneira a todos os leitores do meu blog:

Cagada #1, Sudoeste 2003: Acordo de rompante. Sinto o Sr. Castanho a bater desesperadamente á porta. Grito para o Luís 'VOU CAGAR' e começo a correr qual Obikwelu atrás da banana. Vôo por cima das tendas, derrubando rastafaris malcheirosos e camping gaz com trinta anos. E é então que me lembro 'Merda, esqueci-me do papel higiénico'. Volto para trás, desta vez com uma mão tentando apertar as nádegas. Quem me vê deve pensar que fui enrabado: correndo, gritando para me saírem da frente e agarrando o rabo com as mãos. Foi uma cagada monumenal, devo acrescentar.

Cagada #2, Sudoeste 2004: Antes de iniciarmos a viagem em direcção ao Alentejo, eu e o Gala decidimos ir comprar qualquer coisa ao hiper mais próximo. Ele decide-se por umas frutas e um leitinho. Eu decido-me por duas caixas de muffins e três coca-colas. Enfardo os muffins à velocidade da luz. No dia a seguir vamos buscar uns amigos à estação de comboios. Mal chego à estação dá-me a vontade súbita. Grito para o Gala 'VOU CAGAR' e corro para a casa de banho. A casa de banho é uma turca, daquelas em que só existe um buraco no chão. 'Fabuloso' penso eu. Baixo os calções e os boxers e tento cagar. Pareço um contorcionista do circo Chen, de cócoras e fazendo força suficiente para conseguir largar o cagalhão, mas não para me cagar ruidosamente (saí de lá com uns abdominais do caralho). Decido que assim não resulta e tiro mesmo as calças e os boxers, ficando quase em pelota na casa de banho da estação da Funcheira. Ponho-me mais uma vez de cócoras, fazendo pontaria ao buraco. Faço força mas não sai nada. Eu sei que ele está lá! Faço ainda mais força. Por momentos penso que me vai sair do cú o diploma do Sócrates. Mas o que sai é um enorme e roliço cagalhão que por sinal não acerta no buraco. Acho que saí de lá com menos dois quilos.

Cagada #3, Malásia 2005: Uma pessoa vai de férias e pelo menos para mim é essencial saber uma coisa: ´Há casa de banho? Onde está? É limpa? Na Malásia deixem-me que vos diga, as casas de banho são do tipo turcas (embora no hotel fossem do tipo inglês. Quem diria que haviam tantos tipos de WC's?). Estou a passear calmamente pelo centro comercial das Petronas quando me dá a vontade súbita. Grito para a minha irmã 'VOU CAGAR' e corro para a casa de banho. Estas turcas são no entanto diferentes das que conheço. Têm um chuveiro e três conchas. Leram bem, têm três conchas. Até hoje acordo à noite inquietado a pensar para que servirão as três conchas. Decoração? Limpeza extra?
De qualquer modo não me chego nem perto das ditas conchas. Começo a operação cagada. Estas turcas são mais cómodas, e muito mais limpas. Tenho até uma espécie de momento Zen, cagando alegremente ao ritmo da música de centro comercial que passa na casa de banho. Apercebo-me então que não tenho papel. Ora vejamos: se estivesse em Portugal, gritava por socorro para as pessoas que eventualmente estivessem cá fora. Mas eu estou na Malásia. Felizmente encontro um mini-lenço-meio-ranhoso no meu bolso de trás que habilmente serve para o que quero. Saio ainda a pensar na merda das conchas.

No próximo post questões importantes relativamente às cagadas: Como fugir com o cu aos salpicos e maneiras de disfarçar o cheiro de diarreias explosivas.

(PS: Será que foi desta que bati no fundo?)

11 comentários:

Anónimo disse...

Rubino,

Cagar é uma experiência única. Todos nós temos a necessidade física de defecar, ou em bom português, CAGAR. Provavelmente ainda ninguem fez um estudo de quanto tempo da nossa curta vida passamos a "largar o barro", mas de certeza que, tudo bem juntinho, ainda dá uns anitos!A questão é esta: O que é que um gajo faz ou pensa enquanto faz força para o comboio partir?

A verdade é que eu, quando vou "arriar a estaca", levo sempre qualquer coisa para ler, pois já nem sequer o consigo fazer sem ser a ler ou a escrever (é como o mijar, se alguém tá ao pé, já não sai nada). Tu és uma excepção Rubino, levas uma porrada de acessórios! São raras as pessoas que conheço que levam qualquer coisa para ler ao wc. Pensam no quê? Olham para onde enquanto fazem força para empurrar o cócó pa fora? Agora imagina a linda figura que esses energúmeros fazem enquanto tão a cagar... a olhar para a frente, para os azuleijos, a fazer força, principalmente quando sentem o arrepio de frio na espinha porque tocaram com a ponta da pixa na sanita gelada ou levaram com as pingas nojentas que saltaram da sanita quando o bolo caiu... Realmente mais parvo que o cagar na casa de banho a olhar para a parede é mesmo o cagar de cócaras no mato e limpar o cú ás urtigas, ou estar na rua agachado a escolher qual o melhor pauzinho para limpar a borra que acabámos de pisar...

