terça-feira, outubro 19, 2010

Glee

Sendo cliente Meo consigo ter acesso a uma funcionalidade qualquer que dá para gravar qualquer programa. Como nunca sei a que horas posso ser chamado para fazer determinados serviços a jovens necessitadas, dá-me um jeitão poder gravar o «Rancho das coelhinhas». Eis senão quando no outro dia, descubro enfiados no meio da season 1 e 2 do referido programa episódios de Glee e de O.C..
Mas que merda é esta?, penso eu. Será que a minha nova empregada de limpeza tem uma tara por séries ranhosas para teenagers com dúvidas sexuais?
Não. Afinal quem me anda a gravar o Glee é o meu colega de casa.

Hoje vou dormir com uma rolha enfiada no rabo.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Interpol - Memory Serves

Ó Antonov, onde é que tu andas? O teu Blog merecia ser reactivado, só porque estes gajos lançaram novo álbum!

domingo, outubro 03, 2010

U2

O Bono até pode salvar as criancinhas de África de serem comidas por moscas. Pode pedir a paz no Médio Oriente e beijar a mão do Papa. Pode até resolver a crise económica Europeia e tornar Portugal o país mais rico do Mundo.
Agora eu quero é que o Bono se foda. Por causa dele cortaram a estrada que dá para minha casa, pelo que passei meia hora aos berros com um polícia a tentar explicar-lhe que vivia ao pé do Estádio de Coimbra.
Concerto dos U2 é um grande acontecimento em Coimbra? A mim só fez com que conseguisse jantar às 11 da noite.

sábado, outubro 02, 2010

Breve história da depilação masculina

Este ano reparei uma coisa na praia. Toda a gente parece que faz a depilação. E por toda a gente entenda-se miúdos de 18 anos, coisa que eu quero desesperadamente parecer.
Olho para o meu grupo de amigos: temos todos barriga de cerveja, a maioria ou é careca ou está para ser e pior temos pêlos nos sovacos. E parece que ter pêlo no sovaco é coisa de velho.
Vai daí, decido no outro dia entrar nesse fascinante mundo novo da depilação masculina.
Saco da minha Gillete e do meu aparador de cabelo e começo a minha demanda. Dura aproximadamente duas horas e no fim tenho a casa de banho com pintelhos na minha escova de dentes.
Mas desde logo noto a evidente mudança: a minha pila parece visivelmente maior atingindo facilmente os 25 cm. Com os pêlos do peito cortado pareço 20 quilos mais magro. E os tomates roçam de alegria um no outro, pela primeira vez desde os meus doze anos.
Rapidamente quero mostrar ao mundo a minha nova imagem, razão pela qual usei durante uma semana t-shirts de gola em bico até ao umbigo e calças de cinta descida.
O pior no entanto ainda estava para vir.
Parece que uma semana depois do meu novo look, os pêlos começaram a querer crescer.
Neste momento não consigo caminhar dois passos sem ter que coçar os tomates. Não consigo sequer juntar as pernas pelo que pareço alguém que foi enrabado há dois minutos (imagem à qual t-shirts com gola em bico não ajudam).
É impossível usar cinto de segurança, porque me toca no peito, e eu tenho alguns 2000 pêlos encravados incluindo nos mamilos.

Para a próxima, quando quiser parecer jovem e na onda da crista, começo mas é a fumar ganzas.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Coimbra vs Braga

Hoje houve discussão acalorada em minha casa.
Afinal qual a terceira maior cidade de Portugal?
Obviamente que Coimbra é a resposta certa, apesar de haver uns quantos mentecaptos que ainda não entenderam e insistem que Braga é a terceira maior cidade do País.
Nada mais errado meus ignorantes. Explico-vos porquê em dois minutos ou menos:
#1: Coimbra tem os U2 a actuar á porta de minha casa. Braga tinha os Linda Martini a semana passada numa aldeola chamada não sei quê dos Taipais.
#2: Braga é a cidade dos três P: Putas, Paneleiros e Padres. Coimbra é a cidade dos Doutores e Engenheiros. Entre 3 P's que no fundo significam o mesmo e dois títulos honoríficos prestigiantes, parece-me que Coimbra ganha.
#3: Em Braga fala-se esquisito. Eu juro que quando fui a Braga pensei que estava a ser assaltado por ciganos, quando na verdade me estavam a perguntar se queria gelo na Coca-Cola.
#4: O único ponto de interesse turístico em Braga é a Sé. Coimbra tem uma semana inteira dedicada a turismo sexual designada de Queima das Fitas.
#5: Eu moro em Coimbra. A minha irmã mora em Braga. E toda a gente sabe bem que eu sou o familiar preferido de pais, tios, primos e avós.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Contágio

