terça-feira, janeiro 27, 2009

The one

Sabem o que é andar à procura de casa há talvez milhares de anos e tudo o que se encontra são merdas podres, em que um dos quartos é um arrumo da cozinha? E em que depois de dizermos: «Mas ouça lá, ó senhora da imobiliária com um crucifixo ao pescoço do tamanho de um toyota, isto não dá para meter uma cama!!!». Ao que ela responde: «Com jeitinho, com jeitinho...».

E sabem o que é, depois de um dia de trabalho, ir ver uma casa pela qual não esperamos grande merda uma vez que a renda é baixíssima, e descobrirmos que é ali que realmente pertencemos, na alta da cidade, paredes meias com edifícios a cair, mas com uma essência que já só me imagino a fazer a festa de inauguração ao som de Beirut, e com grupos de músicos celtas a dançar e cantar.
Ok, o estacionamento é uma merda. A casa precisa de uma brutal remodelação. Fica ao lado de um bar onde já me imagino a perder noites inteiras a beber cerveja.
Mas é aquela. The one. The special one.

Vai-te foder ó Maria da ERA.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O Leitão e o Urso

Quando andava algures no sétimo ano tinha um gajo na minha turma que era o Leitão. Não me lembro se de apelido, se era por ser anafado e ligeiramente oleoso. O Leitão pesava uns 90 quilos (o que na altura equivalia a ser o Yokosuna, estranho não ter tido esta alcunha, sempre era mais glamouroso), foi apanhado a copiar em testes de história, e inventou inexplicavelmente um boato em como era filho do padre que dava Educação Moral, o que obviamente só lhe trouxe problemas.
Vi-o hoje, no shopping, a passear com a mulher e dois putos nos braços.
Não sei se esteja triste ou contente por ele.


P.S. Sim, também tinha uma alcunha. Algures entre o sétimo e o oitavo ano era...o Urso...digamos que desconhecia a existência de pentes.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Já ERA

O meu nome do meio devia ser Homero, uma vez que a minha vida é cheia de odisseias.
Primeiro, a odisseia de aprender a usar o Windows Vista. A odisseia de conseguir lavar restos de tomate ressequido com 12 meses. A odisseia de me lembrar sempre de apertar a braguilha depois de mijar.
Agora a odisseia de comprar casa.
Devo-vos dizer que as pessoas da imobiliária são muito eficientes. Deixei o meu contacto on-line em três imobiliárias. No dia a seguir, às 9 da manhã, tinha-os todos a ligarem-me. Ganhou a ERA imobiliária, uma vez que a gaja tinha uma voz muito sexy.
Dia a seguir, lá estou eu, com a minha agente imobiliária de seu nome Maria ou coisa que o valha.

Maria: Sr Robene, vou-lhe falar do processo de comprar casa.
Robene:Hum...isto há-de ser interessante...
Maria: A compra de casa envolve passos distintos e blá blá blá...
Robene (pensando): Mordem-me os tomates...
Maria: ...blá,blá,blá...depois de delinear um orçamento...blá, blá, blá...
Robene (pensando): Vou tentar coçá-los discretamente...Meter a mão no bolso, a tipa nem nota...
Maria: Blá, blá, blá...Percebeu?
Robene: Hum? Sim, sim! (sorriso aberto, mãos nos tintins)
Maria: Então qual é o seu orçamento?
Robene: 60-70 mil euros.
Maria (olhar de desdém): Aiiiiii, vai ser muito difícil...
Robene: Pois, mas não quero dar mesmo mais por um T1 usado...
Maria: Pois, vamos ver...Hum nos nossos registos temos 5400 imóveis com essas características.
Robene (pensando): Dificuldade do caralho 'tou ver...
Maria: Vou-lhe mostrar este T1 simpático, com um preço simpático.

E pimba, de repente num LCD gigante aparece aquilo que me parece um pardieiro onde toxicodependentes cozinharam metanfetaminas: cozinha cor de rosa choque, casa de banho azul choque, tubagens todas fodidas, chão em betão.
As pessoas atrás de mim olham para o LCD e comentam que eu devo estar a comprar uma casa para começar uma suinicultura.

Robene (em choque): Pois..não era bem isto que eu estava a pensar...(aguenta o vómito)...
Maria: Hum...vamos então ver este muito simpático...

No LCD surge um T1 meio caminho entre o horrível e o simplesmente feio.

Robene: Ah, sim este agrada-me mais (sorriso amarelo)...
Amiga do Robene: O quarto? Não tem janelas?
Maria: Cof...cof...Pois...é que...(enrola, enrola)..Não, não tem. Mas tem porta!

Ah, e eu que contava entrar no meu quarto de guindaste!

Robene: Hum...ok, eu vou pensar melhor nos valores que pretendo dar...
Maria: Pois, com esses valores é muito difícil algo mais simpático...
Robene (pensando): Eu já te dou o simpático...

Pois é cara Maria, acredito que seja difícil. Principalmente quando tu recebes comissões que devem equivaler a um ordenado mensal meu. Mas deixa lá. Eu já mudei de ideias. Em vez de me endividar até aos 85 anos, já ando é à procura para arrendar.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Já só faltam 13 dias...


...mas eu já o tenho. Hihihi.
Finalmente vou abanar o cagueiro a noite toda.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

CR7

Já tive piolhos púbicos que me irritaram menos que o Cristiano Ronaldo.

Todos os nomes

Reparo que hoje em dia todos os miúdos que nascem são baptizados com:

Miúdos:
Santiago
Afonso
Rodrigo

Miúdas:
Matilde
Constança
Beatriz

Estamos portanto a criar uma geração de betinhos.
Onde estão aqueles nomes com pinta como Cátia Vanessa e Paulo Alexandre? Ou ainda Robene?
Na verdade, eu estive quase quase a chamar-me por outro nome. Reza a lenda que quando eu nasci, os meus pais apressaram-se para o registo para me porem o nome mais cool e com estilo do planeta: Tony. Sim, era suposto eu chamar-me Tony.
Para grande infelicidade da minha mãe, no registo apenas aceitavam Toni, e os meus pais acharam que Toni com I, não era foleiro o suficiente para me arruinar para o resto da vida. Tivessem aceite, e hoje em dia era uma fusão de filho do Tony Carreira com um episódio dos Gato Fedorento.
Por outro lado eu até fiquei com um nome mais ou menos invulgar, a julgar pelos meus contemporâneos: metade dos gajos chamam-se Luís Miguel, a outra metade João qualquer coisa.
Já todas as minhas primas mais velhas, hoje em dia com 30 e tais anos têm como segundo nome Cristina. Ele há Paulas Cristinas, Isabéis Cristinas, Carlas Cristinas, Cláudias Cristinas.
E se a verdade é que a variedade não imperava, pelo menos eram nomes que não precisavam de ser usados na terceira pessoa...