Mas vejamos a tipologia do cagalhão:

Cagalhão Fantasma: Sentes sair, vês no papel mas não vês na sanita...

Cagalhão "Clean": Sentes sair, vês na sanita mas não no papel...

Cagalhão eterno: Limpas, limpas, limpas... Mas fica sempre algo no papel até que decides subir as calças mas colocar papel nas cuecas para evitar as marcas de pneus.

Cagalhão II, "o Regresso": Sobes as calças, mas de repente apercebeste que tens que cagar um pouco mais...

Cagalhão Enfarte: Cagalhão que te faz puxar tanto que até te aparece uma veia na testa...


Cagalhão superestrutura: Tão grande, tão grande que até tens medo de o partir ao puxar o autoclismo. Sentes-te supreso mas orgulhoso!!!!

Cagalhão "Adorava que saísse": Queres cagar, sentes que está próxima, mas só tens caimbras e peidos... A ponta do cagalhoto é aquela que dói tanto tanto tanto que até pensas que está a sair de lado!!!

Cagalhão "Splash": É o que sai com tanta velocidade que molhas o cu todo!!!

Cagalhão "Após uma festa": É um líquido amarelo escuro que suja a sanita toda e que pica o cu.

Cagalhão Rabbit: São pequenas bolinhas. Umas flutuam, outras não...

Cagalhoto "Suprise "!!!: Pensas que vais dar um peido mas quando dás por ela.... já é tarde

Cagalhoto "Time-out": Estás a cagar divinamente num WC público, mas tens que parar porque não queres que a pessoa do lado te ouça.

O Barulhento: Tão barulhento que toda gente no WC se parte a rir.

A Mexicana: Cheira tão mal que até pica o nariz...

Cagalhoto Elástico: O que se recusa a cair mesmo sabendo que realmente já saiu... Esperas que abanando o rabo ele cairá...

O teu amigo,
Anonymous (Garcia Rocha)

Anónimo disse...

Garcia Rocha, começa é um blog teu. Vou ser leitor assíduo.

Mia disse...

Não devia ter lido isto de manhã a beber café e a fumar um cigarro...

Anónimo disse...

Pq é q será q a merda dá tanto q falar? Acho q este post vai ter mais comentarios q o do aborto!!! :D

PS - Nunca mais toco no assunto do aborto...nunca mais toco no assunto do aborto..nunca mais toco no assunto do aborto...(repetir 20vezes) Prometo!:)))

micose_ou_mifrita disse...

Fizeste-me criar uma nova conta. Tinha que comentar

CAGEI-ME a rir... O teu melhor post de sempre...
É impressionante o detalhe, quase assustadora a profundidade da partilha.

Por aqui também se caga bem. As comidas dos ingleses dão-me a volta á tripa.

Até mais

Anónimo disse...

realmente aqui está um post de merda!!sugiro que a partir daqui se inicie um debate sobre a necessidade de lavar o cu após a cagada VS a necessidade de apenas o limpar até à exaustão (esperemos que no mínimo...) e a importância do bidé nos nossos dias...e a problemática da inexistência de bidés em algumas casas de banho modernas...

Pusissi disse...

ca nojo, róbene. nc mais vou conseguir olhar para o teu pc da mm maneira, pensando em qtas vezes lhe tocaste dp d, inadvertidamente, t ter escapado o dedo fazendo um furo no papel e tendo ido para ao meio das tuas nádegas borradas.
ca nojo...blehhhhhhhhhh( lá s foi a salada russa)

Anónimo disse...

Fico muito contente e até lisongeado que este post tenha mobilizado tantas pessoas! Vamos crianças, partilhem as vossas histórias de merda. Eu sei que estão ansiosos.

Anónimo disse...

O pa faltam as de cuba, as miticas cagadas que fazem um gajo correr para o quarto sem ninguém sem aperceber...
Ou as da faculdade, em que recebemos visitas inesperadas vindas nao se sabe bem de onde, que passam por baixo da porta e que olham para nós de modo estranho...

Anónimo disse...

Na verdade eu podia fazer mais uns 5 posts com histórias de cagadas. Desde as diarreias a jacto algures em Cuba, a cães que me entram na merda da latrina e me querem atacar.Mas não quero maçar o pessoal. ainda começam a pensar que não faço mais nada na vida que não cagar...

Susa disse...

CAGAR A RIR!!
Só faltou a cagada no comboio que é sempre uma aventura :P