Hoje acordei de manhã e não consegui abrir os olhos. Tinha sono é verdade, e eram 9 horas, o que para mim equivale a pregos espetados nas mãos.
Mas não abri os olhos porque estavam cheios de remela. Remela verde e gosmenta.
Rapidamente vou ao espelho. Pareço um zombie dos filmes do Romero: Olhos vermelhos, miudinhos, a largarem lágrimas cerosas.
Vou ao hospital. Pelo caminho tenho de parar várias vezes, porque não aguento a luz nos olhos. E porque atropelei pelo menos 3 pessoas.
Chego ao hospital e sou atendido por uma médica oftalmologista. Já o meu pai dizia: Não há profissão melhor que mulher de médico. Ou homem de médica, por mim tanto faz. Não sou machista. Sou é preguiçoso.
Esta médica ostenta a bata meia aberta e um decote opulento. Dentro dos possíveis tento enviar breves olhadelas ao decote, coisa muito complicada porque tenho a luz a ferir-me os olhos e algumas dificuldades a focar. Vislumbres que durariam 3 segundos, tornam-se em eye contacts de 5 minutos entre mim e a prateleira.
Mas eu sou um gajo discreto. E estava a largar muco dos olhos. Não deve ser muito sexy.
A médica boazona, possível candidata a Robene's next top wife, diz-me que tenho uma merda chamada querato conjuntivite por adenovírus. Que tenho de ficar de baixa para não contagiar ninguém, e que é um problema difícil de tratar.
Acrescenta: «Quero vê-lo na próxima segunda feira.» (faz boquinha de broche)
E eu penso: Meu Deus, mesmo meio cegueta e com ranho a cair-me dos olhos, consigo engatar. Devo ser mesmo bom.
Mas não. Ela quer ver-me porque tem de acompanhar a minha evolução. E dar-me uma medicação qualquer.
Tretas, digo eu. É óbvio que esta médica ficou mesmerizada com o calibre do paciente. Habituada a velhos com retinopatias diabéticas, caio-lhe eu nos braços, vindo do céu. Com o horário de trabalho dos médicos, ou sou eu, ou um velho de bengala com cataratas.
Por isso na próxima segunda feira posso sair do hospital curado da vista.
E de outras maleitas também.

terça-feira, setembro 07, 2010

It's on!

São quase 5 da manhã.
Estou em casa, lágrimas nos olhos, já saltei, já gritei, já abri uma garrafa de Porto que estou neste momento a mamar. Não consigo dormir, tenho o coração aos pulos. Já tomei 2 Xanax 0,5 mg, mas estou na mesma. Não páro quieto.
Não está mais ninguém acordado.
E eu não tenho a quem contar que CONSEGUI O CARALHO DA BOLSA DA FCT!

AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA!!!!! (rebolar os olhos e espumar a boca)
Adeus mundo da farmácia e aturar velhos e patroas e gente chata. Ide apanhar num sítio que eu cá sei.

Estou já a escrever a carta de demissão.
Hoje o tempo vai mudar.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Power Balance



Lembram-se da pulseira Pandora? Que mereceu um post há uns tempos atrás? Chegou finalmente a versão masculina. Chama-se Power Balance e dizem que é a pulseira da energia.

Aparentemente a Power Balance, que tem um holograma criado pela NASA, cria um campo electromagnético que anula as radiações negativas que recebemos diariamente. Podia até ter sido criada por uma cigana que usou meias roubadas para a fazer. Eu quero uma.

Um amigo meu comprou uma e diz que correu muito mais no futebol, que se sente a respirar melhor, e que até começou a engatar miúdas nas discoteca.

Não sei se acredite muito nisto, mas já encomendei pelo menos 10 Power Balances para cada braço. Estou até a pensar usar uma em cada tornozelo.

Infelizmente lembro-me de há uns anos valentes haver uma pulseira que clamava iguais benefícios: lembram-se? Era de metal, com umas bolas na ponta?

Ainda me recordo da minha mãe comprar aquilo às resmas, e de eu usar várias no pulso, que supostamente me iriam curar da asma, piolhos e sarna que tinha apanhado. Anos depois continuo com peladas na perna em que apanhei sarna, pelo que deduzo que não tenha resultado.

Já esta Power Balance, parece-me muito mais credível.

Ainda por cima o Cristiano Ronaldo usa uma. E eu acho o Cristiano uma pessoa de confiança.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Os significados ocultos dos cães

Decidi que quero um cão. Estou farto de ir a casa do M. com o único propósito de estar com a cadela dele, e ter que o gramar a queixar-se da vida.
Vai daí comecei a pesquisar raças na Internet, que eu quero um cão com muito Pedigree.
O problema é que moro num apartamento, e pelo amor de Deus, não quero um Pincher abichanado. Quero um cão que diga : «O meu dono é muito macho, e está constantemente no cio. Ao contrário de mim não foi castrado e esterilizado, está no auge sexual».
Ora que cão imediatamente diz isto, mal se lhe olha para o focinho? O Bulldog.
Parece no entanto que o Bulldog é uma flor de estufa: morre se estiver muito calor, e tem muitas displasias da anca. Ora para fracturas ósseas já me basta a minha avó, pelo o Bulldog está descartado.
Segue-se o Basset Hound. Estão a ver? Orelhas enormes, olhos chorosos e pedinchões. É um cão que diz: «O meu dono é um gajo sensível. Lê poesia à noite e aprecia ópera clássica. Apesar disso é bem capaz de vos dar uma trancada que vos deixa mancas durante uma semana.». Infelizmente parece que também o Basset Hound dá muito trabalho. É preciso limpar-lhe diariamente as orelhas e os olhos com compressas esterilizadas. E eu já tenho problemas que cheguem com a minha própria higiene pessoal.
Terceira opção: o Shar Pei. É o cão do anúncio da 5àsec, cheio de rugas. É um cão que diz: «O meu dono é um gajo com estilo. Olhem para o meu focinho: pareço uma panqueca com foles. Só um gajo altamente criativo pode ter um cão assim. E sexualmente sem limites»
Mais uma vez o Sharp Pei dá muito trabalho. Tenho de andar a limpar todos os dias as rugas do cão, senão ganha escaras. Parece mesmo que depois de lhe dar banho tenho de o deixar a secar ao sol. Ora para isso compro mas é um casaco da Gant que me fica mais ou menos pelo mesmo preço.

Vou mas é ao canil compara um rafeiro. Um Vira Lata que diga: « Estou-me a cagar para vocês.»

sábado, agosto 14, 2010

Facebook

Depois de ser cuspido e enxovalhado em praça pública por não ter Facebook, decidi finalmente aderir ao site mais falado do momento.
Criei um perfil, só com fotos em que apareço super bonzão (photoshop obviamente), e comecei a pesquisar o site.
Comclusão número 1: Todos os meus amigos têm vidas super interessantes. Parece que passam os dias em festas, a beber e a comer gajas. Aparentemente ninguém trabalha, porque independentemente da hora a que me ligo estão sempre online.
Conclusão número 2: Os meus amigos têm o dom da ubiquidade. Apesar de estarem em constante bebedeira e deboche, estão também sempre online.
Conclusão número 3: Não sei como postar absolutamente nada. E em menos de meia hora tinha fotos minhas, colocadas pelos meus amigos, com cerejas na boca a simular um minete e a beber finos com uma palhinha pelo nariz.
Conclusão número 4: O que raio é o Farmville? É um jogo? Porque é que eu tenho pelo menos meia centena de pessoas a dizerem que encontraram um cão perdido no mato e um perú com fome? É suposto eu fazer o quê? Aderir à PETA?
Conclusão número 5: Quem são estas pessoas que querem ser minhas amigas? «Ah e tal, era da tua turma no sétimo ano». Sim, até eras. Mas agora faltam-te dois dentes da frente e eu só quero gente bonita nos meus amigos.
Conclusão número 6: Estou viciado nesta merda.

Vendo rim

Vendo rim direito ou esquerdo. Mas só um deles.
O esquerdo é mais caro que o direito, em virtude deste último ter uma pequena pedra de 6 mm que pode causar pequenas cócegas ao futuro usuário.
Razão: Pagamento urgente de 3000 euros de arranjo de autocaravana.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Setúbal, ou como a cidade mais feia do País, tem as pessoas mais simpáticas




Quando andava no 10º ano estávamos a ter uma estimulante conversa sobre sexo, quando o meu amigo L. se sai com a frase: «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho». Ficámos a saber que o L. deve ter uma pila que se assemelha a um pequeno cogumelo do campo, mas mais do que isso ganhámos uma daquelas frases que se tornou uma espécie de lema. Durante muito tempo, cada vez que a ocasião se proporcionava lá vinha alguém que dizia: «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho».


Ontem recebemos a nossa autocaravana. Orgulhosos, enchemos a caravana com umas 200 minis e muitos preservativos. Estávamos tão ansiosos que decidimos partir nessa mesma noite. Ás duas da manhã.

O nosso primeiro destino seria Tróia.

Ligámos o GPS e lá fomos a caminho, cantando alegremente Lady Gaga e olhando de soslaio (e com alguma gulodice) as casas de meninas da Nacional.

Eis-nos em Setúbal. Não sabemos porquê, mas o caralho do GPS mandou-nos mesmo para o centro de Setúbal. Para o meio de uma rua minúscula. Eu ainda pergunto ao L. «Achas que a autocaravana passa nesta rua?». E o L. responde «O que interessa é a cabeça, o resto é entulho». E ri-se. E eu rio-me. E o G. ri-se.

E nesse preciso momento enfiamos a autocaravana na varanda de uma casa.

Na verdade devíamos saber que esta viagem estava condenada desde o ínicio. Primeiro o D., que era suposto vir connosco, adoece 2 horas antes da partida. Na Nacional apanhamos dois papa-reformas que vão no máximo a 20 km/hora. A meio caminho, somos parados pela Polícia que nos informa que houve um derramamento de gasóleo e que a estrada está muito perigosa. Mas toldados pela visão de sevilhanas mamalhudas e sexo em autocaravana, ignorámos os sinais.

Mas voltando à minha empolgante narrativa: Eis-nos numa rua com muito mau aspecto, no meio de Setúbal, com a parte de cima da autocaravana totalmente enfiada numa varanda.

Em menos de meio minuto temos uma dezena de populares na rua. «Vamos levar uma sova», digo eu.

Não sei se foi a visão de três jovens garbosos, mas muito borrados de medo, se foi do rídiculo da situação, mas em menos de meia hora estava em cima da autocaravana, com a ajuda de dois ucranianos, a tentarmos tirar o gradeamento da varanda que estava enterrado na parte de cima da caravana. E passada outra meia hora, tínhamos as pessoas da rua a oferecerem-nos sacos de lixo para remendarmos o rombo e prosseguirmos viagem, porque «coitados dos rapazes, primeiro dia de férias e acontece-lhes isto!»

Mas decidimos voltar para Coimbra. Pela auto estrada desta vez. O vento dentro da caravana batia-nos na testa, a esferovite do contraplacado entrava-nos na garganta.

Parámos naquela que possivelmente era a estação de serviço mais cheia do País, com milhares de pessoas a apontarem e a gritarem: «Venham cá ver esta Caravana, eheheheh».

Dormimos duas horas. Os pés do L. viam-se pelo buraco.


E pronto. Foram as férias mais rápidas da minha vida.

sábado, agosto 07, 2010

Autocaravanismo

Vou de férias.
Estava indeciso entre o Mónaco e a praia de Cannes.
Infelizmente como os meus amigos são todos uns pés rapados, alugámos uma autocaravana.
Se chegarmos a Sevilha vai ser uma sorte.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Deus vos salve as alminhas

Caros amiguinhos e amiguinhas que visitam o meu precioso estaminé:
Estou aos comandos deste blog há coisa de 4 anos. Tem sido uma viagem com os seus altos e baixos.
Começou pequenino, qual pénis flácido e encarquido que só era visitado por algumas amigas em períodos de fome...perdão...de tédio.
Ás tantas o pequeno pénis flácido e medroso ganhou coragem e tornou-se um mangalhão que toda a gente quer ver.
Infelizmente, eu posso controlar quem me vê o mangalhão ( a maioria das vezes, pelo menos), mas não controlo quem me vê o blog.
E pelo amor de Deus caiam na real.
Este blog é FICCIONADO! E é HUMOR! Se quisessem ouvir diários de vida iam para o estounamenopausa.blogspot.com ou fizumapermanenteàanos80.blogspot.com.
Já estou a ficar fartinho de ter todos os dias comentários de ódio só porque fiz uma piadinha racista. Já estou um bocado farto de ser chamado filho da puta, paneleiro, brochista ou o mais original: comedor de merda. O nome científico é Síndrome de Pica e eu estou para saber como é que descobriram que eu sofro disso.
Continuo sem perceber como é que ainda existe alguém que vem para aqui ler estas postas de pescada e leva isto a sério. Mas eu também me rio com a Anatomia de Grey e parece que aquilo é um drama.

Meus amores, se não gostam, não leiam.
Se gostam, posso-vos dar o meu NIB para fazerem generosas doações. As férias estão á porta e eu não sei como, já não tenho dinheiro.

terça-feira, agosto 03, 2010

Lufada

Há uns dias ligaram-me de uma empresa de estudos de mercado, a perguntar se estava interessado em participar num estudo qualquer de um laboratório qualquer. Gritei dois ou três palavrões, disse que não tinha tempo para essas merdas, que tenho uma vida ocupadíssima e como raio tinham arranjado o meu número de telemóvel. Só no final o senhor do outro lado da linha me informa que havia cartões prenda do Continente para os participantes. «Conte comigo», disse imediatamente.

Por isso hoje aí fui eu à tal reunião. Estas reuniões são a coisa mais parva a que já assisti na minha vida. Ali estava eu com mais 6 farmacêuticos seduzidos pelo cheiro de dinheiro fácil. A nossa tarefa consistia em dizer se gostavamos ou não de uma caixa para um novo descongestionante nasal.
«Gosta do azul da caixa, Robene?», pergunta-me a formadora.
«É um azul bonito», respondo eu.
«É um azul cor de mar», responde outro farmacêutico.
«É um azul que acalma», acrescenta outra farmacêutica.
«E a bola vermelha ao centro da caixa?», pergunta a formadora.
«Hum...gosto da bola», respondo eu.
«Parece-me que essa bola pode enganar as pessoas. Parece um rebuçado», responde um farmacêutico.
«É uma bola que se distancia do azul. Chama a atenção», responde outro.
«E que nomes sugerem?», pergunta a formadora.
«Nasarox. Ou Nasalfree.», respondo eu.
«Lufada», responde alguém. E toda a gente se ri.

Depois destes diálogos dignos de um filme do David Lynch, cada um de nós recebeu 80 euros em cheques Continente.
A minha pergunta é: Onde é que eu me inscrevo para fazer vida disto?

domingo, agosto 01, 2010

Muito siso

Tenho uma cárie no dente do siso do tamanho do meu mindinho. Durante algum tempo deu-me bastante jeito. Acumulava lá comida, que depois ia degustando ao longo da tarde. Bastava enfiar lá a língua e tinha sempre um pedaço de maçã do almoço, ou um bocado de bolacha do lanche.
Infelizmente parece que as cáries doem. E a minha começou a dar sinal.
Vai daí, decidi ir ao dentista.
Já não ia ao dentista há 15 anos, desde que andei num brasileiro que me pôs um aparelho que me fazia parecer o jovem Frankenstein.
Este dentista é Português. Quando olha para a minha boca refere qualquer coisa como crianças da Somália terem menos tártaro do que eu. É normal, elas comem uma vez por mês e devem mastigar grãos de café em vez de o beberem em chávenas Vista Alegre como eu.
Depois de me fazer uma limpeza, que incluiu pedaços de placa dentária a entrarem-me nos olhos diz que da próxima, o meu dentinho do siso vai fora.
Saio aterrorizado e vou ter com uns amigos em busca de conforto.
Má escolha, claro.
Parece que arrancar dentes equivale a decepar membros a sangue frio. Uma amiga ficou 15 dias com dores lancinantes, vómitos e visão dupla. Outra diz que não conseguiu comer nada sólido durante uma semana, e ainda hoje só mastiga de um lado. Outro diz que a anestesia não fez efeito e que sentiu o dentista a arrancar o dente, o que equivale, pensa ele, a parir gémeos pelo olho do cú.
Já quando quis fazer a cirurgia a laser à miopia, surgiram histórias de conforto de um amigo de amigos que ia ficando cego e durante 2 meses teve de ficar num quarto escuro, com óculos escuros, a rezar aos santinhos que lhe devolvessem a visão.

Hum...acho que vou aguentar mais uns meses o meu dente do siso.

terça-feira, julho 20, 2010

Pacto com o Diabo

Parece que o pacto com o Diabo que fiz no outro dia resultou. Hoje ligaram-me a dizer que passei à segunda fase de entrevistas para o emprego de há uns posts atrás. A minha alma está condenada.

quinta-feira, julho 15, 2010

Interpol - Barricade

Ai minha nossa senhora, caguei para os National. Os Interpol têm single novo! Eu quero, que quero, eu quero ir vê-los! Nem que tenha que depois aguentar com os U2, eu tenho de ir ver Interpol.

Entrevista #2

Estou farto do meu trabalho. Ando a fazer todos os possíveis para bazar daquele campo de concentração. Se bem que Auschwitz me pareceu ser mais espaçoso e com melhores condições. O lema no entanto aplica-se: o trabalho liberta. Embora em mim só tenha libertado dores nas costas e varizes.
Vai daí vou a uma entrevista de emprego na sexta.
Para não variar é novamente em Lisboa. Pedi já um GPS emprestado.
Desta vez não vou cometer os mesmos erros da última entrevista. A saber:
- Vou de fato. E com gravata. E vou engraxar os sapatos.
- Vou-me pentear.
- Vou estudar a minha Geografia toda. Da última vez perguntaram-me se estava disposto a ir para Olhão, e eu disse que não gostava de ir para o Minho.
- Vou manter eye contact o tempo todo e apertar o bacalhau com mão firme.
- Não me vou descrever como simpático e fiel. Vou-me sim descrever como uma mistura de George Clooney e Belmiro de Azevedo: sexy e com jeito para os negócios.
- Antes de sair, se for uma gaja a fazer-me a entrevista, vou dar a indicação subtil de que estou disposto a tudo para conseguir aquele emprego. Depois pisco o olho e lambo suavemente os lábios. Se for um gajo, faço o mesmo.

Por isso rezem por mim. Daqui a uns meses posso já não ser o farmacêutico de serviço, mas sim um Gestor de Clientes cheio de almoços chiques e prémios chorudos.

terça-feira, julho 13, 2010

Prenhas

Hoje a M. e o S. foram-me visitar à farmácia.
Ela vinha com um sorriso de orelha a orelha, vestida de preto.
Pareceu-me mais gorda mas como eu sou uma pessoa muito discreta e nunca envergonho os meus amigos só lancei um « Andas-lhe a dar nas bolachas M.!»
Mas não. A M. está grávida. Mas só de seis semanas, o que quer dizer que efectivamente está mais gorda.
Seguiu-se um momento de abraços e beijinhos, e eu só pensava neste casal, com quem vivi durante 4 anos de faculdade, ele a enfardar cerveja, ela a fumar dois maços de tabaco por dia. Ìamos para a noite e dançávamos como parvinhos, a fazer rodas e a simular actos sexuais em danças latinas. Uma noite, depois de uma cartada regada a álcool, fomos todos fazer mosh para o quarto e acordámos a vizinha de baixo que chamou a polícia.
E agora ali estão eles, prestes a serem pais.
Seguiu-se uma breve discussão do nome da criança, e eu juro que quase os convenci a chamar Robene ao petiz que aí vem, caso seja um rapaz.

Há coisa de dez minutos recebo uma SMS da F., uma amiga de liceu que seguramente não vejo há dez anos.
Está grávida.

Algo de muito estranho se passa com os meus amigos.